
O velório será realizado nesta sexta-feira (26), a partir das 10h, no foyer do Palácio das Artes, no Centro de Belo Horizonte.
“A partida de Teuda representa uma perda imensurável para o Grupo Galpão, o teatro brasileiro e todos que tiveram o privilégio de conviver com ela. Ao mesmo tempo, fica a profunda gratidão pela alegria, pela força e pela luz raríssima que Teuda espalhou ao longo de tantos anos de vida e criação. Dividir o caminho com ela foi um presente — um exercício diário de amor, generosidade e coragem artística”, diz a nota publicada pelo grupo.
Nascida em Belo Horizonte, em 1º de janeiro de 1941, Teuda Bara era filha do major do Corpo de Bombeiros Augusto Mário França Fernandes e de Helena Magalhães Fernandes, enfermeira, cantora e parodista. Autodidata, nunca frequentou cursos formais de formação teatral.
Aos 30 anos, cursava Ciências Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais, onde teve contato com o teatro-jornal. No terceiro ano da graduação, abandonou o curso para iniciar trabalhos com o diretor Eid Ribeiro. Fundou o grupo Fulias Bananas, atuou ao lado de Zé Celso, em São Paulo, e, ao retornar a Belo Horizonte, inscreveu-se, em 1981, na oficina de teatro conduzida por George Froscher e Kurt Bildstein, integrantes do Teatro Livre de Munique — experiência que deu origem ao Grupo Galpão.
Além de ter atuado na maior parte dos espetáculos do grupo, também participou do espetáculo “K.Á” do Cirque de Soleil. No cinema, esteve em filmes como “O Palhaço”, de Selton Mello, “La Playa D.C” (produção franco-colombiana) de Juan Andrés Arango e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira (representante brasileiro no Festival de Berlim em 2017) e fez parte do elenco de “Órfãs da Rainha” de Elza Cataldo. Pelo curta “Ângela” (2019) da cineasta mineira Marília Nogueira, foi premiada no Festival de Brasília com o troféu Candango de Melhor Atriz.
Em 2023, foi uma das vencedoras da primeira edição do Prêmio Paulo Gustavo de Valorização do Humor e da Comédia. No 33º Prêmio Shell de Teatro, foi homenageada ao lado de Léa Garcia. Em 2024, estrelou o curta-metragem “Ressaca”, dirigido por Pedro Estada e inspirado no livro ‘Teuda Bara: comunista demais pra ser chacrete”. Já em 2025, recebeu o Grande Colar de Mérito Legislativo, honraria concedida a personalidades de destaque na história de Belo Horizonte.
Na televisão, participou de produções como “Meu Pedacinho de Chão”, de Luiz Fernando Carvalho, e da série “A Vila”, com Paulo Gustavo.
Teuda Bara deixa os filhos André e Admar.