Postura, autoestima, equilíbrio, disciplina e trabalho em equipe são alguns pontos positivos desse esporte que está conquistando famílias. "A equitação desenvolve na criança uma grande capacidade de concentração e foco, lida muito com as emoções e por isso ajuda também a trabalhar a ansiedade", afirma Guto Figueiredo, responsável, na hípica Cepel (Centro de Preparação Equestre), pelo Clube do Pônei. O projeto foi criado depois que Guto, que é cavaleiro, procurou aulas para sua filha e percebeu que não havia muitas opções para os pequeninos. Assim, depois de vários estudos baseados em práticas europeias, ele desenvolveu o programa que recebe alunos a partir de 1 ano e meio até 8 anos. As aulas, além da montaria, trabalham questões do mundo infantil, como as cores e as letras, sempre no ambiente do cavalo.

Garantir segurança ao maior patrimônio das famílias não é pouca responsabilidade e está no foco das aulas infantis. "Os cavalos que usamos com as crianças são muito dóceis e monitorados de perto. Os equipamentos de segurança também evoluíram muito", diz Renata de Carvalho, assessora de marketing da hípica Chevals, no Vale do Sol. A escola desenvolve amplo programa para crianças e adolescentes. As aulas são feitas com coletes, capacetes e as próprias barras de salto são posicionadas de forma a ajudar a evitar quedas, diferente do passado. Outro ponto importante na segurança da equitação é perceber a evolução individual dos alunos. "Cada um tem o seu tempo e maturidade no esporte, e toda a mudança de nível deve ser feita com essa atenção, com calma", afirma Christiane Zander coordenadora da escola de equitação da hípica. Na Chevals, a pedagoga Ana Elisa Sofiati é uma das responsáveis pelos pequeninos. Depois de 18 anos na sala de aula, ela trocou o lápis e os cadernos pela pista. Trabalha aspectos que desenvolvem foco, concentração e autoestima. "A prática ajuda a melhorar ainda o desempenho escolar, porque estimula aspectos cognitivos e emocionais importantes."

É geralmente aos 7 anos que a meninada está pronta para evoluir para as aulas clássicas, com introdução ao salto. Foi assim com Ana Clara D’Angieri. Aos 9 anos, ela completa 18 meses de prática na hípica Chevals e já salta 60 centímetros. Sua dupla é, muitas vezes, o estiloso Pintado. O cavalo sem raça definida (SRD) trocou o trabalho de tração pela vida de atleta na hípica, surpreendendo pela capacidade de saltos, interação com as crianças e docilidade.

O crescimento do esporte estimula o surgimento de novas escolas. Em maio, a Alphaville Equestrian School, no condomínio Alphaville, em Nova Lima, abriu cursos com treinos individuais e em grupos. O zootecnista Aulus Rendrigo está à frente da hípica e explica que no curso de equitação as crianças também participam de aulas teóricas, onde aprendem a "linguagem" do esporte. "O cavalo exerce um fascínio. O esporte trabalha corpo e mente." Em BH, aulas de equitação lúdica para crianças variam entre 230 e 300 reais por mês, com encontros uma vez por semana. Para quem treina com o próprio cavalo, as hípicas oferecem estabulagem, que é uma espécie de hotelaria para os animais. Mas isso é só para quem já está mais adiantando no esporte. Bem antes disso, vale experimentar o gostinho de aventurar-se na companhia de um novo amigo.