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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Não está extinta: abelha gigante é vista na Indonésia após 40 anos

A espécie Megachile pluto chega a ter quase 4 cm de tamanho


postado em 21/02/2019 13:40 / atualizado em 21/02/2019 13:48

(foto: Twitter/lrusso08/Reprodução)
(foto: Twitter/lrusso08/Reprodução)

Depois de biólogos equatorianos terem anunciado a descoberta de exemplares da tartaruga gigante da espécie Chelonoidis phantasticus, original do arquipélago de Galápagos, e que era considerada extinta há mais de 100 anos, agora, é a vez da maior abelha do mundo, que não era vista há quase 40 anos, ser encontrada numa ilha da Indonésia. A informação foi divulgada pela revista americana Newsweek.

A espécie Megachile pluto, também conhecida como abelha gigante de Wallace, é cerca de quatro vezes maior do que a abelha europeia, comumente usada na produção de mel. A fêmea pode ter uma envergadura de cerca de 3,9 cm e mandíbulas enormes, semelhantes às do besouro, que utiliza para recolher resina e madeira para levar para a colmeia.

A abelha gigante foi descoberta pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallace durante uma expedição à ilha indonésia de Bacan, em 1858. Ele encontrou o inseto no último dia de exploração da ilha. Em sua descrição, o cientista relatou que era um "grande inseto preto parecido com uma vespa, com imensas mandíbulas como um besouro lucano".

De acordo com a Newsweek, a última vez que a abelha gigante de Wallace foi vista foi em 1981, quando o entomologista americano Adam Messer relatou aparições em três diferentes ilhas indonésias. Durante esse tempo, ele documentou alguns aspectos de seu comportamento – como a forma como constrói ninhos dentro de cupinzeiros. Desde então, a espécie foi considerada perdida pela Ciência.

A redescoberta se deu graças a uma equipe liderada pelos cientistas Clay Bolt e Eli Wyman, da National Geographic Society, dos Estados Unidos, que viajaram até a ilha de North Moluccas, na Indonésia. Eles passaram o tempo analisando os cupinzeiros, na esperança de encontrar a espécie. Depois de cinco dias, a equipe encontrou uma fêmea solteira vivendo dentro de um ninho de cupins numa árvore, a 2,5 m do chão.

"Foi muito incrível ver esse 'gigante voador', que não tínhamos certeza de que existia, até ter uma prova real bem ali na nossa frente, na natureza. Ouvir o som de suas asas gigantes batendo quando passou pela minha cabeça foi incrível", comenta Bolt em comunicado enviado à revista americana.

O pesquisador afirma que as fêmeas dessa espécie de abelha parecem ser "muito dóceis" e que, diferentemente das outras, não tendem a ferroar. "A grande maioria das 20 mil espécies conhecidas de abelhas no mundo é bastante calma e não agressiva. A abelha gigante de Wallace que encontramos se mostrou muito calma e não demonstrou nenhum sinal de agressão contra nossa equipe", diz o cientista.

A equipe, agora, espera realizar mais pesquisas sobre as espécies para ajudar na conscientização e protegê-las da extinção. De acordo com a Newssweek, nos últimos 20 anos, a Indonésia perdeu grandes áreas de matas, que foram substituídas pela agricultura.

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