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Estado de Minas SAÚDE

Diagnóstico precoce pode evitar a memória metabólica no diabetes

Excesso de açúcar no sangue por muito tempo pode atrapalhar o tratamento da doença


postado em 23/10/2017 09:44

Quando a pessoa está com excesso de açúcar no sangue e não é diagnosticada em tempo, pode ocorrer a memória metabólica, o que atrapalha o tratamento do diabetes(foto: Pixabay)
Quando a pessoa está com excesso de açúcar no sangue e não é diagnosticada em tempo, pode ocorrer a memória metabólica, o que atrapalha o tratamento do diabetes (foto: Pixabay)
Doença cada vez mais comum, o diabetes afeta mais de 14 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional do Diabetes, e, no mundo, ele pode causar 640 milhões de vítimas até 2040. Apesar de ser quase uam epidemia, muitos temas relacionados a essa doença ainda são pouco discutidos – muitas vezes desconhecidos por grande parte da população. Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, a estimativa é que cerca de 40 milhões de pessoas em nosso país sejam pré-diabéticos. Desse montante, aproximadamente 25% se tornarão diabéticos nos próximos cinco anos.

Por ser assintomático, do diabetes tipo 2, geralmente, quando é diagnosticado, significa que o açúcar no sangue já está em níveis muito elevados. Este excesso na fase inicial da doença pode marcar para sempre a memória de suas células – diz respeito ao conceito de 'memória metabólica'. A condição pode afetar principalmente as células relacionadas às agressões crônicas da hiperglicemia, trazendo problemas para os rins, coração e retina.

Após um longo período sem o controle correto do açúcar no sangue, essa "memória" das células acaba ficando comprometida. "O período de negligência ao tratamento pode ser determinante para a evolução da doença. Quanto mais rápido o controle glicêmico após o diagnóstico do diabetes, menor risco o paciente terá de desenvolver uma complicação micro ou macro vascular a médio-longo prazo", explica o médico Marcelo Horácio, da farmacêutica AstraZeneca Brasil.

Memória metabólica

Ainda de acordo com o especialista, a melhor forma de evitar as consequências da memória metabólica é fazer com que o paciente chegue à meta glicêmica ideal o mais rápido possível após o diagnóstico. "Com isso, é possível evitar que o metabolismo fique com a 'lembrança' da glicose aumentada, o que poderia aumentar o risco de complicações futuras", comenta o médico.

A importância de estar atento aos fatores de risco e não retardar o tratamento assim que o diabetes é diagnosticado são lições importantes para os pacientes que buscam uma melhor qualidade de vida com a doença. Para os especialistas, a individualização do tratamento também é essencial, assim como o acompanhamento constante da evolução e da melhora dos níveis de hemoglobina glicada e de outros parâmetros metabólicos, para que, assim, o caminho do tratamento possa ser feito da forma mais completa.

Prevenção

O diabetes tipo 2 se caracteriza principalmente pela resistência à insulina, e está diretamente relacionado com a obesidade. "A gordura que se acumula no abdômen promove inflamação, obrigando o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose entre nas células. Neste caso, a manutenção do peso, ou emagrecimento, e uma vida ativa são essenciais para reduzir o risco de se ter a doença", esclarece Marcelo Horácio.

Se o diabetes não for tratado de forma adequada, podem surgir complicações como retinopatia, nefropatia, neuropatia, pé diabético, além do aumento do risco de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

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