Publicidade

Estado de Minas CONSUMIDOR

Em seis anos, indústria brasileira retira mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos

Essa quantidade equivale a 4,3 mil caminhões carregados de sal


postado em 13/06/2017 15:45

O acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia em 2011 já levou à retirada de mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos(foto: Pixabay)
O acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia em 2011 já levou à retirada de mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos (foto: Pixabay)
Balanço divulgado nesta terça, dia 13 de junho pelo Ministério da Saúde mostra que a indústria brasileira já retirou mais de 17,2 mil toneladas de sal dos alimentos desde 2011, quando foi firmado o acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação para a diminuição do sódio nos produtos. A meta é que a indústria promova a retirada voluntária de quase 28,6 mil toneladas de sal das prateleiras até 2020 – ou seja, em três anos, serão menos 11,3 mil toneladas de sal nos alimentos.

O resultado da quarta etapa do acordo revela ainda a redução de mais 2,3 mil toneladas de sal desde 2013. Nessa fase, foram analisados rótulos de 718 produtos como linguiças, sopas instantâneas, mortadela, queijo muçarela e empanados.

O maior percentual de redução foi observado nas sopas, que reduziram, em média, 65,15% de sódio para cada 100 gr de produto. Nas instantâneas, a redução média observada foi de 49,14% por 100 gr. No queijo muçarela o percentual foi de 23,15%; no requeijão, de 20,47%. Na outra ponta, a menor redução média percentual foi nos empanados, que perderam apenas 5,7% de sódio.

"Estamos acompanhando o esforço voluntário da indústria, temos que entender que isso é uma parceria entre governo e indústria e a motivação é dada pelo próprio consumidor. Considero que estamos cumprindo a nossa meta e vamos fazer um grande esforço para alcançá-la", afirma Ricardo Barros, ministro da Saúde.

O brasileiro consome, atualmente, 12 gr de sódio por dia, mais que o dobro do máximo sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 5 gr. O ministro ressalta que o consumo de sal em excesso pode levar a doenças crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade. Esses problemas de saúde, junto com doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer, respondem por 72% dos óbitos no país.

A redução feita até agora pela indústria é o equivalente a 4.313 caminhões carregados com sal, que dariam para enchar mais de 60 km de uma rodovia.

Fim do refil

Além do acordo com a indústria de alimentos, o Ministério da Saúde trabalha com outras frentes para reduzir o consumo de sal. Uma delas é proibir a venda de refrigerantes refil. Segundo o ministro Riacrdo Barros, pelo menos mil lojas de fast-food e outras redes de restaurante oferecem refis aos clientes. O ministério tenta negociar o fim desse tipo de consumo de bebeida diretamente com o setor. Segundo o ministro, há um aumento de 30% no consumo quando se compram refis. "Isso vai contra a meta que estamos estabelecendo para a nutrição", comenta Barros.

Outras iniciativas que estão sendo negociadas é um rótulo que traga alerta para o teor de sódio e açúcar nos alimentos e a inclusão de um dosador em todos os pacotes de sal. "Com o dosador, será possível recomendar as quantidades específicas nas receitas caseiras. Cada pessoa deverá ter a capacidade de controlar. Quando se fala em uma colher de chá, pode ser uma cheia ou mais rasa. Com o dosador, a medida será padrão", diz Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados.

O Ministério da Saúde negocia diretamente com os setores cabíveis para que as providências sejam tomadas, mas Ricardo Barros esclarece que não descarta a possibilidade de que isso seja feito por meio de projeto de lei.

(com Agência Brasil)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade