Publicidade

Estado de Minas ESPECIAL GALO CAMPEÃO

Grupo dos 4Rs começou a se formar na derrota do Galo para o Raja no Mundial

Semente do Atlético campeão de quase tudo em 2021 foi plantada em um dos momentos mais difíceis para os atleticanos em 2013. Em entrevista à Encontro, Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador detalham essa história e falam sobre o Galo do presente e do futuro


postado em 02/02/2022 01:17 / atualizado em 02/02/2022 09:00

Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães (da esq. para a dir.), os chamados 4 Rs, na comemoração do título da Copa do Brasil na Arena da Baixada, em Curitiba(foto: Pedro Souza/Atlético)
Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães (da esq. para a dir.), os chamados 4 Rs, na comemoração do título da Copa do Brasil na Arena da Baixada, em Curitiba (foto: Pedro Souza/Atlético)
Os atleticanos costumam chamar de "o jogo da virada" a partida contra o Afogados da Ingazeira, ocorrida no dia 26 de fevereiro de 2020. No duelo, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, o modesto time do sertão de Pernambuco eliminou o Galo da competição ao vencer a disputa de pênaltis por 7 a 6, após um empate por 2 a 2 no tempo normal, fazendo a festa da torcida pernambucana que lotou o estádio Vianão. A eliminação fez com que Sérgio Sette Câmara, então presidente do Atlético, desse início a uma reformulação no departamento de futebol do clube, demitindo, ainda na madrugada após o jogo, o recém-contratado treinador venezuelano Rafael Dudamel. Também foram demitidos o gerente, Marques Abreu, ex-jogador e ídolo do Galo, além do diretor de futebol, Rui Costa. A partir disso, o Atlético contratou o técnico argentino Jorge Sampaoli e diversos reforços, fazendo uma ótima campanha no Campeonato Brasileiro daquele ano. O Galo terminou a competição nacional em terceiro lugar, apenas três pontos atrás do campeão Flamengo. Assim foi formada a base do time que fez história em 2021. Por isso, os torcedores consideram que a grande virada para o sucesso do clube no ano passado começou na dolorosa derrota para o Afogados.

A verdade, no entanto, é que a virada ocorreu mesmo em outra ocasião, também em um momento difícil para o Atlético. Para entender essa história, precisamos voltar ao dia 18 de dezembro de 2013, na derrota por 3 a 1 para o Raja Casablanca, do Marrocos, na capital Marrakesh, quando o Galo foi eliminado do Mundial de Clubes da Fifa, perdendo a oportunidade de enfrentar o Bayern de Munique, da Alemanha, na decisão do torneio internacional. Poucos atleticanos sabem, mas foi nesse dia que teve início a formação do chamado grupo dos 4 Rs, que, posteriormente, ajudariam a transformar para sempre a história do Atlético.

Os amigos, conselheiros e, hoje, grandes apoiadores do Galo, Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, que se conhecem há décadas, estavam acompanhando o Atlético no Mundial como simples torcedores, assim como outros milhares que foram ao continente africano com a esperança de ver o time campeão da Libertadores fazer uma partida histórica contra o Bayern, o que não aconteceu devido à inesperada eliminação para o Raja. "Depois da derrota, achamos que o clima estava muito pesado para permanecermos no Marrocos", lembra Rubens Menin. "Resolvemos esticar a viagem e visitar outros lugares. O Ricardo Guimarães nos disse que tinha uma amizade com o presidente do time do Porto e que seria uma oportunidade para irmos até Portugal e conhecer melhor o clube."

O tour no belo Estádio do Dragão e em seus ambientes anexos, como lojas e um museu dedicado à história do Futebol Clube do Porto, impressionou os amigos, gerando o primeiro impulso para implantar, de fato, melhorias administrativas no Galo, além da realização de um grande e antigo sonho de todos os atleticanos. "Foi nesse momento que surgiu a ideia de construir a Arena MRV", comenta Renato Salvador. "Vimos que o Atlético precisava daquele modelo: um estádio moderno, próprio, com as cores e a identidade do Galo e da torcida", completa Rafael Menin. Hoje uma realidade, a Arena MRV foi aprovada em 2017 pelo conselho deliberativo do Atlético e teve sua construção iniciada em abril de 2020. A previsão é que o estádio do Galo, localizado no bairro Califórnia, seja inaugurado no final deste ano.

Mas foi em 2019 que o grupo que sempre atuou em prol do Galo passou a participar diretamente do dia a dia do clube, quando o então presidente Sérgio Sette Câmara, observando as dificuldades financeiras pelas quais o Galo passava, resolveu pedir ajuda a Rubens Menin, que convidou os outros integrantes a participarem do processo de recuperação do clube. "Verificamos que o Galo tinha problemas não só financeiros, com dívidas que corriam o risco de fazer a Fifa aplicar punições severas, mas também havia problemas administrativos sérios", afirma Rubens. " Foi aí que contratamos duas renomadas empresas de auditoria e consultoria empresarial para começar a organizar e sanear o clube."

Diferentemente do que ocorre na maioria dos times do futebol brasileiro, o círculo virtuoso para reestruturar o Galo prosseguiu a todo vapor, mesmo com a eleição de um novo presidente, em 2020, provando que o Atlético é, hoje, um clube pacificado. Sérgio Coelho, que deu início a seu mandato em 2021, manteve as portas abertas para uma administração conjunta entre ele e seu vice, o advogado José Murilo Procópio, e os 4 Rs, formando um conselho gestor. "O Sérgio Coelho e o José Murilo são pessoas totalmente desprovidas de vaidades e demonstraram isso permitindo que participássemos da gestão do Atlético junto com eles", elogia Renato Salvador. "O que eles fizeram foi uma cessão de parte do poder que eles têm na presidência em prol do Galo. Hoje todas as decisões são tomadas em conjunto e sabemos que não é qualquer presidente que permitiria isso. É louvável."

O resultado da harmonia que há no conselho gestor do Atlético se refletiu em campo, com o Galo realizando a melhor temporada de sua história em 2021, com a conquista do chamado triplete alvinegro: Campeonato Mineiro, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. O sucesso não é por acaso. Os 4 Rs são unânimes em afirmar que a união e a responsabilidade são os pilares do conselho gestor. Segundo eles, as divergências são raras e, quando surgem, são resolvidas de forma totalmente democrática e técnica. "É uma convivência muito harmoniosa, construtiva e colaborativa, onde todos se respeitam e se ajudam muito", diz Rafael Menin.

Além disso, o grupo reitera que não são mecenas, muito menos investidores, e que por isso preferem ser chamados de apoiadores. Para quem os olha com cautela e diz que o que eles querem, na verdade, é transformar o Galo em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e comprar o clube futuramente, os 4 Rs afirmam que isso jamais foi cogitado. "Comprar o Atlético para quê? Deixa o Atlético quieto lá", crava Rubens Menin.

Apesar de não terem a intenção de comprar o Galo, os quatro analisam que é um caminho natural que todos os clubes do futebol brasileiro sejam transformados em SAF. "O Atlético hoje é um clube organizado, não precisa ter pressa para realizar esse processo. Vamos fazer isso com calma, no momento certo, para que o clube tenha um valor de mercado na casa dos bilhões", afirma Ricardo Guimar%u200Bães. "Buscaremos um investidor bem preparado e que tenha experiência de negócios no futebol, de preferência na Europa, para vir aqui e colocar o Atlético no mesmo patamar dos grandes clubes europeus."

Já sobre a preocupação da torcida acerca de uma possível quebra do ciclo existente hoje no Galo - como por exemplo a chegada à presidência do clube alguém mal intencionado ou mal preparado que possa colocar em xeque todo o bom trabalho que está sendo feito - o grupo também é unânime em afirmar que o estatuto do Atlético precisa ser modernizado, no intuito de, entre outros aspectos, obrigar os presidentes a manterem uma gestão profissional e torná-los civilmente responsáveis pelas ações realizadas em seus mandatos. "Já estamos conversando com o Castellar Guimarães Filho, que é presidente do conselho deliberativo, para que essas mudanças entrem na pauta de discussões ainda neste ano e que o estatuto seja alterado o mais breve possível", diz Rubens Menin.

A seguir, confira o bate-papo que Encontro realizou com cada um dos 4 Rs.

Rubens Menin

Rubens Menin, 66 anos, é fundador da MRV, Banco Inter e CNN Brasil, entre outras empresas(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Rubens Menin, 66 anos, é fundador da MRV, Banco Inter e CNN Brasil, entre outras empresas (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Do elenco campeão, se você fosse escolher três jogadores que não faltariam no seu time, quais seriam?

Faz isso não! Essa pergunta eu não vou responder (risos). Eu citaria todos os nomes do elenco principal, porque não tivemos 11 titulares, são pelo menos 18. É um plantel muito bom, muito qualificado. Seria até maldade citar apenas alguns, afinal todos foram fundamentais.

Qual é o seu sentimento em estar participando de uma temporada que certamente ficará na história do clube? Como foi estar presente no jogo da conquista do título do Campeonato Brasileiro?

Sem dúvida é um prazer imenso. É só alegria! O Atlético teve times maravilhosos ao longo da história, mas o time de 2021 entregou muito, é muito completo e ficará marcado para sempre como o que conquistou três campeonatos na mesma temporada. É muito bom trabalhar em um projeto tão profissional e organizado como é o Galo hoje. Vivemos um clima de muita paz e muita união entre todos: diretoria, jogadores, comissão técnica, conselheiros e todos os funcionários. A comemoração do título lá em Salvador foi um exemplo disso, todos nós juntos celebrando aquele momento maravilhoso. Foi top!

Você é bastante ativo nas redes sociais. Já teve algum dissabor, já que é um território propício à manifestação de ódio?

Nunca tive nenhum problema, até porque eu não falo mal de ninguém. Não gosto dessa mania de lacração, então, eu só uso a internet para falar coisas boas. Não lacro nada nem ninguém. Sou totalmente positivo nas redes sociais.

A torcida tem um carinho especial por você, chegando a chamá-lo de "papai Menin". Como vê esse reconhecimento?

A torcida do Galo é um caso à parte. Em 50 anos de campeonato Brasileiro, dez vezes o Atlético teve a melhor média de público e temos hoje o maior número de sócios torcedores do Brasil. Isso mostra o quanto somos diferentes. Existem boas torcidas no mundo, mas igual à do Galo não há em lugar nenhum. Ninguém pressiona o adversário como nós.

O Galo sempre foi grande, mas falando da prateleira de cima dos grandes clubes do futebol brasileiro na atualidade, o Galo chegou para ficar? Quantos clubes cabem nessa prateleira?

Sem dúvida. Daqui para frente o Atlético entra para brigar pelo título de todos os campeonatos que ele disputar.  Vamos estar sempre na lista dos favoritos. Acredito que nos próximos anos, apenas seis ou, no máximo, dez times serão considerados grandes no Brasil, e o Galo está entre eles.

Qual a importância da Arena MRV para o futuro e para a sustentabilidade do Atlético?

Com um estádio próprio, consegue-se ter uma arrecadação muito maior, com custos menores e receitas maiores, o que significa mais dinheiro entrando para o clube. E o projeto foi pensado não só para jogos de futebol, mas também para receber outros eventos, como shows, além de lojas e um museu do Galo. A Arena MRV estará no mesmo nível dos melhores estádios da Europa.

Ricardo Guimarães

Ricardo Guimarães, 61 anos, é presidente do Conselho de Administração do banco BMG(foto: Divulgação)
Ricardo Guimarães, 61 anos, é presidente do Conselho de Administração do banco BMG (foto: Divulgação)
Do elenco campeão, se você fosse escolher três jogadores que não faltariam no seu time, quais seriam?

Não me coloca nessa enrascada (risos). O mérito é de todo o grupo, que eu considero o melhor Atlético de todos os tempos. Tenho um profundo respeito pelos grandes times do Galo ao longo da história, mas o elenco de 2021 foi o que conseguiu mais títulos numa única temporada e o que teve um dos melhores aproveitamentos entre todos os clubes do mundo no ano. Dizem que teve um time em 2003 que conseguiu o mesmo feito, mas não dá nem para comparar. Os adversários que o Galo enfrentou são muito mais qualificados.

Você não é uma pessoa que participa de redes sociais, então como é o seu relacionamento com a torcida nas ruas?

Eu realmente não sou adepto de redes sociais. Até reconheço que seria positivo ter uma conta no Twitter, no Instagram, mas não é algo que eu goste. Eu gosto muito de fazer caminhadas, e é nesses momentos que eu encontro os torcedores. Fico muito feliz porque eles demonstram uma gratidão imensa, aplaudem, me cumprimentam e eu fico muito feliz com isso. Até acho que eu recebo muito mais carinho do que mereço (risos). 

Qual é o seu sentimento em estar participando de uma temporada que certamente ficará na história do Galo? É uma volta por cima, já que era presidente do clube no momento mais difícil do Atlético, que foi o rebaixamento para a Série B em 2005?

É uma redenção. Vivemos um período muito difícil naquela época (do rebaixamento), mas hoje é uma realidade totalmente diferente, há uma profissionalização do Atlético em todos os sentidos. Sempre quis dar o melhor para o Galo, mas quando fui presidente não era possível implementar tudo o que eu gostaria. Acredito que, mesmo assim, deixamos algum legado, que foi a modernização da Cidade do Galo e o início do saneamento das dívidas do clube. Hoje, quando olho para trás, fico muito satisfeito de ter dado a minha contribuição, mesmo em um momento conturbado.

O Atlético sempre foi grande, mas falando da prateleira de cima dos grandes clubes do futebol brasileiro na atualidade, o Galo chegou para ficar? Quantos clubes cabem nessa prateleira?

De fato passou a época do Clube dos 13. Hoje o futebol mudou e, em todo o mundo, são poucos os times que podem se considerar grandes em seus campeonatos nacionais. No Brasil, temos Galo, Palmeiras e Flamengo nessa prateleira de cima, e talvez caibam mais um ou dois times. Estamos trabalhando para que o Atlético permaneça nesse patamar, brigando por todos os títulos.

Com a possibilidade da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o grupo  dos 4Rs pensa  em "comprar  o Galo", como já foi questionado?

Não. Não é para isso que estamos construindo esse novo Atlético. Estamos fazendo do Atlético uma empresa, que tem de ser administrado como um negócio autossustentável. Naturalmente, a tendência é que o  Galo vire uma SAF, sim. E não é de interesse de ninguém desse  grupo  ser o principal administrador dessa SAF. Queremos preparar o Atlético para que, ao virar uma SAF, por exemplo, tenha um valor muito significativo. De bilhões de reais. Então acredito que apenas um investidor estrangeiro possa manifestar interesse. Mas não há nada em vista, até  porque não temos essa necessidade urgente.

Renato Salvador

Renato Salvador, 62 anos, é engenheiro e construtor(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Renato Salvador, 62 anos, é engenheiro e construtor (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Do elenco campeão, se você fosse escolher três jogadores que não faltariam no seu time, quais seriam?

Todos foram fundamentais para o sucesso que o Galo alcançou, mas já que é para citar apenas três, eu destaco Allan, Zaracho e Hulk.

Qual é o seu sentimento em estar participando de uma temporada que certamente ficará na história do clube? Você pensa que é uma volta por cima, já que era membro da diretoria no momento mais difícil do Galo, que foi o rebaixamento para a Série B em 2005?

Como atleticano desde criança (meu pai, o médico José Salvador Silva, levava a família para os jogos ainda no Campo do Sete, onde hoje é o Independência), meu sentimento é de muita alegria. Desde 2020, sabíamos que estaríamos brigando pelos títulos nas próximas temporadas e foi maravilhoso conquistar quase tudo já no segundo ano da nossa participação no clube. Não penso que seja uma volta por cima, mas sim uma sensação de amadurecimento, o que mostra que aprendemos com os erros do passado.

Quando vocês perceberam que o Atlético precisava de ajuda?

Em 2019, o então presidente, Sérgio Sette Câmara, teve uma atitude que considero muito feliz e, totalmente desprovido de vaidade, foi procurar o Rubens Menin para falar da situação em que se encontrava o clube. Aí o Rubens nos chamou para trabalharmos juntos. Contratamos consultorias para avaliar os diversos departamentos do Atlético e iniciamos uma reformulação drástica. A situação era muito difícil, especialmente na parte esportiva, que é a razão de ser do clube. Daí em diante começou a virada.

Como são resolvidas eventuais divergências no conselho diretivo?

Sempre em consenso. É claro que temos opiniões, mas sempre buscamos oconvencimento. Não tivemos nenhum caso em que o presidente precisou desempatar. Essa, aliás, foi uma exigência do Sérgio para sua candidatura? que buscássemos sempre o consenso.

O Atlético sempre foi grande, mas falando da prateleira de cima dos grandes clubes do futebol brasileiro na atualidade, o Galo chegou para ficar? Quantos clubes cabem nessa prateleira?

No Brasil, creio que teremos, no máximo, entre quatro e cinco clubes bem estruturados, sustentáveis, para brigar pelos títulos nacionais e internacionais. O Galo já é um desses times, com certeza, e temos um projeto administrativo de longo prazo para continuar nessa prateleira de cima.

Rafael Menin

Rafael Menin, 41 anos, é CEO da MRV(foto: Divulgação)
Rafael Menin, 41 anos, é CEO da MRV (foto: Divulgação)
Do elenco campeão, se você fosse escolher três jogadores que não faltariam no seu time, quais seriam?

Pergunta muito difícil. De certa forma, é até injusto citar apenas três desse elenco super qualificado e equilibrado. São todos jogadores de altíssimo nível, mas alguns se destacam: o Hulk, que é uma unanimidade; o Zaracho, que é um atleta muito intenso; e o Allan, que cresceu muito. Faço uma menção honrosa ao Arana, que é o melhor lateral do Brasil e destaco também o Éverson que foi fantástico, sobretudo na segunda metade do ano.

Qual é o seu sentimento em estar participando de uma temporada que certamente ficará na história do clube?

Tudo o que aconteceu em 2021 vai ficar marcado para sempre na minha vida. Acompanhei o clube diariamente, em todos os passos, então o envolvimento emocional, como torcedor que sou, é muito grande. Quando terminou o jogo contra o Bahia e o Galo foi campeão brasileiro, foi uma emoção enorme, inesquecível.

Você é bastante ativo nas redes sociais. Como é lidar com os torcedores na internet?

Às vezes eles me cobram quando as coisas não vão bem em campo, como aconteceu algumas vezes, principalmente em 2020. A gente sabe que, mesmo com um bom time e boas atuações, só é valorizado o clube que é campeão, mas faz parte, eu procuro lidar bem com isso. Quem trabalha com o futebol sabe da exposição que existe, porque o torcedor é muito mais passional do que racional. Quem está nesse meio e não quer estar exposto deve procurar outra coisa para fazer (risos).

O Atlético sempre foi grande, mas falando da prateleira de cima dos grandes clubes do futebol brasileiro na atualidade, o Galo chegou para ficar? Quantos clubes cabem nessa prateleira?

Antigamente tínhamos mais ou menos 14 clubes considerados grandes no Brasil, mas hoje a realidade é diferente. Existe uma distância maior entre esses clubes, graças à boa organização e administração de algumas dessas agremiações. Sob essa ótica, vamos ter no máximo seis clubes que permanecerão brigando de fato pelos campeonatos, e o Atlético hoje está nesse seleto grupo que é a nova elite do futebol brasileiro.

Qual a importância da Arena MRV para o futuro do Galo?

É essencial. Mas, vimos que de nada adiantaria ter um palco belíssimo, o melhor estádio da América Latina, se não tivéssemos um clube organizado, com as finanças em ordem e um futebol competitivo. Por isso a participação dos 4Rs, hoje, é mais para garantir essa gestão.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade