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Estado de Minas SAÚDE

Brasil quer retirar 144 mil toneladas de açúcar dos alimentos

Isso faz parte de um novo acordo do governo com a indústria


postado em 28/11/2018 15:42 / atualizado em 28/11/2018 16:00

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Na última segunda, dia 26 de novembro, o governo brasileiro assinou um acordo com a indústria alimentícia para reduzir o consumo de 144 mil toneladas de açúcar até 2022. Isso chega a representar, por exemplo, uma redução de até 62,4% nesse ingrediente presente em biscoitos.

"Estamos gradativamente melhorando a saúde da nossa população. Dentro do que a OMS [Organização Mundial da Saúde] recomenda, vamos buscar sempre que o cidadão tenha informação e, gradativamente, com a redução do nível de açúcar desses alimentos, eles se tornarão mais saudáveis", comenta Gilberto Occhi, ministro da Saúde, em conversa com a imprensa.

De acordo com o Ministério da Saúde, os brasileiros consomem, em média, 80 g de açúcar por dia, o que equivale a 18 colheres de chá. A maior parte, 64% desse consumo, é do ingrediente adicionado ao alimento. Os outros 36% estão ligados ao açúcar presente nos produtos industrializados.

A meta do governo, que segue a recomendação da OMS, é reduzir o consumo de açúcar, por pessoa, para 50 g por dia, o equivalente a cerca de 12 colheres de chá de açúcar. Se possível, esse consumo deverá ser ainda mais restringido, alcançando 25 g, aproximadamente, seis colheres de chá.

Segundo a OMS, o consumo de açúcar deve ser equivalente a até 10% do total das calorias diárias. Se possível, deve chegar a 5%.

Ainda conforme o ministério, maus hábitos alimentares, além de tabagismo, inatividade física e uso nocivo do álcool aumentam a obesidade em mais de 60% e o diabetes nos homens em 54% e nas mulheres em 28%. A estimativa de casos de câncer aumenta em 27,6% com esses hábitos ruins.

Para Gilberto Occhi, é necessária também a conscientização da população, que é a responsável pela adição de açúcar nos alimentos. "[O acordo assinado] é uma parte, que é papel do estado e da indústria, procurar oferecer ao cidadão alimentos mais saudáveis para que possa evitar doenças crônicas não transmissíveis", diz o ministro.

Redução

O acordo foi firmado com a indústria brasileira que se compromete a reduzir o açúcar em cinco categorias de alimentos: bebidas açucaradas, biscoitos, bolos e misturas, achocolatados e produtos lácteos.

As metas serão monitoradas a cada dois anos e valerão para os produtos em cada uma das categorias que têm a maior quantidade de açúcar consumido pela população. Até 2022, os bolos reduzirão até 32,4%; as misturas para bolos, 46,1%; as bebidas açucaradas, 33,8%; os produtos lácteos, 53,9%; os achocolatados, 10,5%; os biscoitos, 62,4%.

De acordo com Wilson Mello, presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), os termos do acordo assinado foram discutidos ao longo do último ano. Desde 2007, vários acordos com a indústria são firmados para tornar os alimentos mais saudáveis. Primeiro, de acordo com Mello, foi pactuada a redução de gordura trans, depois, do sal.

"[Vamos] movimentar toda a indústria para que reduza, dentro do maior nível possível, os índices de açúcar nos alimentos. Fizemos isso com o sódio e vamos fazer com os açúcares. É um compromisso, assinado agora, mas é movimento que vem sendo feito nos últimos anos sob demanda do próprio consumidor", comenta Wilson.

Assinaram o acordo o Ministério da Saúde; a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fará o monitoramento; a Abia; a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados; e a Associação Brasileira de Laticínios.

(com Agência Brasil)

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