Segundo uma fonte ouvida pela agência alemã de notícias Reuters, a grife americana de luxo Michael Kors está prestes a assumir o controle da tradicional marca italiana Versace – um dos símbolos da alta costura e fundada em 1978 por Gianni Versace. A negociação está estimada em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 8,1 bilhões).
A Michael Kors, fundada pelo estilista americano Karl Anderson Jr., de 59 anos, é famosa em todo o mundo por suas bolsas confeccionadas com pele. A Reuters lembra que não é segredo para ninguém que a grife está em processo de ampliação de seu portifólio de luxo, ainda mais após a aquisição da britânica Jimmy Choo, cultuada por seus belos sapatos, por US$ 1,2 bilhão no ano passado.
A Versace é uma das principais marcas italianas da alta costura – como Prada, Armani e Dolce & Gabbana –, sendo um alvo constante de grandes grupos da moda. A agência de notícias explica que o interesse ficou ainda maior depois que o mercado chinês passou a adotar as grifes ocidentais. Aliás, a empresa fundada por Gianni Versace (morto em 1997 aos 50 anos) é uma das queridinhas da China.
Embora nenhuma das grifes comente a possível incorporação, Donatella Versace, irmã do falecido estilista italiano, diretora artística e vice-presidente do grupo com sede em Milão, já teria agendado uma reunião para amanhã (25), com o intuito de anunciar a venda, informa a Reuters.
Vale lembrar que em 2014, o fundo de investimentos Blackstone, com sede em Nova Iorque (EUA), comprou 20% das ações da Versace para financiar a expansão da marca de alta costura. Porém, os responsáveis pelo fundo acha o desempenho do grupo de moda decepcionante e "gradualmente persuadiram a família a refletir sobre uma possível venda, apresentando uma série de possíveis compradores, incluindo a Michael Kors", diz a fonte à agência alemã.
Portanto, existem outros interessados em adquirir a Versace, como a holding francesa Kering, dona da marcas como Gucci, Boucheron, Yves Saint Laurent, Alexander McQueen e Balenciaga. Mas, conforme a Reuters, os investidores franceses acharam a oferta muito cara. "Eles não sentiram vontade de investir tanto dinheiro na marca italiana de moda italiana", diz a fonte. A Kering não comentou o assunto, de acordo com a Reuters.