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Estado de Minas MERCADO

Próximo presidente terá de lidar com o desemprego

Criação de vagas de trabalho é um grande desafio


postado em 03/10/2018 13:43 / atualizado em 03/10/2018 13:35

(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Divulgação)
(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Divulgação)

Seja quem for o presidente eleito, a perspectiva de adoção de medidas que resultem na diminuição do desemprego será um dos maiores desafios para o candidato vitorioso. De acordo com o IBGE, o Brasil conta com 12,7 milhões de pessoas desocupadas, um contingente maior do que a população da cidade de São Paulo e de países como Bolívia, Bélgica ou Cuba.

Levantamento feito pela Agência Brasil a partir de dados do IBGE (desde o 2º trimestre de 2012) mostra que, em seis anos, o número de pessoas com 14 anos ou mais sem emprego cresceu 1,88%.

Cinco de 12 setores avaliados tiveram desempenho negativo, sendo que o setor de agricultura, pecuária, produção florestal e pesca sofreu queda de 19,27% no número de pessoas ocupadas. No período, o destaque positivo foi do setor de alojamento e alimentação, que teve alta de quase 35% no número de pessoas ocupadas.

Felipe Vella Pateo, técnico que produz dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Cadeg), do Ministério do Trabalho, pondera à Agência Brasil: "Mudanças na política sempre podem afetar o crescimento econômico e consequentemente a geração de emprego. Difícil fazer uma previsão para além de 2018". De janeiro a agosto, foram criadas aproximadamente 568 mil vagas com carteira assinada.

Medo do desemprego

Pesquisa de opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita no final de junho em 128 municípios (amostra de 2 mil pessoas entrevistadas), confirma a percepção sobre a importância do emprego. O levantamento mostra que o medo de perder o trabalho aflige quase 68% dos brasileiros. Em mais de 20 anos da pesquisa da CNI, esse é o maior índice atingido – 18,3 pontos percentuais acima da média histórica de 49,6%.

O medo de perder o trabalho aflige quase 68% dos brasileiros.

A capacidade de gerar emprego deverá ser uma das principais preocupações do novo presidente após a posse em janeiro de 2019. Conforme economistas ouvidos pela Agência Brasil, o aumento da oferta do emprego pode ser resposta positiva e também elemento indutor à retomada do crescimento econômico.

"Independentemente de quem ganhe, o grande desafio será gerar emprego", assinala Maria Andréia Lameiras, da área de macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea). Segundo a especialista, que edita carta de conjuntura sobre mercado de trabalho, o governo tem tradicionalmente protagonismo para provocar contratações.

"Emprego só vem com a volta do investimento. Principalmente, investimento em construção e em infraestrutura, que são bons gastos para melhorar a competitividade do país", avalia Lameiras.

Quem também assinala o papel que o governo poderá assumir para estimular a economia e gerar mais empregos é Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "É necessário o aporte de recursos e a adoção de políticas públicas de efeito multiplicador", defende o especialista à Agência Brasil.

(com Agência Brasil)

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