Estado de Minas ECONOMIA

Quase 60% do comércio mineiro já realiza vendas pela internet

Levantamento da Fecomércio MG aponta que 76,6% das empresas estão on-line e 59,5% já usam a internet como canal de vendas e relacionamento com clientes


postado em 04/08/2025 09:04 / atualizado em 04/08/2025 09:19

Pesquisa mostrou que o WhatsApp Business é o principal recurso usado pelas empresas para se conectar com os clientes(foto: Divulgação)
Pesquisa mostrou que o WhatsApp Business é o principal recurso usado pelas empresas para se conectar com os clientes (foto: Divulgação)
A cada ano, mais empresas mineiras têm apostado no ambiente digital como estratégia de crescimento e relacionamento com os clientes. É o que aponta a Pesquisa E-commerce 2025, realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG entre os dias 1º e 7 de julho, com 406 empresas do estado. De acordo com o levantamento, 76,6% dos estabelecimentos do comércio já estão presentes na internet — um salto em relação aos 64,3% registrados em 2024 e aos 57,1% de 2023.

Entre os negócios que estão on-line, 59,5% realizam vendas pela internet, enquanto 33,8% mantêm apenas a presença digital, sem comercialização de produtos ou serviços. A maioria começou a atuar no meio digital nos últimos cinco anos — 43,8% operam entre três e cinco anos e 5,9% estão nesse mercado há mais de uma década.

A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, destaca que o comércio eletrônico tem se consolidado como ferramenta essencial para o varejo. “Os dados revelam um cenário de crescente adesão às plataformas digitais por parte dos empresários do varejo, com 76,6% das empresas que já possuem presença on-line e 59,5% realizando vendas pela internet. A tendência evidencia não apenas as adaptações às novas demandas dos consumidores, mas também a busca por maior competitividade, adesão e fidelização de clientes no mercado. O e-commerce ganha cada vez mais relevância na dinâmica do varejo, com os avanços tecnológicos e modernização das estratégias impulsionados pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conectados, utilizando a internet não apenas como canal de compra, mas também para realizar pesquisas de preços, avaliações de qualidade e tendências do mercado. O universo digital se consolida não apenas como uma opção, mas como uma necessidade estratégica para a competitividade do setor varejista”, afirma.

A pesquisa mostra ainda que o WhatsApp Business é o principal recurso usado pelas empresas para se conectar com os clientes. O aplicativo é utilizado por 75,1% dos estabelecimentos com presença digital tanto para divulgar quanto para vender produtos. Um total de 61,5% finaliza as vendas pelo WhatsApp, mas usa outras formas de pagamento. Além disso, 34,3% dos empresários mantêm um catálogo com produtos e preços dentro do app.

Entre as redes sociais, o Instagram é a ferramenta dominante. Está presente em 99,3% das empresas com atuação digital, e 96,5% delas também realizam vendas por meio da plataforma. Já o Facebook aparece em 36,6% dos casos, mas apenas 23% das empresas utilizam a rede para vender. No total, 61,1% das empresas afirmam comercializar seus produtos pelas redes sociais, e 72,8% oferecem a possibilidade de retirada na loja física.

Apesar da expansão, o peso do e-commerce no faturamento das empresas ainda é limitado. Para 55,2% dos empresários, as vendas virtuais representam entre 10% e 20% do total. A frequência de compra on-line também varia: 37,3% dos consumidores retornam semanalmente, enquanto 36,8% compram uma vez por mês.

A venda por marketplaces ainda não é uma prática consolidada: apenas 12,4% das empresas entrevistadas usam essas plataformas. Dentre elas, 34,8% vendem pelo iFood e outros 34,8% pela Shopee. Já os sites próprios são mantidos por 21,1% das empresas, sendo que 74,4% deles funcionam como loja virtual.

Por outro lado, também existem negócios que resistem a entrar no meio digital. Os principais motivos apontados são falta de interesse, preferência pelo modelo tradicional de atendimento, tamanho da empresa e falta de tempo. A pesquisa mostra que 85% das empresas que não estão na internet pretendem continuar assim. Outras 7,4% dizem ter planos de iniciar vendas on-line em até um ano, e 3,2% projetam essa mudança para um prazo mais longo. Um grupo de 4,2% não soube ou preferiu não responder.

Entre os empresários que querem começar a vender pela internet, 60% afirmam que gostariam de receber algum tipo de apoio ou orientação nesse processo. Os principais obstáculos enfrentados são a ausência de planejamento (62,5%) e de tempo (43,8%). Também foram citados o porte da empresa (18,8%), a escassez de mão de obra especializada (12,5%) e o fato de o negócio ser recente (6,3%).

Já entre os que não têm interesse em vender pela internet, as razões mais mencionadas foram a falta de interesse (51,8%) e a preferência pelo atendimento presencial (38,2%).

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