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Estado de Minas DIAGNÓSTICO

Suor poderá ser usado para identificar câncer

Isso é o que aponta um estudo feito na USP


postado em 08/03/2019 10:23 / atualizado em 08/03/2019 10:27

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um estudo realizado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP descobriu que o suor pode ser uma boa alternativa para o diagnóstico de câncer, já que compostos voláteis com perfil diferenciado e em concentrações mais elevadas estão presentes no suor de pacientes com a doença.

Segundo a pesquisadora Fernanda Ferreira Souza Monedeiro, em entrevista para o Jornal da USP, esses compostos orgânicos voláteis (encontrados mais facilmente na forma gasosa) se apresentam com características diferentes nas amostras de suor de pessoas doentes. Para ela, o achado dá margem à interpretação de que "esses indivíduos exalam um perfil diferente de compostos com relação aos indivíduos saudáveis".

Os processos metabólicos normais levam o organismo humano a produzir naturalmente compostos orgânicos voláteis. Quando doente, o corpo apresenta processos diferenciados em suas células, produzindo, consequentemente, um conjunto diferente de substâncias.

Com essas informações, a equipe da USP investiu no suor como amostra biológica, analisando possíveis diferenças na composição desses voláteis. Como compostos em maior concentração nas amostras de suor positivas para câncer, ela encontrou os aldeídos lineares, fenol e 2-etil-1-hexanol.

Os resultados encorajam a busca pela dosagem combinada de um maior número de compostos voláteis. A pesquisadora acredita que, num futuro próximo, essa composição de voláteis orgânicos do suor possa informar mais detalhes para o diagnóstico de tumores, pois "ainda não conseguimos aprofundar muito acerca dos níveis ideais destes marcadores para nos indicar a extensão e o local do tumor".

As amostras usadas no estudo foram coletadas no Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP). A opção pelo suor, de acordo com Fernanda Monedeiro, se deu em função da facilidade na coleta da amostra, que "não é invasiva, tem composição pouco complexa e a boa correlação entre os níveis sanguíneos e as emanações da pele". Outro motivo que credencia o suor a se tornar uma ferramenta para diagnóstico precoce de câncer é a simplicidade no preparo da amostra.

Além da facilidade com o método diagnóstico, a pesquisadora aponta mais vantagens, como a alta sensibilidade e especificidade; a possibilidade de detecção de vários tipos de câncer; coleta não invasiva de amostra (sem causar dor ou constrangimento ao paciente); método acessível e relativamente de baixo custo para a análise.

Apesar de ainda exigir mais estudos, a utilização do suor para diagnóstico de tumores pode ser uma boa alternativa. Fernanda acredita que amostras de suor podem substituir, por exemplo, as de sangue para determinação do Antígeno Prostático Específico, o exame de PSA que detecta câncer de próstata, por exemplo.

(com Jornal da USP)

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