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Estado de Minas ALERTA

Pais mais velhos podem aumentar risco de esquizofrenia infantil

Estudo vê relação entre idade paterna e problemas para a criança


postado em 02/04/2019 10:30 / atualizado em 02/04/2019 10:41

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Decidir adiar a gravidez pode representar um problema, já que a fertilidade da mulher começa a decair por volta do 30, 40 anos, até a chegada da menopausa aos 50 anos. Além disso, segundo um estudo publicado em fevereiro deste ano na revista científica Biological Psychiatry, a idade do pai também é importante para o adequado desenvolvimento dos filhos, já que foi descoberta uma relação entre a paternidade tardia e o risco crescente de esquizofrenia juvenil, uma forma severa da doença que se apresenta em menores de 18 anos e é associada a outras anomalias genéticas.

Os pacientes que participaram do estudo tinham genitores normais e nenhum histórico familiar de distúrbio mental, portanto seus casos foram produto de mutações genéticas no esperma paterno, acumuladas com o avançar da idade, já a partir dos 35 anos.

"Cada 10 anos adicionais de idade paterna acrescentam 30% à probabilidade de esquizofrenia juvenil", comenta a cientista Shi-Heng Wang, principal autora da pesquisa, citada pela emissora estatal alemã Deutsche Welle. A idade materna, em contrapartida, não tem qualquer efeito sobre o risco dessa doença.

A probabilidade de transtornos do espectro autista é 5,57 vezes mais elevada com pais acima de 40 anos do que nos com menos de 30. Déficit de atenção, distúrbio de hiperatividade (TDAH), psicose, transtorno bipolar, tentativas de suicídio e abuso de substâncias foram igualmente associados à idade dos pais.

O mesmo se aplica ao risco de leucemia linfoblástica aguda infantil e outros cânceres em fases posteriores da vida, como o da mama ou da próstata. A relação também se observou em defeitos congênitos raros, aborto espontâneo e morte fetal, conforme a emissora.

Outro estudo, da Universidade de Stanford,nos Estados Unidos, envolvendo 40,5 milhões de nascimentos entre 2007 e 2016, revela que filhos gerados por homens acima dos 35 anos apresentam risco maior de peso baixo ao nascer, convulsões e outras condições anormais. Por exemplo: pais acima de 45 anos teriam 14% mais probabilidade de ter bebês prematuros, e acima dos 50 anos a percentagem sobe para 28%.

Surpreendentemente, a pesquisa também revelou uma relação com as chances de a mãe desenvolver diabetes gestacional durante a gravidez, as quais se elevam em até 34% se o pai tem 55 anos ou mais. Os cientistas supõem que o fato possa estar associado à placenta materna.

"A decisão de ter uma criança e a escolha do momento são complexas", observa o médico Michael Eisenberg, da Escola de Medicina da Universidade de Stanford e coordenador do estudo, citado pela Deutsche Welle.

Embora a probabilidade desses efeitos adversos não seja enorme, trata-se de informações importantes para genitores em potencial ao planejar suas famílias, sobretudo com a atual tendência de gerar filhos cada vez mais tarde, explica. "Os homens não devem achar que têm prazo ilimitado, mas saber que os riscos aumentam modestamente à medida que envelhecem", alerta Eisenberg.

(com Deutsche Welle)

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