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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Romeu Zema

Ele conquistou o governo do estado com mais de 70% dos votos válidos e se transformou na esperança de milhões de brasileiros que torcem por uma administração pública sem as amarras e os vícios do passado


postado em 02/01/2019 13:20 / atualizado em 02/01/2019 16:38

Com seu jeitão tranquilo, gentil e conciliador, Zema quer mudar a história da política em Minas:
Com seu jeitão tranquilo, gentil e conciliador, Zema quer mudar a história da política em Minas: "Chegou uma hora que não dava mais para me omitir" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Na campanha para o governo estadual, uma das características que chamaram a atenção em Romeu Zema foi o jeitão tranquilo, gentil e conciliador, de quem não se abalou nem quando os adversários dispararam contra ele as piores acusações. Mas, em entrevista a Encontro, ele confidenciou que não foi sempre assim. "Minha ex-esposa e meus filhos que o digam", diz. Segundo o próprio Zema, não faz muito tempo, ele vivia estressado e dedicava 15 horas diárias à empresa de sua família, um colosso com quase um século de vida, presente em 460 cidades mineiras e que faturou 4,5 bilhões de reais em 2017. Quando seus dois filhos tinham 8 e 11 anos, ele se divorciou de sua então mulher e ela foi morar no exterior. Zema ficou sozinho com um garoto e uma pré-adolescente em casa. "Foi uma época bastante difícil", lembra. "Mas hoje os dois estão criados e bem encaminhados. Acho que fiz um bom trabalho." Catharina, atualmente com 25 anos, é formada em cinema e vive em Londres; Domenico, de 22, estuda engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Estar com os filhos já independentes e o fato de ter se afastado do dia a dia do Grupo Zema ajudaram o empresário a decidir pela candidatura ao governo do estado. "Sempre preguei o distanciamento da política", diz. "Mas chegou uma hora que não dava mais para me omitir."

Zema foi uma das grandes surpresas desta eleição. Até cerca de 10 dias antes do primeiro turno, o candidato do Novo apresentou um desempenho medíocre nas pesquisas. Foi para o segundo turno como favorito e acabou eleito com mais de 70% dos votos válidos – a maior votação proporcional do Brasil. Quase 7 milhões de mineiros depositaram nas urnas a confiança em seu projeto liberal. Entre as bandeiras do Novo estão o equilíbrio das contas públicas – não se pode gastar mais do que se arrecada –, privatização de tudo o que não seja essencial para o governo, redução da carga de impostos, competitividade na economia e fim das "mordomias" para quem exerce cargos públicos. E o que ele vem encontrando no estado tem o deixado assustado. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, Zema diz que encontrou 540 conselheiros no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), onde em gestões anteriores havia 16. "São todos do partido do governador, vindos do Brasil inteiro, pessoas que nunca trabalharam com saúde ou com previdência", disse. "Não é só um cabide de empregos, mas um armário inteiro de empregos."

O governo Zema se transformou em uma vitrine para as ideias do Novo. Ainda que não consiga implantar tudo o que prega, o mineiro de Araxá começará dando o exemplo. Rejeita a ideia de morar no Palácio das Mangabeiras e promete se mudar para uma casa no Vetor Norte, perto da Cidade Administrativa. No fim de novembro, ele embarcou para a Inglaterra com o objetivo de participar de um curso sobre gestão e participação pública, na Universidade de Oxford. "Quero estar o mais bem preparado possível, pois as dificuldades são imensas." Zema sabe que, com ele, está a torcida de milhões de brasileiros, que reivindicam uma administração não apenas mais eficiente, mas sem as amarras e os vícios da velha política.

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