Publicidade

Estado de Minas ELETRICIDADE

Angra 3 pode sair do papel, diz ministro de Minas e Energia

Construção da usina nuclear pode custar até R$ 15 bilhões


postado em 23/01/2019 16:40 / atualizado em 23/01/2019 16:29

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em conversa com jornalistas nesta quarta, dia 23 de janeiro, o governo busca um parceiro para finalizar a construção da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro (RJ). Para ele, a usina é "estratégica" e "fundamental" para o país. As obras estão paradas desde 2015 e o custo da retomada dos trabalhos está estimado entre R$ 12,5 bilhões e R$ 15 bilhões.

Segundo Albuquerque, a busca de novos parceiros será realizada com a coordenação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que vai definir o melhor modelo. A expectativa do governo é que a usina entre em operação comercial em 2026.

"Angra 3 começou a ser construída há muito tempo, e já foi investido muito recurso nisso. Neste governo vai-se dar continuidade aos estudos que entenderam haver viabilidade econômica com a atração de investidores para concluir a usina. Vamos atrair para aquela meta de concluir em 2026", afirma o ministro aos jornalistas.

Ele diz que o debate em torno da matriz nuclear tem que ocorrer "sem preconceitos". "Trabalhei muitos anos no programa nuclear da Marinha, tenho um conhecimento que considero denso e não tenho pretensão de dizer o que vale, ou não", completa Albuquerque, que afirma ainda que não vê restrições a um parceiro estrangeiro na finalização da usina. "Não há comprometimento de nenhuma tecnologia sensível dentro da parceria para finalizar Angra 3, é apenas questão de investimentos para concluir as obras".

O ministro defende ainda a permanência da energia nuclear como parte da matriz energética brasileira. "Três países [Brasil, Estados Unidos e Rússia] possuem grandes reservas de urânio e dominam a tecnologia nuclear. Só esses três. Não entendo como um país como o nosso, de grandezas populacional, territorial e econômica, poderia abrir mão de uma matriz como essa", comenta Bento Albuquerque.

A discussão acerca da retomada das obras da usina remota a junho do ano passado, quando a Eletrobras, juntamente com sua subsidiária, a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e construção de Angra 3 firmou um memorando de entendimento com a empresa francesa Électricité de France (EDF) para promover cooperação na área nuclear.

O acordo prevê estudos sobre a possibilidade de a EDF colaborar com a retomada e conclusão das obras de Angra 3 e também no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil. A validade do memorando é de três anos, podendo ser estendida para até cinco anos.

"Além disso, a companhia francesa contribuirá com sua expertise para a operação de Angra 1 e Angra 2 na prevenção do envelhecimento de materiais, na identificação do risco de obsolescência de equipamentos, em manutenção e em treinamento", disse a Eletrobras na ocasião.

(com Agência Brasil)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade