Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Enxaqueca está muito ligada à herança genética

Estudo comprova transmissão da cefaleia de geração para geração


postado em 04/05/2018 12:44 / atualizado em 04/05/2018 13:18

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Dor de cabeça aguda, sensibilidade à luz e enjoo são sintomas da temida enxaqueca ou cefaleia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é considerada uma das mais incapacitantes. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Helsinki, na Finlândia, da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ambos dos Estados Unidos, descobriram como a genética pode contribuir para a transmissão desse problema de pais para filhos. A pesquisa foi publicada na revista científica Neuron na quinta, dia 3 de maio.

Cerca de um terço dos pacientes com enxaqueca sofre com um conjunto de sintomas, chamado de aura, que pode se manifestar como flashes de luz, manchas escuras ou dormências e formigamentos em partes do corpo. A aura acontece geralmente antes da dor de cabeça.

Os cientistas avaliaram o histórico médico e informações genéticas de 1.589 famílias finlandesas que sofrem com a doença, totalizando mais de 8,3 mil indivíduos. Um estudo anterior, com 59 mil participantes, realizado pela mesma equipe, identificou 40 variantes genéticas que aumentam consideravelmente o risco de se desenvolver enxaquecas, além de centenas de outras mutações que têm um impacto mais sutil.

"Tanto as variações genéticas raras e de alto impacto quanto aquelas mais comuns, com impacto menor, podem contribuir para a agregação da enxaqueca em uma família", comenta Padhraig Gormley, da Faculdade de Medicina de Harvard, principal autor da pesquisa. "Nesse estudo, nós queríamos encontrar quais delas são mais importantes, e se a carga genética é mais alta em alguns tipos do transtorno", acrescenta o especialista.

Os pesquisadores observaram que, nos casos de enxaqueca com histórico familiar, os pacientes possuem uma maior predisposição genética do que nos casos do transtorno presentes na amostra populacional. Além disso, existe uma diferença evidente entre as variantes genéticas comuns presentes nos diferentes subtipos da doença. Indivíduos com o subtipo hemiplégico, mais raro e causa dor extrema e sintomas parecidos com os de um derrame, apresentaram o maior número de mutações. Também foram encontradas significativamente mais variações genéticas em pacientes que desenvolveram o transtorno antes dos 20 anos de idade, em comparação aos casos mais tardios.

"Nosso estudo apoia a hipótese de que os subtipos de enxaqueca são doenças geneticamente heterogêneas, e que a variação poligênica [combinação de genes que se acumulam de geração em geração] contribui significativamente para a agregação do transtorno em famílias, tanto nos casos comuns quanto nos raros", comenta Aarno Palotie, da Universidade de Helsinki. "Nós nos surpreendemos com o impacto das variantes comuns nas famílias. Porém, grande parte da predisposição genética a enxaquecas permanece sem explicação. É provável que estudos futuros revelem mais variantes de risco", completa.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade