
Entre os negócios que estão on-line, 59,5% realizam vendas pela internet, enquanto 33,8% mantêm apenas a presença digital, sem comercialização de produtos ou serviços. A maioria começou a atuar no meio digital nos últimos cinco anos — 43,8% operam entre três e cinco anos e 5,9% estão nesse mercado há mais de uma década.
A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, destaca que o comércio eletrônico tem se consolidado como ferramenta essencial para o varejo. “Os dados revelam um cenário de crescente adesão às plataformas digitais por parte dos empresários do varejo, com 76,6% das empresas que já possuem presença on-line e 59,5% realizando vendas pela internet. A tendência evidencia não apenas as adaptações às novas demandas dos consumidores, mas também a busca por maior competitividade, adesão e fidelização de clientes no mercado. O e-commerce ganha cada vez mais relevância na dinâmica do varejo, com os avanços tecnológicos e modernização das estratégias impulsionados pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conectados, utilizando a internet não apenas como canal de compra, mas também para realizar pesquisas de preços, avaliações de qualidade e tendências do mercado. O universo digital se consolida não apenas como uma opção, mas como uma necessidade estratégica para a competitividade do setor varejista”, afirma.
A pesquisa mostra ainda que o WhatsApp Business é o principal recurso usado pelas empresas para se conectar com os clientes. O aplicativo é utilizado por 75,1% dos estabelecimentos com presença digital tanto para divulgar quanto para vender produtos. Um total de 61,5% finaliza as vendas pelo WhatsApp, mas usa outras formas de pagamento. Além disso, 34,3% dos empresários mantêm um catálogo com produtos e preços dentro do app.
Entre as redes sociais, o Instagram é a ferramenta dominante. Está presente em 99,3% das empresas com atuação digital, e 96,5% delas também realizam vendas por meio da plataforma. Já o Facebook aparece em 36,6% dos casos, mas apenas 23% das empresas utilizam a rede para vender. No total, 61,1% das empresas afirmam comercializar seus produtos pelas redes sociais, e 72,8% oferecem a possibilidade de retirada na loja física.
Apesar da expansão, o peso do e-commerce no faturamento das empresas ainda é limitado. Para 55,2% dos empresários, as vendas virtuais representam entre 10% e 20% do total. A frequência de compra on-line também varia: 37,3% dos consumidores retornam semanalmente, enquanto 36,8% compram uma vez por mês.
A venda por marketplaces ainda não é uma prática consolidada: apenas 12,4% das empresas entrevistadas usam essas plataformas. Dentre elas, 34,8% vendem pelo iFood e outros 34,8% pela Shopee. Já os sites próprios são mantidos por 21,1% das empresas, sendo que 74,4% deles funcionam como loja virtual.
Por outro lado, também existem negócios que resistem a entrar no meio digital. Os principais motivos apontados são falta de interesse, preferência pelo modelo tradicional de atendimento, tamanho da empresa e falta de tempo. A pesquisa mostra que 85% das empresas que não estão na internet pretendem continuar assim. Outras 7,4% dizem ter planos de iniciar vendas on-line em até um ano, e 3,2% projetam essa mudança para um prazo mais longo. Um grupo de 4,2% não soube ou preferiu não responder.
Entre os empresários que querem começar a vender pela internet, 60% afirmam que gostariam de receber algum tipo de apoio ou orientação nesse processo. Os principais obstáculos enfrentados são a ausência de planejamento (62,5%) e de tempo (43,8%). Também foram citados o porte da empresa (18,8%), a escassez de mão de obra especializada (12,5%) e o fato de o negócio ser recente (6,3%).
Já entre os que não têm interesse em vender pela internet, as razões mais mencionadas foram a falta de interesse (51,8%) e a preferência pelo atendimento presencial (38,2%).