
“Nos ajudem a construir pontes vocês também, com diálogos, com encontro, para sermos um único povo, sempre em paz. Obrigado, papa Francisco”, disse Leão XIV.
“Ainda mantemos, nos nossos ouvidos, aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do papa Francisco, que abençoava Roma”, disse.
“Permitam-me dar seguimento àquela mesma benção. Deus nos ama, Deus ama a todos e o mal não vai prevalecer. Estamos todos nas mãos de Deus. Juntos, sem medo, de mãos dadas com Deus, que está entre nós, vamos seguir”, completou.
Em seguida, Leão XIV fez um agradecimento a todos os cardeais que participaram do conclave que o elegeu “para ser o sucessor de Pedro e caminhar com vocês, como Igreja unida, sempre em busca da paz e da justiça, buscando trabalhar como homens e mulheres fieis a Jesus Cristo, sem medo, para proclamar o Evangelho e sermos missionários”.
“Sou um filho de Santo Agostinho. Sou agostiniano. Santo Agostinho disse: ‘Para vós, sou bispo; convosco, sou cristão’. Neste sentido, podemos todos caminhar juntos, na direção da pátria que Deus nos preparou”, disse. “Necessitamos ser, juntos, uma Igreja missionária, uma Igreja que constroi pontes e diálogos. Que mantém o diálogo sempre aberto, pronta para receber todos que precisam.”
Quem é papa Leão XIV
Anunciado como novo papa nesta quinta-feira (8), o norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, é o 267º papa da Igreja Católica. Ele assumiu o posto com o nome de Leão XIV, sucedendo o papa Francisco, falecido no último dia 21. Prevost é o primeiro pontífice pertencente à Ordem de Santo Agostinho.
O lema episcopal escolhido por Leão XIV é In Illo uno unum ("Em um só nós somos um"), extraído de um sermão de Santo Agostinho sobre o Salmo 127.
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago (EUA), Prevost ingressou na ordem agostiniana em 1977 e emitiu os votos solenes em 1981. Foi ordenado sacerdote em 1982, após estudos de teologia em Chicago e de direito canônico em Roma. No ano seguinte, iniciou sua atuação missionária no Peru, onde permaneceu por mais de duas décadas.
No país sul-americano, ocupou cargos como prior, vigário judicial e professor no Seminário Maior San Carlos e San Marcelo, em Trujillo. Em 1999, foi eleito prior provincial nos Estados Unidos e, posteriormente, prior geral da Ordem de Santo Agostinho por dois mandatos.
Em 2014, o então papa Francisco o nomeou administrador apostólico de Chiclayo, no Peru, onde foi ordenado bispo em dezembro do mesmo ano. Tornou-se bispo titular da diocese no ano seguinte e passou a integrar a Conferência Episcopal Peruana, atuando em diversas comissões.
Em 2023, Prevost foi chamado a Roma para assumir a chefia do Dicastério para os Bispos e a presidência da Pontifícia Comissão para a América Latina, sendo também nomeado cardeal no mesmo ano. No início de 2024, recebeu o título da Igreja Suburbicária de Albano e participou de atividades importantes do Vaticano, incluindo as sessões do Sínodo sobre a Sinodalidade.
Antes da morte de Francisco, presidiu um rosário pela saúde do papa em 3 de março, na Praça São Pedro.
Papa Leão XIV deve seguir pontificado de paz e acolhimento, diz CNBB
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, disse nesta quinta-feira (8) que a mensagem expressa pelo novo papa Leão XIV, ao ser escolhido como sucessor de Pedro, aponta para um pontificado voltado para o bem comum dos povos, em acordo com a doutrina social da igreja elaborada pelo papa Leão XIII, que serviu de inspiração para o nome do novo papa.
“Ele veio mostrar que é preciso que o mundo inteiro ore pela paz. Com esse início do pontificado dele, apontando para que a paz esteja entre as pessoas; para retomar a doutrina social da igreja, que tem como objetivo fundamental o diálogo entre as nações e o bem comum. Ele trouxe já de maneira muito positiva algo que todos nós ansiamos que é a paz no mundo”, afirmou o religioso, em coletiva de imprensa.
Dom Ricardo também apontou a dignidade do trabalho e o combate à escravidão como possíveis temas que o novo papa deve abordar.
“Tenho certeza que o fato de resgatar Leão XIII e a doutrina social vai trazer mais intensidade para que o mundo se abra para a dignidade do ser humano no trabalho, principalmente combatendo a escravidão no trabalho, que muitos países ainda vivem isso”, avaliou.
Em uma mensagem divulgada na tarde desta quinta-feira, após a escolha do novo sumo pontífice, a CNBB disse esperar que Leão XIV mantenha o caminho de abertura da igreja, seguindo o legado do papa Francisco. Na avaliação da CNBB, o novo papa vai atuar na busca da paz, orientando a doutrina da igreja para o social, em especial os mais pobres.
(*Com informações de Agência Brasil)