
A Fundação Torino Escola Internacional transferiu suas atividades do Sion para a rua Jornalista Djalma Andrade em 1999. Criada em Belo Horizonte um ano antes de a fábrica da Fiat chegar a Betim, para atender os funcionários da montadora, a escola agora é aberta a estudantes de toda a cidade, e muito procurada por estrangeiros que moram em BH. Laura Carvalho e sua irmã Letícia, de 13 anos, terão um diploma internacional do ensino médio, com validade no Brasil e na Europa. "Tenho vontade de cursar universidade em um país como a Inglaterra", diz Laura.
Depois que as duas filhas foram matriculadas na Fundação Torino, os empresários do setor farmacêutico André e Cláudia Carvalho contam que passaram a frequentar o bairro. "Chegamos a pensar em nos mudar para o Belvedere, mas ficaria distante de nosso trabalho e complicado para a logística familiar", diz André. Hoje, o casal faz suas compras no bairro, tem amigos, frequenta restaurantes e a paróquia Nossa Senhora Rainha. "Eu costumo dizer que nós não moramos aqui, mas adotamos o Belvedere como nosso", afirma Cláudia.
Especializado em educação infantil, o Instituto Tarcísio Bisinotto (ITB) foi o primeiro a apostar no potencial do bairro e cresceu com o Belvedere. Ali, a tranquilidade da avenida Professor Cristóvam dos Santos é quebrada pelo barulho das crianças que se divertem debaixo da mangueira, onde Violeta, a pequena tartaruga, é a grande atração. A diretora Renata de Castro Macedo viveu a infância na vizinhança, em uma casa espaçosa, e se lembra de precisar estudar na Savassi, já que até meados da década de 1990 não havia opção no bairro. Com visão empreendedora, Renata enxergou rápido que o Belvedere crescia e precisava de uma escola. Inaugurado em 1997, o Tarcísio Bisinotto começou em um prédio térreo. Agora, são três andares, e os cinco primeiros alunos se transformaram em 150. "Fomos acompanhando a demanda do bairro", diz. "No ano que vem a nossa novidade será a educação bilíngue para toda a escola, e não apenas para os alunos do integral."
Terra fértil para a educação, as escolas que se instalaram no Belvedere se consolidaram. Na década de 1990, tudo o que a geóloga e professora de física, matemática e química Edna Roriz desejava era comprar um terreno em um bairro tranquilo, de frente para a serra do Curral, sua grande paixão. O Belvedere era perfeito. Negócio feito, sete lotes comprados. Em 1998 ela inaugurou o Colégio Edna Roriz, que hoje atende crianças da educação infantil ao ensino médio, em 3,5 mil metros quadrados na avenida Professor Cristóvam dos Santos. Há 19 anos no bairro, o Edna Roriz mantém parceria com universidades americanas. Além de atender crianças de toda a região, dedica 20% de suas vagas a alunos das comunidades do Acaba Mundo e Papagaio.
Depois de 40 anos no bairro de Lourdes, em 2010 o Colégio Colibri se transferiu da rua Fernandes Tourinho para o Belvedere. "Foi um desafio e tanto", lembra a diretora pedagógica e uma das fundadoras da escola, Maria Letícia de Sousa Dornas. A casa escolhida para abrigar a escola foi um achado: uma antiga residência de Darcy Bessone, fundador do bairro. A construção espaçosa, na avenida Celso Porfírio Machado, virou um colégio para alunos da educação infantil ao ensino médio, com quadra de esportes, salas confortáveis e teatro de arena. Desde que chegou ao Belvedere, o Colibri introduziu a vivência bilíngue para crianças de até 6 anos e tem módulos como culinária, jardinagem e horta, fotografia, música e circo. Hoje, conta com 250 alunos. "Oferecemos uma educação com foco nos valores e na formação para a vida. O público que atendemos é muito exigente, mas confia na escola. Muitas famílias são moradoras do bairro, mas atendemos a todo o entorno", diz Letícia Dornas, educadora que está há 47 anos à frente do colégio.
Studia che ti fa bene

Economista com formação em educação corporativa e também informática aplicada à educação, Márcia Naves dirige a escola há dois anos e está à frente também da Isor, universidade corporativa da Fiat Chrysler Automobile (FCA) na América Latina. Ela explica que os novos projetos estão sempre acontecendo, em todas as áreas, como o recente Divinas Conversas, de literatura, que envolve bate-papo dos estudantes com escritores. Em uma iniciativa pioneira no Brasil, também inovou no ensino da informática. A disciplina é abordada como uma linguagem. "A partir de 5 anos, as crianças começam a aprender a programar e o resultado tem sido maravilhoso", diz Márcia Naves. A Fundação Torino também está ainda mais próxima da comunidade do Belvedere. "Alugamos o espaço da antiga Casa Fiat, onde temos um centro cultural, um bistrô e a biblioteca, com todo o seu acervo, abertos à comunidade do bairro."
Educação e solidariedade

Ajudando a aprender

O primeiro do bairro
