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Estado de Minas ECONOMIA

Bolsonaro diz que não aprovaria aumento do STF

'O Brasil está numa situação complicadíssima', diz o presidente eleito


postado em 12/11/2018 11:49 / atualizado em 12/11/2018 12:05

(foto: Renato Araújo/Agência Brasil/Divulgação)
(foto: Renato Araújo/Agência Brasil/Divulgação)

Em entrevista à Rede Record, exibida no último sábado, dia 10 de novembro, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirma que, se fosse o presidente Michel Temer, vetaria o reajuste de 16% sobre o salário dos magistrados e da Procuradoria-Geral da República (PGR) com base na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Questionado pelo repórter, o futuro presidente diz que, se a decisão estivesse em suas mãos, vetaria o aumento. "Agora, está nas mãos do presidente Temer, não sou o presidente Temer, mas se fosse, acho que você sabe qual seria minha decisão. Não tem outro caminho, no meu entender, até pela questão de dar exemplo. Eu falei antes da votação que é inoportuno, o momento não é esse para discutir esse assunto. O Brasil está numa situação complicadíssima, a gente não suporta mais isso aí, mas a decisão não cabe a mim. Está nas mãos do Temer. Eu, por enquanto, sou apenas o presidente eleito", comenta Bolsonaro.

Para ele, o STF "é a classe que mais ganha no Brasil, a melhor aquinhoada", e que o reajuste do salário dificulta o discurso a favor da reforma da Previdência. "E complica pra gente quando você fala em reforma da Previdência, onde você vai tirar alguma coisa dos mais pobres, você aceitar um reajuste como esse", diz o presidente eleito.

Além disso, Jair Bolsonaro descarta a possibilidade de o Congresso votar ainda este ano uma emenda constitucional para alterar a Previdência, o que demandaria a suspensão da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro (RJ).

O ex-capitão do Exército nega que vá usar a reforma da Previdência apresentada por Temer e ressalta que recebeu propostas de mudanças na legislação infraconstitucional que já tramitam no Congresso, mas que só deve apresentar uma proposta quando assumir o mandato.

"Se nós bancarmos uma proposta dessa e formos derrotados [este ano], você abre oportunidade para a velha política vir pra cima de nós [...] Eu tenho que começar o ano que vem com a nossa proposta e convencer os deputados e senadores a votar a nossa proposta. E tem que ser de forma paulatina, não pode querer resolver de uma hora para outra essas questões", diz à Record.

Em outro momento da entrevista, o presidente eleito afirma que mudanças nas regras da aposentadoria devem respeitar os direitos adquiridos dos trabalhadores. "Nós temos compromisso, temos contrato, as pessoas começaram a trabalhar lá atrás, ou já trabalharam, tinham um contrato, e você tem que cumpri-los, do contrário você perde a sua credibilidade".

Sobre a questão fiscal, Bolsoanro afirma que orientou sua equipe econômica para aumentar a arrecadação sem elevar impostos. Ainda segundo ele, fará uma maior abertura comercial para o país como forma de estimular a economia. "A situação é crítica. Eu apelo a todos. Nós não queremos que o Brasil se transforme numa Grécia [que enfrentou recentemente grave crise econômica]. E a tendência, se nada for feito, e não tivermos a colaboração de todos, sem exceção, nós chegaremos a esse ponto".

(com Agência Brasil)

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