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Estado de Minas CAMPANHA

Depressivos precisam de empatia, diz especialista

Familiares e amigos devem se colocar no lugar do paciente


postado em 13/11/2018 17:42 / atualizado em 13/11/2018 17:16

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Nesta terça, dia 13 de novembro, foi lançada em São Paulo (SP) uma campanha de esclarecimento sobre a depressão, com enfoque na empatia, ou seja, na capacidade de familiares e amigos se colocarem no lugar da pessoa que sofre com a depressão. Segundo Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a empatia não é passar a mão na cabeça ou sentir pena de quem sofre com a doença, mas se colocar no lugar do outro. "É se reconhecer no outro. Nós na ABP falamos muito de combater o estigma da depressão e nada melhor que exercitar a empatia", comenta a especialista à Agência Brasil.

De acordo com a médica, esse sentimento envolve processos afetivos e cognitivos e se traduz na capacidade de perceber os sentimentos e emoções da outra pessoa, sem julgamentos. Ela lembra que as doenças mentais estão entre as 10 patologias mais prevalentes de um total de 32 condições incapacitantes para o trabalho.

Tratamento

Para Táki Cordás, coordenador de ambulatório no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, quanto menos desenvolvida é a sociedade, maior a demora para se buscar ajuda. "Estima-se que 70% das pessoas que precisam de tratamento não estão recebendo", diz ele.

Depois de alcançar o diagnóstico adequado, de 30% a 50% dos pacientes não continuam com o tratamento, um índice preocupante para Cordás. "Preciso lembrar que o antidepressivo não vícia, não muda a personalidade, não vai te deixar ligado. Assim como o indivíduo que tem hipertensão, diabetes, o depressivo precisa do medicamento", orienta à Agência Brasil.

Ele avalia que o tempo do tratamento pode variar conforme a quantidade de crises apresentadas pelo paciente. Dependendo do caso, pode ser de um ano ou, para aqueles que sofreram mais de três crises na vida, o tratamento pode durar a vida inteira. "A nossa medicina ainda é apenas controladora da doença".

De acordo com Táki Cordás, o paciente que toma a medicação por seis meses e decide descontinuar o uso tem 80% de chances de sofrer uma recaída.

(com Agência Brasil)

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