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Estado de Minas VEÍCULOS

As formas de abastecer os carros elétricos na cidade

A alta dos combustíveis tem levado os consumidores a se interessar pelo mercado de carros elétricos. A dúvida que fica é: onde "encher o tanque"


postado em 26/05/2022 09:41 / atualizado em 26/05/2022 13:27

A empresária Gerusa Loureiro Ramalho optou por investir em uma BMW I3. Para ela, os principais atrativos do carro elétrico foram a economia de combustível e a fácil dirigibilidade:
A empresária Gerusa Loureiro Ramalho optou por investir em uma BMW I3. Para ela, os principais atrativos do carro elétrico foram a economia de combustível e a fácil dirigibilidade: "Se estiver na reserva, leva sete horas para carregar no wallbox e 24 horas em tomadas 220V" (foto: Pádua de Carvalho/Encontro)
Não é preciso trabalhar em um posto de gasolina para saber que nos tempos atuais os preços dos combustíveis estão nas alturas. O que tem tirado o sono de muita gente, tem feito a alegria de um nicho especial no mercado de automóveis: o de carros elétricos. No último mês de março, as pesquisas mundiais pelo modelo atingiram o seu ápice na rede virtual. Com a proposta de ser menos poluente, mais silencioso e ter um consumo de energia mais eficiente, os EVs enchem os olhos dos consumidores. No Brasil, em 2021, as opções de carros elétricos no mercado duplicaram, com valores que variam entre 165 mil e mais de 1 milhão de reais.

Ainda assim, as vendas no país têm sido tímidas. Mas para quem o preço não é um problema, é bom se inteirar sobre detalhes como capacidade da bateria, potência, torque,  desempenho, tempo de recarga, autonomia (de 234 a 470 quilômetros) e despesa com energia elétrica,  elementos que variam de acordo com o modelo do carro. E é claro, a pergunta que não quer calar: onde encher o tanque, ou seja, carregar o veículo? Esse tem sido o principal dilema dos futuros proprietários de carros elétricos. Ainda são poucos os locais que possuem postos de abastecimento, entre eles shoppings centers, centros comerciais e alguns postos de empresas privadas espalhados nos grandes centros urbanos.

Em 2020 o número de veículos eletrificados no país chegou a 42,2 mil unidades, o que equivale a 1% da frota total: previsão é de que o mercado nacional de automóveis elétricos e híbridos cresça de 300% a 500% nos próximos cinco anos(foto: Divulgação)
Em 2020 o número de veículos eletrificados no país chegou a 42,2 mil unidades, o que equivale a 1% da frota total: previsão é de que o mercado nacional de automóveis elétricos e híbridos cresça de 300% a 500% nos próximos cinco anos (foto: Divulgação)
"Atualmente, não ter um carregador para o veículo elétrico em casa torna-se um grande impeditivo para a compra ", diz João Borges, engenheiro eletricista da Projelet. Isso porque o tempo de carregamento em carregadores AC/DC (grande maioria disponível) leva de 6 a 12 horas. Imagina ter de ficar esperando esse tempo todo em um shopping? Os postos ultra rápidos ou eletropostos, que carregam os carros em questão de minutos, foram lançados no Brasil apenas em 2020 e, até o momento, são apenas 750 unidades instaladas em todo o país. E é aí que entra a possibilidade de carregar a bateria do carro elétrico em casa, o que traz segurança e independência ao usuário. Segundo os especialistas, o principal diferencial seria o custo-benefício de abastecimento por quilômetro rodado. Com a gasolina a um preço médio de 7,59 reais por litro nos postos de BH, o custo de um tanque de 35 litros sairia a 265,65. Em um automóvel que faz cerca de 10 a 12 quilômetros por litro na cidade, o tanque permite uma autonomia aproximada de 350 quilômetros. Se o carregamento total de um carro elétrico consome 59,2 kWh, para andar os mesmos 350 quilômetros gasta-se quatro vezes menos. "Considerando o valor do kWh da CEMIG em 1,12 real (valor atual da tarifa), o custo de um carregamento completo sairia por 66,30 reais", diz João Borges.

O engenheiro eletricista João Borges destaca que os carregadores residenciais (home charger) são considerados mais rápidos e seguros que os carregadores emergenciais, que já vêm no veículo:
O engenheiro eletricista João Borges destaca que os carregadores residenciais (home charger) são considerados mais rápidos e seguros que os carregadores emergenciais, que já vêm no veículo: "Atualmente, não ter um carregador para o veículo elétrico em casa torna-se um grande impedimento para a compra" (foto: Projelet/Divulgação)
A energia elétrica é mais limpa quando comparada aos combustíveis fósseis, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Os carros elétricos já vem com um carregador portátil, parecido aos de notebooks. O tipo de rede elétrica utilizada influencia no tempo de carga,  sendo que a grande maioria dos carregadores funciona em tensão 220V. Para carregar, é preciso utilizar uma tomada no modelo 20A, no padrão novo, com três pinos. Os carregadores residenciais (home charger) são considerados mais rápidos e seguros que os carregadores emergenciais que já vêm no veículo. Também conhecidos como Wallbox (carregador de parede), normalmente são fixos. Com um custo médio de 8 mil reais, seu funcionamento depende da instalação de um circuito independente com disjuntor. Como levam de duas a 12 horas para completar totalmente a capacidade de uma bateria de 40 kW, são ideais para recarga no período noturno.

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
Em 2021, a empresária Gerusa Loureiro Ramalho optou por investir em uma BMW I3. Para ela, os principais atrativos foram a economia de combustível e a fácil dirigibilidade. Se estiver na reserva, o modelo de carro elétrico leva  sete horas de carregamento no wallbox e 24 horas em tomadas 220V. "Quando viajo, programo paradas em pontos de carregamento. Existem alguns aplicativos que informam", conta. O único inconveniente, diz ela, é a escassez de pontos de recarga nas rodovias estaduais e federais. Em alguns postos de combustíveis já existem os carregadores ultra-rápidos, que necessitam de mais infra-estrutura para funcionar, sendo necessário um totem parecido com uma bomba de combustíveis tradicional. Nesse caso, o tempo de carregamento completo da bateria do carro seria de 30 a 40 minutos.

O que promete ser o futuro do mercado automotivo chega de mansinho no Brasil, mas já dá sinais de crescimento. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2020 o número de veículos eletrificados no país chegou a 42,2 mil unidades, o que equivale a 1% da frota total. A previsão é de que o mercado nacional de automóveis elétricos e híbridos cresça de 300% a 500% nos próximos cinco anos. Pelo jeito, o futuro já bate à nossa porta.

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