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Estado de Minas GASTRÔ | FINALISTAS

Os estabelecimentos que, por um triz, não levaram o prêmio Encontro Gastrô 2018

Eles terminaram praticamente empatados com os vencedores; presságio de uma bela briga em 2019


postado em 26/09/2018 14:16

Agnes Farkasvolgyi, do Bouquet Garni; Cristóvão Laruça, do Caravela; Gabriel Rache, do Taika Izakaya; Nuno Miguel Afonso, da Doces de Portugal; e Adriana Martins, do Atmosphera Mocca Coffee and Meals (sentada): eles também são campeões(foto: Samuel Gê/Encontro)
Agnes Farkasvolgyi, do Bouquet Garni; Cristóvão Laruça, do Caravela; Gabriel Rache, do Taika Izakaya; Nuno Miguel Afonso, da Doces de Portugal; e Adriana Martins, do Atmosphera Mocca Coffee and Meals (sentada): eles também são campeões (foto: Samuel Gê/Encontro)
Ao cruzar a linha de chegada, menos de um segundo pode ser a diferença entre campeões. Nesta edição de Encontro Gastrô - O Melhor de BH, principal publicação de gastronomia de Minas Gerais, a excelência da culinária mineira, a inovação, personalidade e sabores únicos transformaram o trabalho dos jurados em uma tarefa árdua em praticamente todas as 39 categorias. A pequena diferença entre primeiros e segundos lugares mostra o grande avanço do setor. Muitas disputas foram decididas por poucos votos ou mesmo pelo desempate dos internautas. Esse é o caso, por exemplo, do bufê Bouquet Garni e da cafeteria Mocca Coffee and Meals, que só perderam em suas categorias porque tiveram menos votos de internautas. Nesta reportagem, Encontro mostra um pouco da história de alguns estabelecimentos que também são campeões. Os vencedores, no entanto, somos todos nós, belo-horizontinos, que temos uma cidade cada vez mais rica em sabores.

Comida com arte

(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Um verdadeiro laboratório, onde antigas receitas ganham preparos modernosos. Assim é a cozinha do Bouquet Garni, bufê que está no mercado há três décadas. Tradição e vanguarda andam de mãos dadas nos preparos assinados pela chef e artista plástica Agnes Farkasvolgyi. O resultado são pratos que transformam alta gastronomia em arte. É o caso do emblemático ceviche servido com sorbet de lichia, feito com nitrogênio líquido. Com uma culinária altamente tecnológica, o espaço foi o primeiro a trazer para Belo Horizonte inovações como o forno combinado, equipamento que "combina" ar quente seco com vapor e é controlado por computador, com múltiplas funções em grandes cozinhas. Antes de se encontrar entre panelas e temperos, Agnes foi professora de física e isso, claro, influencia seu trabalho como chef. Atualmente, ela continua dando aulas, mas agora de gastronomia. "Acho que a vanguarda do Bouquet Garni vem da nossa curiosidade sem fim", diz. "Quanto mais eu estudo e aprendo, mais tenho para ensinar."

Oriente-se

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
O primor nos insumos e uma viagem pela Ásia. O Restaurante Taika Izakaya traz para Belo Horizonte uma cozinha com todo o sabor dos pratos mais tradicionais de lugares como Japão, China e Tailândia. O cuidado na escolha dos ingredientes se estende à decoração. No sushi bar, todos os utensílios são fabricados no Japão e a louça é encomendada a especialistas nipônicos, em São Paulo. No cardápio oriental, esqueça a combinação salmão e atum como únicas opções e aventure-se: o sushi de vieira com creme de trufa e alho negro é uma das criações da casa, que une a tradição com um toque contemporâneo. O Peking Duck, confitado em baixa temperatura servido com panquecas, é um pedacinho da China milenar.  Experimente também o peixe com curry, da Malásia. "O Taika Izakaya está sempre se movimentando e criando coisas novas", diz o dono, Gabriel Rache. "Queremos levar ao cliente uma experiência completa, comparada ao que hoje encontramos em lugares como Nova York."

Cozinha afetiva


(foto: Samuel Gê/Encontro)
(foto: Samuel Gê/Encontro)
Todos os meses, novos grãos especiais de diferentes torrefações e safras chegam ao Atmosphera Mocca Coffee and Meals. Os grãos vêm de Minas, da Bahia, Espírito Santo, Colômbia. A ideia é levar sempre novas experiências e sabores aos clientes. O café permeia todos os momentos, mas a casa tem também uma carta ampla de bebidas, chás quentes e gelados, sucos e drinques. O cardápio é amplo e atende a todos os gostos. Da mesa do café da manhã saem waffles, panquecas, tapiocas e bolos com gosto de "feito em casa". O dia continua com almoço, lanche da tarde e happy hour. Intimista e peculiar, o Mocca é um espaço para reunião de amigos de trabalho ou para um encontro informal. "Nossa intenção é resgatar a origem das coisas e das pessoas", diz a proprietária, Adriana Martins. "Temos peças de família na decoração. Já da nossa cozinha saem comidas de raiz, que lembram o gosto bom do dia a dia." E os clientes podem esperar por novidades. Logo, uma unidade do Mocca deve abrir ao público no Funcionários.

Ovos, açúcar e história

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Há quase 30 anos, Maria Fernanda Afonso fazia sucesso vendendo doces portugueses na feira de antiguidades da Praça da Liberdade. A combinação de ovos e açúcar transformados em quindins, pastéis de nata, travesseiros de Sintra e toucinho do céu agradava tanto aos mineiros que da experiência nasceu a Doces de Portugal. Hoje, são cinco lojas em Belo Horizonte. Depois de uma carreira como executivo de grandes empresas, no setor automotivo e minerador, Nuno Miguel Afonso, filho da fundadora, assumiu a doçaria. "Sempre gostei e quis continuar esse negócio da família", explica. "Investimos muito na pesquisa de novos sabores, já que a confeitaria conventual portuguesa é muito extensa, cada região de Portugal tem suas receitas próprias." Tortas como a de nozes com ovos moles e de chocolate com damasco ganham a companhia de salgados, brasileiríssimos ou lusitanos. É o caso do croquete e do bolinho de bacalhau, que são sempre boas opções para um lanche despretensioso.

E não é só bacalhau

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
De Lisboa, o português Cristóvão Laruça trouxe a ideia de mostrar aos mineiros que a gastronomia portuguesa vai muito além do bacalhau. O Restaurante Caravela, que funciona dentro do charmoso Museu Histórico Abílio Barreto, traz pratos típicos de diversas regiões da Terrinha. Brilham no cardápio o arroz de pato; e as bochechas de porco acompanhadas de musseline de batata e cebolas carameladas. No menu, há opções de carne, polvo e camarão. Na cozinha brilham as cataplanas, panelas artesanais feitas de cobre por fora e estanho por dentro - uma invenção portuguesa. "O cozimento lento preserva os aromas, sabores e os nutrientes", explica Cristóvão. Nessas panelas são preparados o tradicional bacalhau português e pratos como o polvo à lagareiro. Depois de ser muito bem acolhido pelos mineiros, o chef Cristóvão se prepara para assumir também o Capitão Leitão, nova casa no bairro Santa Tereza, que deve abrir em outubro. Lá os clientes encontrarão o tradicional leitão à bairrada, assado em espeto no forno a lenha.

Bonito de ver e beber

(foto: Cristina Lima/Divulgação)
(foto: Cristina Lima/Divulgação)
Imponente, capaz de fazer qualquer mineiro sentir orgulho de ter um espaço assim na sua cidade. O Ateliê Wäls, no bairro Olhos D’Água, com seus quase 2.000 m2, é o lugar ideal para quem ama cerveja - e também para aqueles que gostam de arquitetura e arte. Com projeto assinado por Gustavo Penna, o prédio tem decoração marcada por elementos do universo cervejeiro. Atenção para as 135.482 rolhas que compõem o teto. O que faz, no entanto, o coração dos apaixonados pela bebida bater mais rápido são as 21 torneiras que derramam os chopes produzidos na casa. Com mais de 20 cervejas em linha e diversas outras sazonais e comemorativas, incluindo aí as premiadas Dubbel e Qadrupel, a Wäls não para no tempo. Fundada pelos irmãos José Felipe e Tiago Carneiro, em 1999, a Wäls ganhou um fôlego extra com a entrada da Ambev no negócio, em 2015. Um dos grandes diferenciais da cervejaria é o investimento em envelhecimento. A casa conta com o maior barrel room (sala de envelhecimento de cervejas em barris) da América Latina.

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