Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2021 | Ana Sanches

A economista belo-horizontina acaba de assumir o cargo de CFO da divisão global técnica e de sustentabilidade da Anglo American, uma das maiores empresas do setor no mundo


postado em 24/01/2022 22:50

Ana Sanches, CFO da Anglo American, em Londres:
Ana Sanches, CFO da Anglo American, em Londres: "A empresa tem me dado muitas oportunidades. Já estavam há algum tempo me preparando para um novo passo de carreira e, quando me convidaram, eu entendi que era importante aceitar" (foto: Divulgação)
Perfil:

  • Ana Cristina Sanches Noronha, 45 anos
  • Belo Horizonte (MG)
  • Casada, 2 filhos
  • Formada em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em Contabilidade pela Fumec, com MBA Executivo em Finanças no Ibmec e cursos de especialização na Harvard Business School, Columbia University e London School of Economics. É CFO (Chief Financial Officer), da divisão global Tecnica e de Sustentabilidade da Anglo American

A executiva americana Sheryl Sandberg, COO do Facebook desde 2008, é uma ativista de inclusão de mulheres no mundo dos negócios e em posições de liderança. Entre várias de suas frases que circulam pela internet, está a seguinte: "Mulheres precisam mudar seu pensamento de 'Não estou pronta para fazer isso' para 'Eu quero fazer isso - e vou aprender fazendo." Pode-se dizer que a mineira Ana Sanches seguiu intuitivamente o conselho de Sandberg.

Desde sempre, Ana sabia que seu caminho profissional, qualquer que fosse, deveria ser em empresa multinacional, conectada com diversas culturas e sem limites de fronteiras. Aos 21 anos, enquanto cursava economia, decidiu entrar numa seleção de trainees da extinta empresa de contabilidade Arthur Andersen. Eram 3  mil inscritos e sete vagas. "Eu nem sabia direito o que a empresa fazia, mas queria estar naquele ambiente", conta. Enquanto seus amigos viajavam, faziam festas, ela virava noites trabalhando em várias cidades do país como auditora contábil, pois estava decidida a avançar na escada corporativa, especialmente considerando que a política da empresa era a de "up or out" (subir ou sair). Nesse cenário, ficar estagnada não era opção.

Como Ana é uma dessas pessoas que, além de gostar de números, gosta de gente, começou logo a se enveredar para a área de gestão. Na Deloitte, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, foi promovida a gerente - a primeira mulher do escritório a chegar ao cargo. Depois da experiência como consultora, foi gerente interna no Brasil da empresa suíça Holcim e, em seguida, iniciou a carreira na Anglo American, no projeto Minas-Rio, em 2012. "Nasci no meio das montanhas, mas não tinha parado para pensar sobre a responsabilidade da mineração." Três anos depois, foi para a diretoria financeira das operações do Brasil e, em maio deste ano, aceitou convite para um cargo internacional, em Londres. "A empresa tem me dado muitas oportunidades. Já estavam há algum tempo me preparando para um novo passo de carreira e, quando me convidaram, eu entendi que era importante aceitar", conta. "Meu arranjo familiar me permitiu isso. Meus filhos são adolescentes e meu marido topou o desafio de não vir para Londres com a gente. Nos vemos de tempos em tempos, em viagens."

No cargo de CFO da divisão global técnica e de sustentabilidade, Ana olha não só o Brasil, mas todas as unidades e commodities da empresa, que atua em 15 países e tem 64 mil funcionários no mundo todo - e cujo Ebitda do primeiro semestre de 2021 foi de 12.1 bilhões de dólares. "A área em que trabalho hoje cuida de toda a estrutura técnica de sustentabilidade, inovação, desenvolvimento tecnológico, digitalização, frentes de trabalho de novas tecnologias e investimentos em grandes projetos", explica.

Em novembro, a mineira fez parte de um encontro importante para seu estado natal. Em Londres, reuniram-se para falar sobre investimentos em Minas, entre outros, o governador Romeu Zema, Ana Sanches e o presidente da Anglo American no Brasil, Wilfred Bruijn. Uma boa notícia para nós: o anúncio foi de investimentos de 4,4 bilhões de reais em Minas até 2025.

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