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Estado de Minas AVIAÇÃO

Os aviões Boeing 737 MAX são perigosos?

Governo da China decide suspender uso da aeronave americana, por enquanto


postado em 11/03/2019 09:48 / atualizado em 11/03/2019 10:01

(foto: Boeing/Divulgação)
(foto: Boeing/Divulgação)

Em seis meses já são dois acidentes envolvendo o avião Boeing 737 MAX 8. No último domingo, dia 10 de março, o modelo, pertencente à empresa aérea estatal Ethiopian Airlines, da Etiópia, caiu vitimando 157 pessoas. Em outubro do ano passado, um voo da Lion Air caiu pouco depois de decolar do aeroporto de Jacarta, na Indonésia, matando todos os 189 ocupantes.

Os dois acidentes levantaram preocupações sobre a série MAX, que a Boeing lançou há menos de dois anos. Nesta segunda (11), a autoridade de aviação da China ordenou todas as companhias aéreas chinesas que suspendessem o uso de suas aeronaves 737 MAX. A informação foi divulgada pela emissora estatal alemã Deutsche Welle.

"Levando em consideração que os dois acidentes envolveram aviões Boeing 737 MAX 8 recém-entregues e ocorreram durante a fase de decolagem, presumimos que eles têm algum grau de similaridade", informa a autoridade chinesa, citada pela emissora. As companhias aéreas da China operam quase 100 aeronaves 737 MAX 8.

A Ethiopian Airlines também suspendeu o uso de seus quatro aviões 737 MAX 8 restantes – outras 25 unidades ainda não foram entregues. Paralelamente, a Cayman Airways também anunciou que deixará temporariamente em solo seus dois aviões do mesmo modelo produzido pela americana Boeing.

Como mostra a Deutsche Welle, a série MAX é a versão mais recente do avião a jato de corredor único da Boeing. O modelo lançado em 2017 é mais eficiente em termos de combustível em comparação com seus antecessores e há quatro variantes: MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10, que podem transportar de 138 a 204 passageiros e foram projetadas para voos de curta e média distância.

As versões anteriores do Boeing 737 são consideradas uma das aeronaves comerciais mais confiáveis da história da aviação.

De acordo com a emissora alemã, a empresa americana já finalizou a entrega de cerca de 350 unidades da série MAX – a primeira feita em maio de 2017 à Malindo Air, com sede na Malásia. Até o momento, mais de 60 companhias aéreas encomendaram cerca de cinco mil aeronaves 737 da série MAX.

No Brasil, a versão atualizada do avião comercial mais vendido da história foi a aposta da Gol para a sua planejada expansão internacional – a companhia encomendou 135 unidades dos modelos MAX 8 e MAX 10. A meta da Gol é concluir até 2028 a renovação de sua frota dos atuais modelos Boeing 737, fabricados nas décadas de 1990 e 2000, diz a Deutsche Welle.

A Gol é a única companhia aérea brasileira com modelos novos da série MAX em sua frota. Atualmente sete aeronaves estão em operação – nas rotas de Brasília e Fortaleza para Miami e Orlando, além de São Paulo a Quito.

Voo 302 da Ethiopian Airlines

Em comunicado divulgado no domingo (10), a Ethiopian Airlines informa que ainda precisa investigar a causa do acidente. De acordo com companhia aérea pertencente ao governo etíope, o 737 MAX 8 decolou com perfeitas condições climáticas às 8h38 da manhã (horário local). Seis minutos depois, caiu num campo cerca de 50 km ao sul da capital Addis Abeba.

Pouco antes do acidente, o piloto relatou dificuldades ao controle de tráfego aéreo e recebeu autorização para retornar ao aeroporto internacional de Bole. Uma testemunha chegou a dizer à agência francesa de notícias AFP que a aeronave estava em chamas antes de atingir o solo.

Ainda segundo a Ethiopian Airlines, a aeronave voou de Johanesburgo, na África do Sul, à Etiópia, no domingo, sem nenhum incidente. Desde sua entrega, em novembro, a aeronave acidentada havia somado cerca de 1,2 mil horas de voo.

(com Deutsche Welle)

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