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Estado de Minas CIDADE

Rua Sapucaí, no Floresta, ganha novos estabelecimentos

A via, antes local de passagem, adquiriu o status de ponto de convivência e contemplação


postado em 07/06/2019 10:31 / atualizado em 10/06/2019 16:22

André Hallack e Eder Santos, sócios da Salumeria Central: À noite, durante as obras, fechávamos as portas e ficávamos conversando lá dentro, com medo. Tratava-se de uma área isolada
André Hallack e Eder Santos, sócios da Salumeria Central: À noite, durante as obras, fechávamos as portas e ficávamos conversando lá dentro, com medo. Tratava-se de uma área isolada" (foto: Violeta Andrada)
Belo Horizonte não tem mar. Mas tem orla, pelo menos desde 2012, quando a Salumeria Central, restaurante especializado em suínos, resolveu fincar bandeira na rua Sapucaí, no tradicional bairro Floresta. Vários outros restaurantes e bares resolveram seguir para o mesmo destino. A via, antes local de passagem, ganhou o status de ponto de convivência e contemplação. Uma espécie de orla, de onde se vislumbra um belo horizonte. Para mudar de vez a cara da região, em 2017, o festival Circuito de Arte Urbana (Cura) injetou desenhos em empenas cegas de quatro edifícios da área central que podiam ser avistados da mesma Sapucaí. A rua, então,  transformou-se também em mirante de arte, onde foram instaladas duas lunetas.  Enquanto isso, estabelecimentos fecharam as portas e outros abriram. O corredor dá sinais de que permanece mais vivo do que nunca, e renovado.

Ao ver o movimento intenso na rua Sapucaí, impossível André Hallack, um dos sócios da Salumeria Central, não se lembrar da época na qual o restaurante estava prestes a inaugurar. “À noite, durante as obras, fechávamos as portas e ficávamos conversando lá dentro, com medo. Tratava-se de uma área isolada”, diz. O tempo mostrou, no entanto, que a aposta foi certeira. “Usamos o potencial de um lugar que já existia, pois estava começando um processo de retomada do chamado baixo centro”, afirma André, destacando o bar Nelson Bordello que abriu em 2010, na rua Aarão Reis, perto dali, entre o viaduto de Santa Tereza e a Praça da Estação. 
Gustavo Castro e Elmo Barra, sócios do Dorsé:
Gustavo Castro e Elmo Barra, sócios do Dorsé: "Vimos um potencial, mas esse cenário atual só aparecia nos nossos melhores sonhos" (foto: Alexandre Rezende)
 
Pouco tempo depois de abrir as portas, a Salumeria dobrou de tamanho devido ao bom movimento. No ano seguinte, em 2012, os sócios do restaurante, incluindo Massimo Bataglini, que deixou a sociedade recentemente, inauguraram o Pecatore, estabelecimento especializado em peixes e frutos do mar. A Salumeria ficou ainda mais famosa por fechar a rua para comemorar os seus aniversários e realizar outros eventos. Na outra ponta da Sapucaí, próximo à avenida do Contorno, a Benfeitoria, galpão descolado, com música, drinques e cervejas, mostrou sua cara em 2014, mas encerrou os trabalhos ano passado. Entrou no lugar o Sabático, que se propõe, também, oferecer música, comidinhas e bebidas, seguindo a vocação do endereço. A balada do Sabático se junta à do bar de temática latina Mi Corazón, que estreou em 2017. 

A via, em 2015, já se apresentava interessante para os negócios, tanto que atraiu Elmo Barra e Gustavo Castro, sócios do Dorsé. “Vimos um potencial, mas esse cenário atual só aparecia nos nossos melhores sonhos”, diz o chef Elmo, que comanda a cozinha do restaurante, ao lado do chef Arthur Guimarães. “Conseguimos construir o nosso público e estamos bem satisfeitos com a nossa escolha”, afirma. No final do ano passado, a casa dobrou de tamanho, aproveitando o espaço do vizinho Gruê, que fechou as portas no início de 2018.     
Alfredo Lanna, sócio do Botequim Sapucaí e da Pizzaria Panorama:
Alfredo Lanna, sócio do Botequim Sapucaí e da Pizzaria Panorama: "Aqui é bem perto do centro, mas mantém a característica de bairro" (foto: Alexandre Rezende)
         
Alfredo Lanna, um dos sócios do Botequim Sapucaí, aberto em 2017, acredita que muita gente ainda vai descobrir o corredor gastronômico. “Nosso público é de Santa Tereza, Floresta e região central”, afirma Alfredo, que é sócio também da Pizzaria Panorama, aberta neste ano. “Aqui é bem perto do centro, mas mantém a característica de bairro”, afirma. Ano passado, o movimento de “bairro” saiu um pouco do controle, o que forçou os comerciantes a discutir, em conjunto com as autoridades de segurança, associação dos moradores e prefeitura, formas de trazer mais organização à badalação. Deu resultado. “Conseguimos criar um laço de comunidade para que a rua seja agradável e interessante para todos”, diz. 

Os ventos da “orla” da Sapucaí sopraram para além da Serra do Curral. Como consequência, em junho, aterrissa o Sirène, franquia da maior rede de Fish & Chips da América Latina. A marca possui lojas em Curitiba, Brasília, São Paulo e Florianópolis e vai ocupar o antigo imóvel que abrigou o Pecatore, fechado desde o ano passado. A casa vai oferecer o Fish & Chips, servido em um cone, com peixe frito empanado e batatas fritas, tudo acompanhado de molhos especiais. Haverá, ainda, como opções, sanduíche com peixe empanado, pão baguete, cebola caramelizada, molho tártaro e rúcula. “Estamos muito felizes com essa chegada a Belo Horizonte”, afirma um dos sócios Raphael Umbelino. “Trabalhamos no conceito da nova unidade há alguns meses e temos certeza de que o Sirène será um grande sucesso na cidade.” Se será um sucesso, só o tempo dirá. Mas, a Sapucaí, esta, sim, já está consolidada. 

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