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Estado de Minas

José Salvador Silva


postado em 21/12/2011 10:46

José Salvador Silva, médico e fundador do Mater Dei(foto: Cláudio Cunha, Eugênio Gurgel)
José Salvador Silva, médico e fundador do Mater Dei (foto: Cláudio Cunha, Eugênio Gurgel)
 

 

Há uma história em torno do médico e empresário José Salvador Silva, dono do hospital Mater Dei, que revela muito de sua personalidade firme e obstinada pelas coisas que escolhe fazer. Vamos a ela.

 

Depois de quase 30 anos sem tirar férias, tampouco viajar pela Europa, Salvador Silva resolveu voltar ao velho continente em agosto deste ano. Foi com a mulher, a também médica Norma, e passou 15 dias entre Londres, Paris e Portugal. A última vez que Salvador pisou naquelas terras foi em 1984, quando seu filho Henrique, hoje conceituado médico, cursava uma pós-graduação na capital inglesa. “Prefiro descansar na minha fazenda que viajar pela Europa”, diz Salvador. “O tempo que passo na fazenda não conta, ele não me envelhece”. De tanto ser cobrado pela família para fazer novas viagens para culturas distantes, Salvador tomou uma decisão: resolveu batizar a última fazenda que adquirira, nas redondezas de Sete Lagoas (MG), de Fazenda Europa. “Agora, ninguém pode reclamar”, brinca ele. “Estou indo sempre para a Europa”.

 

Aos 80 anos de idade, José Salvador Silva é uma prova de que os homens podem envelhecer, mas não seus sonhos. Ainda recém formado em medicina, ele já tornava público o desejo de um dia construir um hospital. Trilhou uma trajetória pautada pela determinação e assim nasceu o Hospital Mater Dei, que completou 30 anos em 2010.

 

O médico José Salvador Silva, em frente à obra do novo hospital: “O homem é como uma bicicleta. Se parar, ele cai”
 

 

Mas de sonhos se alimentam os homens, e eis que José Salvador viu sua fome se renovar. Fechou o ano de 2010, às vésperas do Natal, arrematando o terreno do antigo Mercado Distrital do Barroca, de quase 8 mil metros quadrados, na avenida do Contorno, região central da capital. Pagou no lote pouco mais de R$ 53 milhões, valor considerado uma ousadia por empresários do setor imobiliário. “Meu sonho não tem preço”, diz. “Vou construir ali um dos mais modernos, seguros e confortáveis hospitais do Brasil”.

 

A edificação do antigo Mercado veio abaixo em março deste ano, para dar lugar à obra à qual José Salvador se dedica hoje integralmente: a construção da terceira unidade do hospital. Em setembro deste ano, passou para o filho Henrique o bastão da presidência do Mater Dei, para dedicar-se com exclusividade à sua nova empreitada. Ali, pretende imprimir a mesma excelência conquistada pelo Mater Dei ao longo dos anos.

 

A nova unidade hospitalar terá mais de 65 mil metros quadrados de área construída, com 20 pavimentos, 15 salas de cirurgia, 340 leitos (70 deles de CTI) e pronto socorro com capacidade para atender a cerca do triplo da unidade atual do Mater Dei, na rua Gonçalves Dias, que contabiliza 30 mil atendimentos por mês. Cerca de 5 mil funcionários deverão integrar o quadro do hospital, que, pelo planejamento, estará pronto até fevereiro de 2014, consumindo investimentos de mais de R$ 250 milhões. “Hoje, temos quase 100% de ocupação, e isso é um risco”, afirma o dr. Salvador.

 

A unidade em construção permitirá, também, a ampliação do setor de oncologia do Mater Dei, que receberá equipamentos de última geração. José Salvador decidiu preservar um bosque que existe no terreno, para reafirmar a filosofia da instituição de humanizar o ambiente hospitalar. Entre as várias árvores que permanecerão nessa área, encontra-se um jequitibá que remonta ao período de construção da capital mineira. “É um exemplar de muito mais de 100 anos”, diz o médico, que pelo menos três vezes ao dia é visto por ali, incansável, comandando a construção. “O homem é como bicicleta”, afirma. “Se parar, ele cai”.

 

Em pé, firme, do alto de seus 80 anos recém-completados, José Salvador Silva dorme pouco e é do tipo que sonha acordado. “A cabeça dele não para. É impressionante”, diz a mulher, Norma Salvador. Mas a idade dele, ao menos nos dias em que passa na Europa – a fazenda –, parece ter feito um pacto com o tempo. Como um velho jequitibá.

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