Sempre que revejo o filme de Daniel Filho, estrelado por Débora Falabella e Marieta Severo, fico pensando em qual momento ela teve essa percepção, até que recentemente eu me senti exatamente em uma situação dessas.
Sempre me considerei uma pessoa "antenada". Por trabalhar diretamente com o público juvenil, faço questão de acompanhar cada novidade que aparece, seja de música, de moda, de comportamento e também de redes sociais. Na verdade, eu amo internet desde seus primórdios, sou da época do "ICQ" (uma espécie de pré MSN), uma das primeiras a usar o Orkut no Brasil e tenho perfil em cada rede social existente. Nunca deixei a tecnologia me atropelar, acompanho as notícias de cada gadget que é lançado, minha casa é toda informatizada, e sou inclusive referência para as minhas amigas, que sempre me procuram quando querem entender alguma novidade do mundo moderno. Sim, essa sou eu. Ou melhor, essa era eu. Até aparecer o tal do Tik Tok.
Confesso que tenho o aplicativo instalado no meu celular desde que ele surgiu, anos atrás, e ainda tinha outro nome. Mas não que eu já tenha publicado nele alguma vez. Instalei apenas a pedido da minha sobrinha, para ver suas performances. Ela tem 12 anos e eu sempre pensei que a brincadeira era apenas uma modinha entre os pré-adolescentes. Porém, durante a quarentena, o TiK Tok se popularizou muito e tenho visto inclusive adultos postando vídeos.
E é aí que entra a minha perplexidade. Diferentemente de todas as redes sociais, nessa eu não consegui me inserir. Eu bem que tentei, comecei a seguir outras pessoas, tentei até gravar uns vídeos. Mas não deu. Continuo sem conseguir achar graça.
Foi aí que comecei a tentar entender o motivo. Será pelo fato de eu nunca ter gostado muito de dublagens, por achar melhor o "ao vivo", e a maioria dos vídeos do Tik Tok ser de gente dublando outras pessoas ou música? Ou talvez por preferir aplicativos de fotos, já que não tenho muito tempo para ficar parada olhando para o celular? Ou ainda por não ser muito fã de vídeos engraçadinhos, o conteúdo que mais vejo naquele app?
Mas de repente a verdade me atingiu. Será que eu fiquei velha?! Será que virei uma daquelas pessoas que não sabem nem como mexer direito no celular e que se recusam a viver no presente e não param de dizer "na minha época..."?
Não, isso não pode acontecer! Se algum pré-adolescente (ou pós-adolescente) estiver lendo isso e quiser me ajudar, por favor me escreva explicando a graça do Tik Tok. Estou disposta inclusive a fazer uma daquelas dancinhas coreanas que estão tão na moda nesse aplicativo (e que eu também não vejo sentido), se isso me fizer voltar no tempo alguns anos. Mas, por favor, escrevam rápido. Antes que eu comece a reclamar que na fase do Facebook (imagine só!) é que eram os bons tempos...
Não, isso não pode acontecer! Se algum pré-adolescente (ou pós-adolescente) estiver lendo isso e quiser me ajudar, por favor me escreva explicando a graça do Tik Tok. Estou disposta inclusive a fazer uma daquelas dancinhas coreanas que estão tão na moda nesse aplicativo (e que eu também não vejo sentido), se isso me fizer voltar no tempo alguns anos. Mas, por favor, escrevam rápido. Antes que eu comece a reclamar que na fase do Facebook (imagine só!) é que eram os bons tempos...