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Estado de Minas EDUCAÇÃO

País vivencia esvaziamento do ensino superior

Levantamento mostra evasão de 30,1% na rede privada em 2016


postado em 28/09/2018 08:50 / atualizado em 28/09/2018 10:24

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Segundo levantamento feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) e divulgado na quinta, dia 27 de setembro, a evasão dos cursos do ensino superior no Brasil, em 2016, atingiu 30,1% na rede privada e 18,5% na rede pública. Nos cursos de educação a distância (EaD), o índice chegou a 36,6% na rede privada e a 30,4% na pública.

Ainda conforme os dados do Semesp, a evasão em 2015 foi de 28,6% na rede privada; e 18,4%, na pública. Nos cursos EaD, 34,2% nas instituições particulares e 28,7% nas públicas.

O levantamento detalha também a evolução do Programa de Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal. De 2010 a 2014, o número de contratos firmados pelo Fies cresceu 864% (eram 76 mil contratos em 2010 e passaram para 733 mil). Do final de 2014 até 2017, os contratos firmados caíram 77%, chegando a 287 mil em 2015, 204 mil em 2016 e 168 mil 2017. No primeiro semestre deste ano, foram ofertadas 80 mil vagas.

De acordo com a pesquisa, nos cursos presenciais, a maioria dos alunos matriculados (53,4%) possui de 19 a 24 anos; na rede pública, o percentual é de 57,9%; na rede privada, de 51,6%. A média geral é de 22 anos nos cursos presenciais.

Já nos cursos EaD, a média geral é de 30 anos. Nos cursos a distância na rede privada, o maior número (57%) encontra-se na faixa etária de 25 a 39 anos. Já na rede pública, 57,8% dos alunos está na faixa etária de 25 a 39 anos.

"O Brasil está perpetuando as gerações sem acesso ao ensino superior. Considerando a faixa etária do aluno do presencial e do EAD, aliada ao baixo crescimento e à estagnação dos cursos presenciais, é possível afirmar que o Brasil não está conseguindo ampliar o ingresso do jovem ao ensino superior. As principais razões são política de financiamento estudantil ineficiente, dificuldades de acesso ao ensino público e falta de motivação dos jovens", afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, em entrevista para a Agência Brasil.

O levantamento feito pelo sindicato paulista revela ainda que a taxa de escolarização líquida, que estima o percentual de jovens de 18 a 24 anos que estão matriculados no ensino superior, em relação ao total da população nessa mesma faixa etária, era de 18,5% em 2016. No total, havia 8,05 milhões de alunos matriculados no ensino superior nesse ano. Destes, 6,06 milhões em cursos presenciais (75%) e 1,99 milhão em cursos EaD (25%). Em comparação a 2015, o setor cresceu apenas 0,2%: uma leve queda de 0,3% na rede de ensino privada e um pequeno acréscimo de 1,9%, na rede pública.

"Historicamente, os jovens foram excluídos por anos do ensino superior. E ainda hoje a taxa líquida de escolarização no Brasil, entre os jovens de 18 a 24 anos, é de apenas 18%, bem abaixo da média mundial, e muito distante da meta 12 do Plano Nacional da Educação, que prevê ampliar para 33% o número de jovens no ensino superior até 2024", comenta Capelato.

(com Agência Brasil)

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