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Estado de Minas

Programa de domingo


postado em 28/11/2011 09:38

O português Gonçalo Pimentel com a mulher, Marta, e os filhos Afonso e Carlota, no Ah!Bon(foto: Paulo Márcio, João Carlos Martins, Walmir Monteiro, Leo Araújo)
O português Gonçalo Pimentel com a mulher, Marta, e os filhos Afonso e Carlota, no Ah!Bon (foto: Paulo Márcio, João Carlos Martins, Walmir Monteiro, Leo Araújo)

Sem culpa nenhuma

 

O bom serviço, a decoração moderna e as mesas na varanda são um convite à preguiça e à contemplação no Ah!Bon Café, na Savassi. Inspirada nas pâtisseries e rôtisseries francesas, a casa oferece serviço de café da manhã no sistema à la carte. O café colonial, que sai a R$ 28,50 e serve duas pessoas, possui interessante variedade de pães e brioches, que inclui quitutes típicos como o congolais, a madeleine, o financier e o palmier. Geleias e mel, chá ou chocolate quente completam o pacote. Servidos à parte, os cafés custam a partir de R$ 3 (expresso). E para quem não tem culpa na consciência de começar o dia com uma carga calórica extra, o forte da casa são os doces, como os macarons (de cupuaçu, limão, manga, banana, maracujá, chocolate, pistache e nozes) ou o Pain Perdu (brioche quente servido com sorvete de creme, morangos frescos, chantilly e coulis de frutas vermelhas).

 

Onde: Ah!Bon Café (rua Fernandes Tourinho, 801, Lourdes, 3281-6260). Aos sábados, domingos e feriados, a partir das 9h

 

Primeira refeição da semana, a mais importante do dia para muitos, o café da manhã dominical pode ser uma ocasião especial quando servido fora de casa. Seja para um amanhecer a dois, com muito charme e romantismo, ou simplesmente para evitar o trabalho de colocar a mesa para toda a família no dia de descanso, o hábito de sair para tomar café nos fins de semana caiu no gosto do belo-horizontino. Nos últimos anos, uma série de restaurantes, supermercados, docerias, cafeterias e, claro, padarias da capital passaram a oferecer este serviço para o freguês que busca sossego e praticidade para começar bem a semana.

 

E se os mineiros estão aprendendo a desfrutar de alguns confortos e novidades, trata-se de um antigo costume lusitano, como destaca o português Gonçalo Pimentel, 44 anos. Ao lado da mulher Marta, 43, e dos filhos Afonso, 12, e Carlota, 10, Gonçalo considera a manhã de domingo um momento precioso para a família: “Em Portugal, tomávamos o café da manhã na pastelaria. Trouxemos esse hábito para o Brasil e ficamos surpresos em ver que aqui há boas opções”, diz o engenheiro. “É o momento de relaxar, de reunir a família em torno da mesa. Domingo é o dia para se fazer o mínimo possível”, completa. O casal costuma frequentar o Ah!Bon porque, segundo a psicóloga Marta, o atendimento à mesa é um conforto a mais. “Às vezes dá preguiça de ir ao bufê escolher. Aqui você se senta e é servido”, diz.

 

Opinião semelhante tem o francês Pierre Meunier, 26 anos, que circula pela cidade nas manhãs de domingo na companhia da mulher, a paulista Elisa Ribeiro, também de 26 anos. Eles são habitués da Casa Bonomi, da Infinita e também do Ah!Bon. “Gosto de tomar café na rua pelo prazer de gastar um tempo comigo mesmo, de me perder em meus pensamentos sem preocupações”, diz o matemático, que elogia o serviço brasileiro. “Na França, come-se muito pela manhã, mas em casa. Nesse sentido, o Brasil é um sonho, pois os cafés são muito bem servidos nas cafeterias e nos hotéis”, completa Pierre.

 

Bom serviço e conforto é o que faz a jornalista e gerente de projetos Juliana Costa Gonçalves, 42 anos, começar a semana fora de casa ao lado da família: “É uma questão de praticidade no domingo, de não ter de encarar a cozinha. E é um programa familiar, uma oportunidade de conviver com minhas filhas, de viver uma experiência agradável”. diz Juliana, que sugere o bufê do Super Nosso Gourmet Xuá. “É delicioso”, garante.

 

Já para o casal de psicanalistas Lúcia e Lúcio Roberto Marzagão, experimentar um novo café é o começo de um bom domingo. “Reservamos um horário na nossa agenda para a manhã do domingo, para não ver o tempo passar”, diz Lúcia, que destaca a qualidade do café puro do Santa Sophia. “É especial”, sugere.

 

Presença constante no Status Café Cultura e Arte, a nutricionista Elisângela Barbosa, de 32 anos, destaca a diversidade do cardápio como bom motivo para sair de casa com o marido, o australiano Phil Day, de 37. “A gente sempre toma o café de domingo na Status porque é perto de casa, tem muitas opções, possui um bufê variado e o ambiente é ótimo, com banda tocando e sempre frequentado por muitos estrangeiros”, analisa.

 

Seguindo esse roteiro, selecionamos 10 estabelecimentos da capital que servem cafés da manhã nos fins de semana. O critério adotado foi a diversidade de serviços e preços, com opções para todos os gostos.

 

Café coado na mesa

 

Em uma casa dedicada aos apreciadores do café, a bebida deve ser o grande trunfo. É o caso do Santa Sophia, aconchegante bistrô no bairro de Lourdes. Tipo gourmet e de produção própria, o grão é superior e deve ser apreciado com “todos os sentidos”, como diz a barista e empresária Magda Dias Leite. Por isso, ela desenvolveu o “café de coador”, utensílio com o qual a bebida é coada na mesa, diante do cliente. “O ritual visa a experiência sensorial de sentir o aroma do pó, do coador, de tomar o café mais fresco possível”, diz Magda. Cobrado à parte (R$ 4,80), o “café de coador” usa exatamente o mesmo pó – café do cerrado, 100% arábico – que é servido no bufê. Nesse caso, o menu self service tem pães de queijo, geleias artesanais, bolos, frutas da estação, pães, manteiga, granola, iogurte, presunto, queijos, torradas gratinadas, ovos mexidos com bacon, salsichinha, bolachas, suco, leite e chá, e sai a R$ 25 por pessoa.

 

Onde: Café Bistrô Santa Sophia (rua Bárbara Heliodora, 59, Lourdes, 3292-4237). O Café da Manhã Santa Sophia é servido aos domingos, das 9h às 12h. Bufê livre, com sucos, chocolate, café e chás: R$ 25

 

Volta ao mundo

 

Pode-se dizer que na Casa Infinita o café da manhã vale o quanto pesa. Sob o comando do chef Ivo Faria e do “padeiro artesanal” Germano Dias (foto), o estabelecimento oferece diversidade de pães, bolos e assados frescos. “Temos realmente uma infinidade de pães de vários países do mundo”, diz Germano, destacando, por exemplo, o do tipo prosciutto (presunto parma como recheio de massa italiana). A parte da quitanda, com caçarolas, broas, rabanadas e outros quitutes, também merece destaque. “Temos um biscoito frito de polvilho que não se encontra fácil”, continua o padeiro. A cafeteria serve uma boa carta de bebidas quentes.

 

Onde: Casa Infinita (rua Ceará, 1.118, Savassi, 2531-4888). De segunda a sexta, das 7h às 11h, e aos sábados e domingos, das 7h às 12h. Self service a R$ 32,90 (o quilo)

 

Ao gosto do freguês

 

Tomar café da manhã na padaria pode ser verdadeira experiência gastronômica se o local escolhido for a Casa Bonomi, na Savassi. Reconhecida pela qualidade e autenticidade de seus produtos desde que abriu as portas, em 1996, a casa possui ampla diversidade de pães, que podem ser recheados ou aquecidos ao gosto do freguês, na hora – o croissant tradicional, amanteigado, fica ótimo com queijo minas. O cardápio, relativamente conservador, oferece salada de frutas, coalhada com granola, queijos, ovos caipiras mexidos com torradas (R$ 12), além de panquecas de queijo, presunto, banana ou maçã. A cesta de pães básica contém geleia de frutas vermelhas e mel, e sai a R$ 4. Entre as bebidas quentes, o expresso custa R$ 5. O mix de produtos conta ainda com carpaccio, sanduíches e saladas e, segundo a proprietária, Paula Bonomi, atende ao gosto do mineiro. “O que ficou no cardápio é resultado da experiência, é o que realmente sai”, diz Paula.

 

Onde: Casa Bonomi (rua Cláudio Manoel, 460, Savassi, 3261-3460). De terça a sábado, das 8h às 22h30, e aos domingos, das 8h às 20h. Serviço à la carte

 

Nem precisa ser hóspede

 

Único hotel cinco estrelas da cidade, o Ouro Minas tem serviço de café da manhã que agrada a gregos e troianos ou a gente de qualquer país. Dos calóricos ovos com bacon e salsicha aos finíssimos pães light, passando pelos waffers com chocolate e por uma extensa variedade de queijos e frios, frutas de época e exóticas, cereais, iogurtes e sucos. Os ovos mexidos, mistos e omeletes convidam a ousadias, com seus recheios sob encomenda preparados na hora. Doces e bolos típicos de Minas se mesclam a iguarias requintadas e coberturas açucaradas. Ah, e tem os pães de queijo recém-saídos do forno. Os produtos são constantemente renovados e reorganizados, de maneira a parecer que o café acabou de ser servido, como explica o chef Anderson Luís (foto). O estilo self service agiliza o processo para quem tem pressa, mas se a proposta for aproveitar a manhã, o garçom traz à mesa o que for pedido. Água, café, leites, chocolates e chás estão incluídos e o freguês não precisa ser hóspede do hotel.

 

Onde: Ouro Minas – Hotel (av. Cristiano Machado, 4.001, Ipiranga, 3429-4000). Café da manhã de segunda a sexta-feira, das 5h às 10h, e aos sábados, domingos e feriados, das 5h às 10h30, a R$ 29 por pessoa

 

Natureba com sabor

 

Em meio aos aromas do Mercado do Cruzeiro se encontra o Formoso Cozinha Natural, estabelecimento que tem como diferencial os produtos orgânicos e integrais. Muito procurada por veganos e vegetarianos, a casa trabalha com serviço à la carte e tem opções singulares, como o suco de amora natural (R$ 4,20) nesta época do ano. “Oferecemos o que há disponível nas feiras de produtos orgânicos”, explica a empresária Marina Farah (foto). “Nossas frutas são livres de agrotóxicos, nossos assados não levam nada de origem animal”, completa. Os destaques são a torta de legumes com massa integral (R$ 4,40), o pastel assado com recheios variados – o de couve-flor com azeitonas é uma ótima pedida e sai a R$ 3 – e os pães integrais, doces e salgados, feitos pelo restaurante de cozinha natural da família. Doces e geleias, aliás, são ricos em oferta, todos feitos com açúcar mascavo ou stevia.

 

Onde: Formoso Cozinha Natural (rua Ouro Fino, 452, box 21, Mercado do Cruzeiro). De segunda a sábado, das 8h às 10h30. Também aos domingos a partir de dia 20 de novembro. Serviço à la carte

 

De dar água na boca

 

O cuidado com o preparo dos produtos é o que chama atenção quando se chega à área do café da manhã da Colombina, na Floresta. A panificadora produz uma grande variedade de pães, folhados, minissanduíches, bolos, petit-four e biscoitos (foto), “tudo novinho, fresco e montado na hora”, explica a proprietária Eugênia Procópio. Segundo ela, muitos dos produtos têm origem artesanal ou são segredo de família. “Isso aqui parece uma comunidade do interior. Fazemos tudo na casa, as receitas são todas nossas. Mas muitos fregueses trouxeram suas sugestões”, explica a empresária, que responde também pelo cardápio da Confeitaria Momo – não por acaso, a bancada de doces e tortas da panificadora é de dar água na boca. A Colombina trabalha com o sistema self service; cafés, sucos e chás são cobrados à parte. Apesar das poucas mesas, o ambiente é aconchegante e despojado, e agrada pela agilidade do serviço.

 

Onde: Panificadora Colombina (rua Itajubá, 551, Floresta, 3422-6952). Diariamente, das 6h às 11h. Self service a R$ 25,90 o quilo

 

Música ao vivo no cardápio

 

Após anos servindo um dos mais reconhecidos cafés da manhã de domingo da cidade, o Status Café Cultura e Arte inovou e cresceu. Há pouco mais de três meses inaugurou, a uma centena de metros
da tradicional livraria, um amplo restaurante para 500 pessoas, com mesas de confraria, mezanino e, claro, livros por todo lado. Ao centro, a mesa do bufê impressiona pelo colorido, quantidade e diversidade de queijos, pães, tortas, frutas e sucos. Há de tudo um pouco, e o que não estiver lá o garçom providencia. O ambiente familiar é muito procurado por grupos de pessoas que desejam realmente despender um bom tempo na primeira refeição da semana. A partir das 8h, o cliente tem acesso ao bufê do café da manhã, no qual pode se servir à vontade. Às 10h começa a música ao vivo, sempre um instrumental de reconhecida excelência. Ao meio-dia a mesa do café é retirada, mas inicia-se imediatamente o serviço do almoço, com rodízios de sushi e massas. Desde que o freguês não deixe o recinto, café e almoço estão incluídos na taxa única de R$ 25. “Essa promoção é um sucesso. Há grupos que vêm celebrar datas ou se reunir aqui aos domingos e ficam por horas”, diz o gerente Ivan Oliveira.

 

Onde: Status Café Cultura e Arte (rua Tomé de Souza, 831, ou avenida Getúlio Vargas, 1.238, Savassi,
3261-2071). Domingos, a partir das 8h. Bufê a R$ 25 (por pessoa) inclui café da manhã e almoço

 

Tudo feito na hora

 

Fartura e bom preço são os melhores atrativos do café da manhã servido no restaurante Magnífico, do supermercado Super Nosso Gourmet, no Xuá, no alto da avenida Nossa Senhora do Carmo. Por R$ 12,90, o freguês pode ser servir à vontade em um bufê completo, com sucos, café, frutas – bem maduras e diversificadas –, doces e tortas. Os pães especiais light, como o de iogurte e os de cereais, são boa pedida, sempre renovados. Apesar do conceito self service, garçons colocam-se à disposição, no caso de o cliente desejar algum prato quente, como sanduíches ou ovos mexidos. Como dito, tudo feito na hora. A decoração sóbria e espaçosa tem como diferencial também a vista. De um lado, ampla janela permite um olhar panorâmico da cidade. De outro, com o devido isolamento acústico, observa-se a ampla padaria do supermercado. “São produtos próprios, bem diversificados. O serviço é ao gosto do freguês, que pode escolher algo do supermercado e degustar no espaço gourmet”, explica a coordenadora de marketing da casa, Adrianne Perez. A jornalista e gerente de projetos Juliana Costa Gonçalves (foto) recomenda.

 

Super Nosso Gourmet – Magnífico (av. Nossa Senhora do Carmo 2.780, Santa Lúcia, 3264-1789). O bufê de café da manhã é servido aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 11h, e custa R$ 12,90 por pessoa

 

À moda alemã

 

A iguaria que dá nome à casa é pedida obrigatória no Strudel Haus, estabelecimento de inspiração alemã localizado no alto da avenida Afonso Pena. O folhado tradicional, com maçã, é ótimo; mas há outros sabores, como o de abacaxi e o de chocolate. O quitute, assim como todos os outros itens oferecidos no bufê do café da manhã, são vendidos a R$ 29,99 o quilo. A variedade de pães e bolos simples ou cremosos também chama atenção. “Nossos pães e bolos são todos feitos na casa”, explica o gerente Jonas Bitter, destacando que as receitas mantêm as origens europeias. O menu conta com mesa de frios e sanduíches, além de ovos mexidos, creme de tapioca, empadas, pães de queijo e, claro, salsichas. Para compor a mesa, algumas frutas também estão no cardápio, mas sem muita variedade – abacaxi, mamão, melão, etc. Bebidas são pedidas à parte e o café sai a partir de R$ 2 (o expresso).

 

Onde: Strudel Haus (av. Afonso Pena, 3.900, Cruzeiro, 3284-4145). Domingos, das 9h às 11h30, e de segunda a sexta, das 7h30 às 11h30

 

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