Estado de Minas NEGÓCIOS

Com a alta no preço do ouro, empresárias investem em joalheria de prata

Sócias Paula Bernardes e Paola Paz conquistam mercado com a marca jovem Jamming


postado em 08/07/2021 00:19 / atualizado em 08/07/2021 09:33

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As sócias da Jamming, Paula Bernardes (à esq.) e Paola Paz: as duas criaram uma joalheria especializada em prata, com peças atemporais, autênticas, democráticas e acessíveis(foto: Rafael Motta/Divulgação)
As sócias da Jamming, Paula Bernardes (à esq.) e Paola Paz: as duas criaram uma joalheria especializada em prata, com peças atemporais, autênticas, democráticas e acessíveis (foto: Rafael Motta/Divulgação)
Tão nobre quanto o ouro, desde os tempos mais remotos a prata é um dos metais preciosos mais utilizados na fabricação de objetos como talheres, bandejas, taças, vasos, espelhos e, é claro, joias, conferindo delicadeza e personalidade às peças. Raros na natureza, eles têm em comum o fato de não oxidarem e de poderem ser derretidos, assumindo os mais deslumbrantes formatos. Por causa do alto custo atual do ouro, a prata vem ocupando lugar de destaque nas joalherias da Europa e Estados Unidos. Para se ter uma ideia, enquanto o grama de ouro gira em torno de 300 reais, a mesma quantidade de prata sai por cerca de 4,60. "É uma novidade para quem busca por joias modernas e autênticas a um preço acessível", diz a empresária Paula Bernardes, neta do tradicional joalheiro Manoel Bernardes. Com o talento vindo do berço, ela garante que a joalheria de prata chega para preencher uma lacuna que sempre existiu entre as bijuterias e o ouro. "Um grande exemplo disso é a emblemática Tiffany & Co, que tem muitos produtos com esse material."

O queridinho da marca: pingente relicário com espaço para duas fotos em seu interior(foto: Luisa Ranieri/Divulgação)
O queridinho da marca: pingente relicário com espaço para duas fotos em seu interior (foto: Luisa Ranieri/Divulgação)
Mas prata é joia? Lógico! De olho no mercado, Paula e a amiga Paola Paz, biomédica com ampla afinidade com as artes, filha da artista plástica Ana Paula Paz, decidiram ousar em um novo negócio. A ideia era produzir joias atemporais, autênticas, mas que ao mesmo tempo fossem democráticas e com bom custo-benefício. "Percebemos que ou os acessórios eram quase descartáveis ou custavam o preço de uma viagem internacional", diz Paula. Diante desse cenário, em 2019 nasceu a marca Jamming, uma joalheria que expressa no nome a filosofia de vida de suas proprietárias. A expressão jamaicana significa curtir, desfrutar, celebrar e aproveitar. Para as duas empresárias, as joias existem para serem usadas e não para ficar guardadas esperando uma ocasião especial. "Acreditamos que os produtos que vestimos vão além da beleza e do impacto visual", diz Paola. "Têm a ver com nosso estado de espírito e a forma como enxergamos o mundo.".

O último lançamento da Jamming traz um charmoso colar com um pingente de globo (em prata de lei e banho de ouro 18k): a cliente pode escolher até seis países para cravar um brilhante, de acordo com a sua própria história(foto: Rafael Motta/Divulgação)
O último lançamento da Jamming traz um charmoso colar com um pingente de globo (em prata de lei e banho de ouro 18k): a cliente pode escolher até seis países para cravar um brilhante, de acordo com a sua própria história (foto: Rafael Motta/Divulgação)
Apesar de criada em dezembro de 2019, a marca estabeleceu o seu e-commerce em em abril de 2020 e logo o canal de vendas se tornou sua principal plataforma de vendas. Uma conquista e tanto, especialmente em pleno início da pandemia. "Fomos pegas de surpresa, mas como já estávamos com tudo pronto acreditamos em nosso diferencial e seguimos em frente", conta Paola. Não demorou muito e outra surpresa. As peças, cuidadosamente pensadas e desenhadas pelas empreendedoras caíram no gosto das mineiras. Além da prata, a marca também trabalha com ouro e ródio, pérolas e pedras preciosas. "Já nos propuseram inúmeras vezes trabalhar com pedras artificias, como a zircônia, ou metais não-nobres, mas preferimos manter a qualidade, mesmo que isso tenha um custo mais alto".

A escolha tem dado resultado. A empresa teve um crescimento exponencial em seu primeiro ano, e o desafio atual é aumentar a produção para atender à demanda. "Começamos a produzir as peças com apenas um ourives, em sua pequena oficina. Esse modelo foi ficando inviável e hoje contamos com a mão de obra de dez profissionais terceirizados", diz Paula. Unidas pela paixão por vinhos - Paula também é sommelier e as duas são sócias do Cortiça Bar de Vinhos, com unidades em Florianopolis (SC) e em Nova Lima -, as jovens descobriram que de agora em diante terão muito trabalho e muitos motivos para brindar.

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