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Estado de Minas GASTRÔ | POKE

Você já experimentou o poke?

Cubinhos de peixe cru acompanhados de arroz, vegetais e frutas vêm fazendo a cabeça dos mineiros. Maior ícone da culinária havaiana, ele é a cara do nosso verão


postado em 04/01/2018 14:28 / atualizado em 04/01/2018 14:46

Karine Machado Miranda e Jules Gomes inauguraram o My Poke há 3 meses:
Karine Machado Miranda e Jules Gomes inauguraram o My Poke há 3 meses: "Tudo é preparado na casa, não usamos nada industrializado", diz ela (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
O sonho de consumo dos surfistas do mundo todo. Até pouco tempo, era isso o que vinha à mente quando se pensava no Havaí. Mas, aos poucos, a ilha localizada no meio do Pacífico vem ganhando novos significados para os belo-horizontinos. Vem de lá uma receita que está conquistando os mineiros. O poke (leia-se pokê) é uma mistura de comida japonesa com o tradicional ceviche peruano e é feito à base de peixe cru cortado em cubos, arroz, folhas e frutas, tudo servido em um bowl de plástico ou porcelana. E a novidade já pode ser achada em vários endereços na capital.

O pioneiro a entrar na onda foi o Samba Fresh - Poke & Juice Bar, em Lourdes. Em fevereiro, os sócios Daniel Nunes, Leonardo Apparício e Gabriel Naves resolveram abrir a primeira casa especializada em Belo Horizonte. "É uma refeição muito leve, que combina bem com o nosso clima", explica Daniel. No início, os frequentadores eram basicamente jovens antenados nas tendências mundiais. "Agora, vem todo mundo. Recebemos pessoas de várias idades, muitas vezes famílias inteiras." O restaurante vende cerca de 200 pokes por dia e o cardápio conta com 10 opções diferentes, com preços que variam de 15 a 40 reais. Entre os especiais, o Poketopus leva polvo, arroz ou mix de folhas, cebolinha, cebola roxa branqueada, gergelim, molho tradicional, tempero misto, mix de vegetais, torresmo de salmão (skin crisp) e, para finalizar, crisp de harumaki, alga nori, sunomono (pepino em conserva) e castanha-do-pará triturada. O Uaikiki foi desenvolvido especialmente pelo chef Kiki Ferrari, que combinou salmão, crisp de alho-poró, abacaxi e amendoim. Como novidade para o verão, uma das apostas é o refrescante Salmão Sweet Chilli, que tem em sua preparação raspas de limão e ervilhas de wasabi.

Pedro de Moura Nunes Guerra, de 12 anos, costuma comer o prato havaiano pelo menos duas vezes por semana:
Pedro de Moura Nunes Guerra, de 12 anos, costuma comer o prato havaiano pelo menos duas vezes por semana: "O poke a comida japonesa são bem parecidos" (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Especializado em culinária japonesa, o Tmak percebeu logo que a receita havaiana poderia agradar a seus clientes. "A base das duas gastronomias é o uso da matéria-prima fresca", afirma o chef Pedro Noda, lembrando que o poke surgiu como um prato de celebração. "Era uma forma de os havaianos agradecerem a pesca do dia. Quando voltavam do mar, misturavam peixe fresco, arroz, legumes e frutas em um pote e dividiam entre si." Segundo a historiadora inglesa Rachel Laudan, no livro The Food of Paradise: Exploring Havaii’s Culinary Heritage - que trata exclusivamente de comida havaiana -, os pratos mais comuns da ilha americana são o resultado de uma mistura de tradição de diversos lugares, entre eles o Japão, por isso o uso de peixe cru, shoyu e arroz.

No Tmak há de receitas mais sofisticadas, como o Salmão Pole Truffle, feito com arroz, salmão com azeite de trufas maçaricado, pera, amêndoas, cabolinha e chips de batata-doce (42 reais, o pequeno, e 58 reais, o grande), a clássicos, a exemplo do Spicy Tuna, uma mistura de arroz japonês, atum, abacate, amêndoas, molho picante cremoso e chips de coco (de 41 a 56 reais). "A nossa maior preocupação é criar receitas que não mascarem o sabor dos ingredientes frescos. O molho é apenas um complemento", completa. São duas opções para os vegetarianos: Mix de Cogumelos e Tofu (arroz integral, tofu temperado, mix de cogumelos, amêndoas, cenoura, salada summer, molho citrus e chips de batata-doce) e o Poke de Vegetais, que leva arroz integral, mix de legumes, abacate, edamame, pepino, amendoim, molho clássico e chips de batata-doce.

(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Ao que tudo indica, a comida nascida nas areias de Honolulu não vai morrer na praia por aqui, já que anda conquistando até mesmo as crianças. É o caso de Pedro de Moura Nunes Guerra, de 12 anos. Ele é frequentador assíduo do My Poke, casa inaugurada há três meses, no Santo Antônio. "Eu moro pertinho e, logo que abriu, fiquei curioso para experimentar", diz. Hoje, ele aparece no estabelecimento pelo menos duas vezes por semana. "Eu adoro o de salmão", afirma. "Sou fã de comida japonesa e, para dizer a verdade, são bem parecidas."

O My Poke é comandado pelo casal Karine Machado Miranda e Jules Renê. "Apesar de já ser uma tendência, é algo recente, que as pessoas ainda estão descobrindo", diz a proprietária. Ali, os clientes podem montar o prato de acordo com seu gosto. São 10 opções de proteínas, como atum, camarão selado, frango grelhado com cream cheese e salmão. Como base, podem ser usados arroz branco, integral ou japonês, macarrão integral ou mix de folhas. Ainda se pode escolher três dos 15 acompanhamentos dispostos no balcão. Para fechar, dois toppings, que variam de camarão seco a chips de banana, e dois molhos. Entre os mais pedidos estão maionese de wasabi e vinagrete cítrico. Os preços variam de 19 a 31 reais. "Fizemos algumas adaptações para se aproximar do nosso paladar", explica Karine. É o caso do Poke Macarrão, preparado com macarrão integral, filé de tilápia empanado, tomate cereja, cebola roxa, ervilha, queijo parmesão e molho rosé (22 reais, o pequeno e 26 reais, o grande). Além de usar hortaliças e legumes orgânicos, tudo ali é preparado diariamente na cozinha do restaurante. "Não usamos nada industrializado", garante Karine.

Colorido, leve e natural, o poke pode até ter vindo do outro lado do mundo, mas é a cara do verão brasileiro.

Receita: como fazer um poke de atum em casa

Ingredientes

1 recipiente para mistura (bowl de inox de preferência)
1 recipiente para ser servido (pode ser um prato fundo ou um bowl de cerâmica)
100 g de arroz integral cozido
150 g de atum fresco cortados em cubos de 1 cm x 1 cm
30 ml de molho de soja
5 ml de óleo de gergelim
1 pitada de pimenta-dedo-de-moça picada
1 colher (café) de pepino picado em brunoise
10 g de abacate maduro em cubos
5 g de cebola roxa cortada em juliene
2 pitadas de gergelim branco torrado
2 pitadas de sal
2 g de cebolinha verde picada

Modo de preparo

No recipiente para servir, acomode o arroz e coloque por cima o gergelim, uma pitada de sal e cebolinha.

No recipiente para misturar, coloque o atum, molho de soja, óleo de gergelim, pimenta dedo de moça, pepino, cebola, uma pitada de sal, cebolinha picada e misture. Em seguida, acrescente o abacate e mexe delicadamente. Coloque essa mistura por cima do arroz e finalize com uma pitada de gergelim.

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