
Quando montou seu negócio ali, Odilon vendia de três a cinco unidades por dia. Pouco tempo depois, passou a vender diariamente 60 livros para público variado, que vai de crianças a idosos. Em entrevista à repórter Geórgea Choucair, publicada no site da revista Encontro em maio de 2019, o livreiro contou que escolheu o ponto a dedo. "A área é nobre, até o lixo é mais rico", diz. A ideia de trabalhar com livros surgiu, segundo Odilon, do tempo em que trabalha com reciclagem e viu a quantidade grande de exemplares de boa qualidade jogados no lixão.
A maior parte dos livros queimados Odilon havia recebido de doações. Antes do vandalismo, ele já havia sido expulso do local, quando a prefeitura recolheu 2 mil exemplares. Na época, vizinhos se queixaram e advogados entraram com uma representação na administração municipal para que ele ficasse por ali. Graças ao apoio, conseguiu manter-se firme. Agora, Odilon conta novamente com a ajuda de vizinhos e clientes, para reerguer sua "livraria".