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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Flávio Roscoe

O mais jovem presidente a assumir o controle da Fiemg aposta na modernização da entidade e em uma política de contenção de custos em sintonia com o atual momento do país


postado em 02/01/2019 14:31 / atualizado em 02/01/2019 16:58

Flávio Roscoe, em uma das salas de reuniões da Fiemg:
Flávio Roscoe, em uma das salas de reuniões da Fiemg: "A entidade precisa estar mais afinada com o país e com as famílias, que também precisaram reduzir seus orçamentos" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O industrial Flávio Roscoe, o mais jovem presidente a assumir o comando da tradicional Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), tem muitos projetos na cabeça e a pressa dos mais novos. Sua trajetória no setor começou antes mesmo dos 18 anos, quando o mineiro de Belo Horizonte foi emancipado para assumir responsabilidades na fábrica da família, a Colortextil, grupo fundado há 30 anos e um dos principais fornecedores de malhas do país. Com 47 anos, foi eleito em abril tendo entre suas missões driblar um déficit operacional de 150 milhões de reais, apurado em 2017. Sem deixar para amanhã, já no primeiro dia de trabalho, aprovou 150 medidas engatilhando um projeto de modernização da Fiemg em todos os setores em que atua no estado.

Nos primeiros seis meses de sua gestão, foram feitos cortes, adequações, fusões de unidades do Sesi e Senai e implementadas diversas novidades, a exemplo da criação de uma moeda própria da indústria, a Fiemg Coin. O balanço do período veio com superávit, feito que ele pretende repetir, mas esclarece:  "Quando houver sobra de caixa, a intenção não é acumular dinheiro, mas reinvestir em projetos de inovação, novos serviços e mais formação, com custos menores para a indústria". O otimismo do presidente coincide com o sentimento do setor, que arrecada quase a metade dos impostos do estado e vive uma onda de bom humor. Apesar de estar longe de ser uma euforia, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, medido pela Fiemg em novembro, foi o maior desde setembro de 2010 e alcançou 63,2 pontos.

Eleito para o período 2018-2022, Roscoe afirma que antes de assumir o comando, em maio, estava com seu diagnóstico em mãos. "Não tive surpresas. Participo da entidade há 16 anos, conhecia o ambiente e já tinha um plano de ação pronto."

Roscoe recebeu a equipe de Encontro assim que chegou de uma viagem a Divinópolis. Atravessou com passo firme a longa sala de reuniões, subiu rápido as escadas que levavam a um mezanino e pediu licença para aproveitar o tempo da entrevista para almoçar – já eram quase 15h30. Antes de posar para as fotos, ele encerrou uma conferência e depois reuniu-se com representantes do Judiciário. O último compromisso ficou para 19h30. Não há tempo a perder. Nem rota alternativa para temas espinhosos, como o corte de 13% da folha de pessoal da Fiemg e o encerramento da atividade de unidades do Sesi e do Senai – neste ano serão entre 10 e 12 unidades com atividades encerradas. "Reduzimos a folha principalmente na alta hierarquia. O número de superintendentes, por exemplo, caiu de 18 para 5", diz. "A entidade precisa estar mais afinada com o país e com as famílias, que também precisaram reduzir seus orçamentos."

Quanto às escolas do Sesi e Senai, ele diz que o uso está otimizado com incorporações e fusões. "Apesar da redução de unidades, o número de alunos está crescendo neste ano em 8%." Austríaco considerado pai da administração moderna, Peter Drucker costumava dizer que o planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, lida com o futuro de decisões presentes. E o futuro está chegando rápido. "Se o ambiente melhora para a indústria, melhora para a sociedade", diz o presidente da Fiemg. A esperança dos mineiros é de que o ambiente melhore mesmo para todos. E na velocidade acelerada de Flávio Roscoe.

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