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Estado de Minas INOVAÇÃO

Startups mineiras querem mais espaço para crescer

Harlen Duque, presidente de entidade que representa grandes empresas do setor de tecnologia, fala sobre o futuro do setor


postado em 29/03/2019 14:48 / atualizado em 29/03/2019 14:59

O presidente da Sucesu Minas, Harlen Duque, entrega pauta do setor de tecnologia para o subsecretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Victor Becho(foto: Filipe Rhodes )
O presidente da Sucesu Minas, Harlen Duque, entrega pauta do setor de tecnologia para o subsecretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Victor Becho (foto: Filipe Rhodes )
 

A tecnologia transforma em alta velocidade o modo como as pessoas se relacionam e se locomovem, além de suas experiências cotidianas. Você já parou para pensar que quase ninguém sai e volta para casa do mesmo jeito que fazia há cinco anos? Por outro lado, essa mesma tecnologia desafia negócios tradicionais a transformar o modo como desenvolvem e vendem os seus produtos.

Minas é um berço importante de startups, empresas de alto crescimento que podem ajudar neste processo de transformação. Elas estão prontas para criar soluções inovadoras que simplificam a vida cotidiana, reduzem custos e ao mesmo tempo aumentam a produtividade. O estado, terceiro lugar no ranking nacional como centro de startups, precisa se organizar melhor para atender o setor. É o que diz o presidente da Sucesu Minas (entidade que representa grandes empresas do setor de tecnologia), Harlen Duque. “Temos muitos neurônios, mas faltam sinapses”, diz. 

Segundo Harlen, o ambiente atual está muito competitivo. “Precisamos melhorar isso e fazer com que os vários agentes passem a colaborar entre si e assim promover mais desenvolvimento para o estado.” São muitos os caminhos, mas um dos pontos chaves é melhorar o diálogo e o trabalho conjunto entre universidades, criadoras do conhecimento e as empresa, que podem funcionar como laboratórios. O site conversou com Harlen durante evento que reuniu empresas do setor de tecnologias no Clube Chalezinho, na último dia 26.



Como você está vendo o setor de startups em BH?


Temos no estado uma indústria muito produtiva, com muitos talentos, mas estamos muito desorganizados. Apenas no San Pedro Valley são de mais de 20 iniciativas do mesmo tamanho e proporção. São vários centros de aceleração. Apesar desse grande potencial,  Minas está atrás de São Paulo e Rio Grande do Sul, estados que estão mais organizados, com a iniciativa privada e o governo juntos, em processo de sinergia.


Vocês enxergam possibilidades de investimentos do estado, ou de uma expansão das linhas de crédito?

 

As linhas de crédito são essenciais para o setor de tecnologia, mas por enquanto vemos que existe uma dificuldade para investimentos. O novo governo, no entanto, está com um discurso diferente, disposto a agir como facilitador dos processos, o que é essencial. O governo deve agir como catalizador, para identificar quais ações tem maturidade para receber investimentos. Como mediador do setor, o governo pode ajudar, por exemplo, o jovem empreendedor que tem um bom produto, mas tem dificuldade de se conectar com o investidor a estabelecer esse contato. O P7 criativo (prédio na Praça Sete que deve ser inaugurado no segundo semestre) é um projeto do governo de Minas por meio da Fiemg,  Cotemig e Fapemig, que é um bom exemplo do modelo de ação que precisamos. É um excelente local para trazer representantes das universidades e das associações para uma presença física no mesmo espaço. A criação dessa infraestrutura, no dia a dia, vai facilitar essa sinergia, facilitar que as pessoas consigam criar sinapses e sinergias, trazendo desenvolvimento para o estado.


E as parcerias entre a universidade e os demais segmentos do setor?

 

Nas cidades do mundo que tiveram sucesso na criação de novas tecnologias as universidades foram protagonistas, criando e encubando projetos que vieram a se transformar em startups e depois em grandes empresas no mundo. Aqui ainda existe um distanciamento. Uma das causas é a falta de direcionamento do governo em definir a matriz de tecnologia como uma matriz viável para o estado na geração de emprego e renda. É claro que quem faz são as empresas, mas o estado é muito importante para chamar e organizar essa interação entre os diversos segmentos. Juntos, a universidade pode criar e as empresas funcionam como grandes laboratórios. Esse é o caminho.  


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