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Estado de Minas ESTÉTICA

Saiba como não ter problemas com o preenchimento labial

Banalização do procedimento, especialmente por celebridades, leva a resultados exagerados e às vezes perigosos


postado em 23/08/2019 15:53

A consultora de imagem e estilo Geralda Francisca de Oliveira Sá, ao lado do dermatologista Lucas Miranda:
A consultora de imagem e estilo Geralda Francisca de Oliveira Sá, ao lado do dermatologista Lucas Miranda: "Sou adepta de tratamentos estéticos, não para mascarar a minha idade e, sim, para manter um certo frescor" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Menos é mais. O ditado popular se adequa a várias situações e cai como uma luva quando o assunto é moda e beleza. Na onda da harmonização facial, que utiliza vários procedimentos estéticos para melhorar a aparência, o preenchimento labial é um dos figurões. Dar volume aos lábios não é nada mal para mulheres, e até mesmo homens, que sofrem com o seu afinamento. Alguns por questões genéticas. Outros em consequência do envelhecimento natural que leva ao ressecamento e perda do contorno da boca. Contudo, segundo os especialistas, há de se ter bom-senso em sua aplicação, o que muitas vezes falta, a exemplo do que ocorre com algumas celebridades.

A banalização do método leva ao descuido na hora de procurar médicos qualificados e, frequentemente, a resultados exagerados e perigosos à saúde. Dados da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos mostram que o número de procedimentos estéticos não cirúrgicos passou de 1,8 milhão, em 2010, para 2,6 milhões em 2016. No Brasil, o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostra que, em dois anos, a procura aumentou em 390%. O medo de envelhecer é real e independe de nacionalidade. Em se tratando da face, a explicação é didática. O desgaste do tempo provoca a perda da gordura subcutânea e do colágeno dérmico, resultando em depressões e sulcos. As células que formam os tecidos perdem o seu vigor e já não seguram as estruturas que mantêm tudo no lugar. A queda da pele e tecidos moles é consequência. A médica Gabriela Mendonça Rabello, de 35 anos, começou a incomodar-se com as diferenças que notava quando se via nas fotografias. "Percebi que, a cada dia, as olheiras estavam mais profundas, a pele mais flácida e o contorno da boca sem definição", diz.  Não hesitou em buscar ajuda.

A consultora de imagem Lilia Gouveia, com a cirurgiã plástica Andréa Dorofeeff:
A consultora de imagem Lilia Gouveia, com a cirurgiã plástica Andréa Dorofeeff: "Observei que os meus lábios estavam cada dia mais finos e sem contorno. Optei por algo discreto e natural" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Diante do fato de que a lei da gravidade atinge a todos, o uso de preenchedores injetáveis surgiu como uma fórmula mágica para a solução de vários problemas. Com eles é possível esculpir a boca, destacar as maçãs do rosto, dar novo formato ao queixo, alterar a curvatura do nariz, entre outras aplicações com resultados surpreendentes. E o melhor: tudo minimamente invasivo, sem cortes. Em sua origem a utilização de substâncias, como o ácido hialurônico e a própria gordura corporal para melhorar a aparência, é um achado no mercado da beleza. Ainda assim, pesquisas apontam que a popularização dos métodos aumentou os riscos de complicações. Segundo o periódico científico Jama Facial Plastic Surgery, aplicações feitas de forma errada podem levar, em casos extremos, até mesmo à cegueira. Usualmente, os efeitos colaterais observados são inchaço, nódulos e infecções. "Injetar material de forma errada é um risco muito grande. Pode, inclusive, ocorrer a perfuração de vasos importantes. Requer conhecimentos anatômicos, técnicos e habilidade profissional", diz o dermatologista Lucas Miranda.

Para além dos contratempos, o questionamento final é até onde a vaidade do paciente pode falar mais alto que o discernimento médico. No caso da boca, é preciso respeitar a simetria da face para não ter o efeito bico-de-pato. A técnica pode ser utilizada para realçar o contorno dos lábios, aumentar o volume ou dar projeção. Em média, a quantidade de ácido hialurônico (AH) indicada para o preenchimento labial é de até 1 ml. "Existem vários tipos de AH, alguns com qualidade muito inferior e que podem gerar mais complicações. Nos lábios, utilizamos uma densidade menor, tanto para dar volume quanto para corrigir imperfeições", diz o dermatologista Bruno Gonçalves, da clínica Harmonie.

A médica Gabriela Mendonça Rabello com o dermatologista Bruno Gonçalves:
A médica Gabriela Mendonça Rabello com o dermatologista Bruno Gonçalves: "Comecei a perceber que as olheiras estavam mais profundas, a pele mais flácida e o contorno da boca sem definição" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Naturalmente produzido pelo organismo humano, o ácido está presente na pele, preenchendo o espaço entre as células, o que a deixa lisa, elástica e bem hidratada. Nos lábios, age como um reservatório de água que lhes devolve o seu aspecto natural, atenuando linhas finas e rugas. Sua absorção se dá, em média, dentro de seis a 18 meses, o que varia de acordo com as especificidades de cada paciente. Ciente de como a aparência fala bem ou mal de cada um, a consultora de imagem e estilo Geralda Francisca de Oliveira Sá, de 41 anos, precaveu-se. "Prezo sempre pelo cuidado pessoal impecável e harmonioso. Sou adepta de tratamentos estéticos, não para mascarar a idade, e, sim, para manter um certo frescor", diz.

A cirurgiã plástica Andréa Dorofeeff também indica o preenchimento realizado com gordura autógena, retirada do próprio corpo. Apesar de 30 a 50% da quantidade implantada ser reabsorvida pelo organismo, o restante é permanente. "É preciso avaliar cada caso para definir qual terá melhor resultado e custo-benefício", diz. Em sua opinião, nem sempre o preenchimento será o mais indicado. "Para melhorar a qualidade da pele e ir tratando os chamados códigos de barra, rugas acima da boca, muitas vezes é preciso usar estimuladores de colágeno não volumizadores", explica. A consultora de imagem Lilia Gouveia, de 55 anos, demorou a decidir-se. Somente após os 50 se rendeu a algumas práticas estéticas como o uso do botox. No último mês, finalmente aceitou a sugestão de realçar os lábios com ácido hialurônico. E gostou. "Observei que estavam cada dia mais finos e sem contorno. E os códigos de barra me incomodavam bastante. Optei por algo discreto e natural. Sem dúvida, faria de novo." Para ela, o objetivo é envelhecer bem e não buscar a juventude eterna.

Saiba mais sobre preenchimento labial

O que é?
Procedimento estético feito com agulha ou cânula para a introdução de substâncias na região dos lábios com finalidade de delinear seu contorno, aumentar o volume ou projetá-los

Como é feito o procedimento?
Com anestesia local, em consultório. Tempo médio de 40 minutos.

Os procedimentos de preenchimento labial mais indicados:

  • Ácido Hialurônico: substância biocompatível produzida e absorvida pelo próprio organismo. Durabilidade de 6 a 18 meses

  • Gordura Autógena: retirada do próprio corpo, de regiões como culote e face interna do joelho. Apesar de 30 a 50% da quantidade implantada ser reabsorvida pelo organismo, o restante é permanente

Em quais casos o preenchimento labial é indicado?

  • Pessoas que naturalmente possuem pouco volume labial

  • Para minimizar os danos do envelhecimento, como perda do contorno e volume

  • Patologias orais que levam à perda de projeção do lábio

  • Pessoas que apresentam algum tipo de imperfeição na região

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