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Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2021 | Sandra Goulart

Reitora da UFMG, universidade responsável por uma das vacinas nacionais em estágio mais avançado de pesquisas, ela atuou na criação do Centro Nacional de Vacinas, que terá sede em BH


postado em 25/01/2022 00:45

Sandra Goulart, em seu gabinete na reitoria da UFMG:
Sandra Goulart, em seu gabinete na reitoria da UFMG: "A comunidade soube se unir para atender as demandas da sociedade nesse momento tão crítico" (foto: Pádua de Carvalho/Encontro)
Perfil:

  • Sandra Regina Goulart Almeida, 58 anos
  • Pains (MG)
  • Casada, 2 enteadas
  • Formada em Letras pela UFMG, com mestrado e doutorado pela universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e pós-doutorado pela universidade de Columbia, em Nova York. Professora do departamento de Letras da UFMG, foi diretora de relações internacionais e vice-reitora da instituição e é reitora pelo período de 2018-2022. É presidente da associação de universidades Grupo Montevideo e vice-presidente da World University Network

Capacidade de gestão, de ouvir demandas, direcionar recursos: essas não são características que necessariamente vêm à cabeça quando se pensa em alguém que pesquisa e dá aulas na área de literatura. Mas são, sim, características da reitora da UFMG, Sandra Goulart, professora de estudos literários da Faculdade de Letras, que está à frente da instituição pelo período de 2018 a 2022. A bem da verdade é que ela sempre soube desse tino, pois, quando fez teste vocacional para ajudar a se orientar quanto à escolha da profissão, o resultado foi administração. Três vezes. Não à toa, logo que começou a atuar na instituição, já foi chefe de departamento e por aí foi seguindo a carreira de gestão paralelamente à acadêmica. Só não sabia que, no cargo mais alto da universidade, guiaria a instituição em um período tão conturbado quanto uma pandemia.

Isso, contudo, não a intimidou, ao contrário. Entre as diversas ações da instituição no combate à pandemia, Sandra atuou, por exemplo, no acordo para o projeto que tem potencial de fortalecer a capacidade brasileira de produção de tecnologia em imunizantes: a criação do Centro Nacional de Vacinas, cuja sede será o BHTec, parque tecnológico da cidade, projeto que tem entre os parceiros a UFMG. Isso porque a proposta partiu da universidade, e foi Sandra, junto com o vice-governador, o secretário adjunto de estado de saúde e o pessoal do CT Vacinas da UFMG, que se reuniu no ano passado com a equipe do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para apresentar a proposta. "Esse já era desejo antigo do CT Vacinas, e a ideia foi abraçada pela equipe do ministro Marcos Pontes", diz. No dia 8 de dezembro de 2021, foi à Brasília para assinar o acordo e oficializar a criação do Centro que o ministro chamou de "Oxford brasileira". É no CT Vacinas, aliás, que está sendo desenvolvida a SpinTec, imunizante que está entre os três mais avançados em pesquisa do país - até o fechamento desta edição, aguardava aval da Anvisa para iniciar testes em humanos.

Enquanto isso, e atuando para aulas de maneira remota (o sistema passou a ser híbrido no segundo semestre de 2021 e volta ao presencial no primeiro de 2022), a UFMG manteve sua posição na edição 2021 do ranking mundial da Times Higher Education, em que é apontada como melhor federal do Brasil, terceira melhor instituição de ensino superior do país e quinta melhor universidade da América Latina. "É um trabalho que foi feito ao longo dos anos, do qual estamos colhendo os frutos", diz.

O resultado da gestão de Sandra é que ela foi reeleita pela comunidade universitária, com mais de 95% dos votos. Agora, aguarda o resultado da escolha, em março, a partir de lista tríplice apresentada ao MEC - no caso da UFMG, sempre foi a primeira colocada na lista da consulta à comunidade a pessoa nomeada. Também foi indicada para compor o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, que assessora o MCTI e a presidência da República. Como boa gestora, ela não parece preocupada com o fato de que terá a pandemia como uma das marcas. "Foi um momento difícil, de grandes desafios", afirma. "No entanto, acho que a UFMG saiu maior dessa experiência, pois sua comunidade soube se unir para atender as demandas da sociedade nesse momento tão crítico."

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