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Estado de Minas BEM-ESTAR

Própolis ajuda pacientes com doença renal crônica

O produto das abelhas reduz a perda de proteína pela urina


postado em 13/03/2019 13:41 / atualizado em 13/03/2019 13:53

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Todo mundo sabe que o extrato de própolis, que é extraído da resina produzida pela abelha, possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidante. Agora, cientistas descobriram que o ingrediente também gera efeito antiproteinúrico, ajudando a evitar a doença renal crônica. O estudo clínico buscou avaliar as propriedades da substância no tratamento dessa doença grave dos rins.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, cerca de 120 mil pessoas fazem hemodiálise (filtragem artificial do sangue) e o própolis pode ser um tratamento complementar para esses pacientes.

"Avaliamos 32 pacientes. Percebemos um resultado muito positivo, com redução do marcador inflamatório e uma menor perda de proteína [na urina], evitando que 40% de proteína fosse perdida. No início eles perdiam cerca de  mil miligramas por dia. Ao final de 12 meses, passaram a perder cerca de 600 mg/dia", revela o nefrologista Marcelo Augusto Duarte Silveira, da Faculdade de Medicina da USP, um dos autores da pesquisa, em conversa com a Rádio USP.

A doença renal crônica tem como principais causas o diabetes e a pressão alta. Então, o paciente precisa tomar também medicamentos para controlar esses problemas. O própolis atuaria como uma terapia coadjuvante, complementar, que "age imunomodulando um fator de transcrição dentro do núcleo da célula que produz localmente marcadores inflamatórios. Ela age como uma via em que as outras medicações não agem", afirma o médico.

A pesquisa, que teve início em 2015, utilizou o extrato de própolis verde como base de padronização. Este é apenas um dos 13 tipos de própolis existentes no Brasil, que variam de acordo com o clima e vegetação da região. O consumo da substância foi feito por meio de comprimidos, desenvolvidos a partir de uma parceria com a Apis Flora, de Ribeirão Preto (SP).

"Um fato interessante é que a abelha utiliza o própolis para proteger a colmeia, e nele não cresce fungo nem bactéria", lembra Marcelo Silveira à Rádio USP. Ele complementa dizendo que se trata de uma substância milenar. "Nas guerras greco-pérsicas, era utilizada para tratar feridas de soldados. No século XVII, já fazia parte de medicamento oficial em Londres. Então é algo bem antigo e utilizado por diversos povos ao redor do mundo, para diferentes finalidades".

(com Rádio USP)

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