Estado de Minas LITERATURA

Conheça a obra da mineira Ana Maria Gonçalves, eleita para a ABL

"Um Defeito de Cor", obra prima da autora, vendeu 2.000 cópias 24 horas após a eleição da escritora para a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras


postado em 14/07/2025 08:49 / atualizado em 14/07/2025 12:46

A escritora mineira Ana Maria Gonçalves(foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A escritora mineira Ana Maria Gonçalves (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
O dia 10 de julho de 2025 entrará para a história da literatura brasileira como a data em que a primeira mulher negra virou uma imortal da Academia Brasileira de Letras. Tendo recebido 30 dos 31 votos possíveis, a escritora mineira Ana Maria Gonçalves, 55 anos, passará a ocupar a cadeira de número 33, deixada pelo gramático Evanildo Bechara.
 
Nascida em 1970 em Ibiá, na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, Ana Maria é autora de uma das obras consideradas mais importantes da língua portuguesa, “Um Defeito De Cor” (Ed. Record, 982 páginas, R$ 89,90). O romance conta a história de Kehinde, mulher negra que, aos 8 anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.
 
“Um Defeito De Cor” foi eleito o melhor livro brasileiro do século XXI em júri do jornal Folha de S.Paulo e vendeu aproximadamente 180 mil cópias entre exemplares impressos e ebooks. Só nas 24 horas após a eleição da autora, a obra teve cerca de 2.000 exemplares vendidos. O romance de quase mil páginas entrou também, em 2024, na Lista Nielsen PublishNews, que aponta apresenta os autores e livros nacionais mais vendidos no Brasil nas categorias de ficção e não ficção
 
Mas a obra de Ana Maria Gonçalves vai muito além do livro lançado em 2006. Confira a seguir as obras da mais nova imortal da ABL:
 
  • “Ao lado e à margem do que sentes por mim” (Ed. Borboletras, 2002, Salvador). Romance marca a estreia de Ana Maria Gonçalves na literatura. Com narrativas curtas e crônicas que exploram os sentimentos sob a perspectiva de personagens negras e periféricas.

  • “Um defeito de cor”. Rio de Janeiro: Record, 2006. (romance). Vencedor do prestigioso Prêmio Casa de las Américas e incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.

  • “Uns e outros: contos espelhados” (Ed. TagLivros, 2018). Antologia organizada por Helena Terra e Luiz Ruffato cuja proposta foi reelaborar dez contos de grandes nomes da literatura mundial.

  • Como dramaturga, a autora escreveu “Tchau Querida” (São Paulo, 2016), obra que explora as relações interpessoais e o poder da narrativa na construção de histórias e que teve uma leitura dramática, em 2016, feita com direção de Wagner Moura. 

  • Em 2017, foi Ana Maria foi co-autora, juntamente com Felipe Oládélè e Ramon Brant, da peça teatral “Chão de Pequenos”, encenada pela Companhia Negra de Teatro, que aborda temas como abandono, racismo e laços afetivos, com foco em histórias reais sobre adoção. 

  • Ela também participou da escrita da opereta cênico-musical “PretOperItamar – O caminho que vai dar aqui” (2019) é sobre a vida do cantor e compositor Itamar Assumpção, escrita em parceria com a atriz e diretora mineira Grace Passô

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