Mesmo controlando a alimentação durante todo o ano, a agente de viagens Cristiana Fróes Chaves, de 36 anos, acabou cedendo às tentações das festas: “Nessa época do ano é muito difícil manter uma alimentação equilibrada. Primeiro tem a confraternização no trabalho; depois o Natal, com carnes mais pesadas, panetone e outras sobremesas; o réveillon foi regado a champanhe; e isso sem falar do carnaval”, diz Cristiana. O resultado foram alguns quilinhos a mais. A solução para dar um choque no organismo foi fazer um programa de alimentação detox (abreviatura da palavara detoxificação), que tem a função de limpar o organismo.
O processo durou uma semana: nos dois primeiros dias, Cristiana eliminou todo tipo de carne, além de pão, açúcar, leite e derivados, e produtos industrializados. “Eu tomava muita água com hortelã. No almoço e no jantar, saladas e frutas”, conta. Tudo com a supervisão da nutricionista Renata Rodrigues. Os cinco dias restantes foram sem lactose, mas já estavam liberados peixe, arroz integral, brócolis e outros legumes no almoço. No jantar, sopas leves. Nos intervalos, frutas, castanhas, nozes, muita água e chá verde. Os sucos eram turbinados com gengibre, linhaça ou chia e, de manhã, em jejum, um copo de água morna com limão. “Depois de uma semana me senti mais leve, menos inchada, minha pele ficou mais bonita e consegui ver resultados na balança”, comemora Cristina, que conseguiu ainda melhor disposição para as atividades.
Adriana Gonçalves foi orientada pela nutricionista Ana Cristina Abreu: “Precisava de um choque, pois meu corpo já havia se acostumado com a dieta e a perda de peso ficou lenta”, diz Adriana |
Por ser mais restritivo, o programa detox deve ser seguido por um período determinado e planejado de forma cuidadosa e individualizada por nutricionistas. “Existem programas curtos de manutenção que chegam a até três dias, assim como programas longos que vão de 30 a 90 dias”, diz a nutricionista Ana Cristina Abreu, professora do curso de Estética da Fumec. A dieta detoxificante não é feita necessariamente com o objetivo de perder peso, apesar de também ter esse efeito. “Ela é usada principalmente para eliminar os resíduos por exposição prolongada a substâncias químicas, no tratamento da insuficiência hepática ou para eliminar abusos cometidos nos pós-festas, como o excesso de álcool e comidas calóricas”, explica Ana Cristina.
A detox funciona ainda como um choque no organismo, depois que ele já se habituou a outras dietas e a perda de peso passa a ser mais lenta. Foi o caso da analista de contas Adriana Gonçalves Soares, de 38 anos. “Já havia perdido nove quilos e senti que meu corpo se acostumou com a dieta. A alimentação detoxificante foi indicada como uma limpeza para o corpo, que depois volta a ter respostas mais positiva ao emagrecimento”, diz Adriana.
Alimentos industrializados facilitam a vida moderna, mas podem ser grandes inimigos do bom funcionamento do corpo, causando a intoxicação do organismo. O processo de detoxificação, como explica Meire Braga, professora de nutrição e coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia da Faculdade Estácio/BH, é o processo biológico de eliminação de substâncias tóxicas, realizado principalmente pelo fígado e intestino. “Ao longo de uma alimentação inadequada, vamos acumulando xenobióticos no corpo, que são compostos químicos estranhos ao sistema biológico – como gases, etanol, drogas, medicamentos, poluição, agrotóxicos e aditivos químicos que podem estar presentes em grandes quantidades nos alimentos industrializados e nos embutidos”, diz Meire.
O aumento da carga tóxica a ser eliminada pelo fígado eleva a produção de radicais livres, que, a longo prazo, prejudicam a resposta imunológica. O resultado, diz Ana Cristina Abreu, é uma série de sintomas como enxaqueca, intolerâncias a cheiros fortes, alergias, problemas de aprendizado e envelhecimento precoce. “O glúten é um dos principais agentes pró-inflamatórios da alimentação moderna”, diz a nutricionista. Outra questão são os alimentos lácteos: “O perfil protéico do leite de vaca é extremamente alergênico para a mucosa intestinal do ser humano; promove o desgaste da parede do intestino, prejudicando o processo de absorção”, diz Ana Cristina. Tudo isso pode causar desequilíbrios intestinais, elevando a produção de radicais livres. Além do glúten e dos lácteos, devem ser evitados o açúcar, a cafeína, gorduras saturadas e modificadas, embutidos e enlatados.
Já no grupo do que deve ser consumido entram folhas e legumes como brocólis, couve-flor, repolho, alcachofra, brotos e folhas em geral, pois estimulam as enzimas do fígado, responsáveis pela eliminação de toxinas. “Frutas também são bem-vindas e podem virar sucos, de preferência não coados, para aumentar a quantidade de fibras. É interessante acrescentar gengibre, ameixa seca, amaranto, linhaça e chia”, sugere Tina Cotta, proprietária da Light Life.
Se bem indicado por um profissional, além de emagrecer e ativar o metabolismo, o programa detox pode melhor a aptidão física e mental, fortalecer o sistema imunológico e aumentar a longevidade, diz Ana Cristina. Mas a dieta não deve ser encarada como moda, e sim levar em conta as reações de cada organismo: “O que é um remédio para você, pode ser um veneno para mim”, diz a nutricionista.
Salada detoxificante pela nutricionista Ana Cristina Abreu
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Limpeza interna
Alimentos que ajudam e outros que atrapalham na detoxificação do corpo
- Água deve ser consumida em grande quantidade
- Alimentos como melão, morango, melancia, alface, laranja, limão, abacaxi e maracujá também contribuem para o processo de detoxificação
- O gengibre é antioxidante
- Frutas vermelhas são antioxidantes, graças à presença dos flavonoides
- Couve, couve-flor e brócolis fornecem fibras
- Nozes são fonte de fibras, compostos antioxidantes e também de ômega-3
- Aveia é fonte de fibras e de vitamina E
- Azeite extravirgem, frutas, hortaliças, chá verde, raízes, arroz integral, leguminosas e castanha- do-pará ajudam a neutralizar os metais pesados
- Tome também chás de boldo, carqueja, alcachofra, gengibre e limão
- Fuja dos frios, embutidos, defumados e conservas
- Durante a detox, não consuma bebidas alcoólicas e refrigerantes
Suco Verde pela nutricionista Ana Cristina Abreu
INGREDIENTES
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Suco detoxificante pela culinarista Betina Sehbe
INGREDIENTES
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Suco laxante e diurético pela nutricionista Renata Rodrigues
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Suco refrescante pela nutricionista Renata Rodrigues
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Suco Refrescante e Energético pela nutricionista Ana Cristina Abreu
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