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Estado de Minas SAÚDE

Cuidado com a trombose ao fazer viagens longas

Especialista dá dicas para evitar problemas, incluindo a embolia pulmonar, que pode ser fatal


postado em 27/12/2017 16:34 / atualizado em 27/12/2017 16:38

Fazer uma viagem muito longa de avião, como, por exemplo, um voo direto para os Estados Unidos, que costuma levar, em média, 11 horas, pode ser um perigo para o sistema circulatório. Assim como os passageiros dos ônibus, que ficam horas sentados, o risco de sofrer uma Trombose Venosa Profunda (TVP) estando nesta posição aumenta drasticamente. A doença é caracterizada pela formação de trombos: coagulação do sangue no interior dos vasos sanguíneos, que pode oferecer alto risco de mortalidade se houver como desdobramento a embolia pulmonar.

Segundo o cirurgião vascular Ronald Flumignan, do CDB Medicina Diagnóstica, de São Paulo, o tipo mais comum de embolia pulmonar é a que é gerada pelo desprendimento de um coágulo de sangue (trombo), geralmente um que tenha se formado na perna ou na região pélvica. "Pessoas que passam muito tempo em repouso, acamadas, ou que fazem voos longos, têm um risco aumentado para a trombose e suas complicações. Voos com mais de quatro horas de duração já são preocupantes, mas os que mais representam risco para os pacientes são aqueles com mais de 12 horas de duração. Por isso, é fundamental, diante dos primeiros sintomas, não perder tempo e seguir com diagnóstico e tratamento. Vale lembrar que o fator de risco 'idade' é um dos mais importantes, principalmente quando diz respeito a um paciente com mais de 60 anos. Ou seja, quanto mais idade o passageiro tiver, há mais chances de sofrer TVP e suas complicações", esclarece o médico.

Um exemplo disso aconteceu com a atriz Suzana Vieira, de 75 anos. Ela estava voltando de Miami, nos Estados Unidos, quando sentiu fortes dores nas pernas e precisou ser internada num hospital do Rio de Janeiro, na segunda, dia 18 de dezembro. Ela recebeu remédios trombolíticos – para afinar o sangue –, ficou em observação por um tempo e já recebeu alta.

O especialista acredita que as próprias companhias aéreas deveriam incentivar mais os pacientes a esticar e movimentar as pernas durante viagens longas. "A trombose, como o próprio nome diz, é um trombo [coágulo] formado em veias profundas da perna. Essa condição geralmente provoca dor, inflamação e inchaço. Se o trombo se desprende da parede do vaso, há risco de circular pela corrente sanguínea e bloquear a artéria que alimenta os pulmões, causando a embolia. Esse é o principal motivo de morte relacionada à trombose venosa. Como há casos de TVP assintomática, ou seja, sem provocar alertas como dor ou inchaço, é fundamental que as pessoas conheçam os fatores de risco e avaliem se vale a pena fazer viagens longas e com voos diretos", alerta Ronald Flumignan.

Além do fator idade e de o paciente já ter enfrentado outros episódios de TVP, os fatores de risco mais comuns incluem: histórico familiar, imobilidade, câncer, uso de determinados contraceptivos ou terapia de reposição hormonal, gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, tabagismo e até mesmo varizes. "Se, depois da investigação clínica, houver suspeita de trombose, é indicado fazer um eco-Doppler colorido, também conhecido como ultrassonografia vascular, para avaliar as condições dos vasos, não só das pernas, como também dos braços e barriga", comenta o médico.

Para quem vai viajar e ficará lonhas horas dentro de um avião ou ônibus, o especialista dá cinco dicas importantes:

  • Procure se levantar a cada duas horas de viagem e caminhar pelo corredor

  • Sentado, procure fazer movimentos circulares com os tornozelos e esticar os joelhos

  • Se não houver contraindicações, use meias elásticas prescritas por um médico vascular

  • Vista roupas leves e confortáveis

  • Procure ingerir bastante água durante a viagem. Isso vai mantê-lo hidratado e fazer com que se levante para ir ao toalete algumas vezes. Além disso, a desidratação pode facilitar o surgimento de trombos

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