
"Muitas vezes, o aluno enfrenta várias dificuldades no ensino tradicional e, mesmo assim, alcança êxito em sua vida profissional. Por isso é importante identificar e valorizar as aptidões de cada um", diz Mayra Araújo, diretora pedagógica do Sistema Logosófico de Educação. Na instituição, a formação humana e integral é pensada com base em uma tríplice configuração, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental e médio, dentro de uma concepção do ser humano composto por uma realidade física, psicológica e espiritual. "O nosso propósito é que o jovem que sai do Logosófico contribua de forma efetiva para um mundo melhor. Por isso, procuramos oferecer amplo campo de experimentação na prática do bem", diz a diretora. E é criando oportunidades dentro da própria escola que os alunos aprendem a exercitar valores como a honestidade e a cooperação entre colegas. Por lá, atividades corriqueiras, como arrumar a própria cama, ajudar a lavar a louça e não desperdiçar água são de grande valor.

Independentemente da linha pedagógica adotada, tornou-se claro que aprender é um processo que envolve todos os sentidos. Para que eles se desenvolvam, no entanto, é necessário que sejam estimulados. O que tornou o formato rígido da escola tradicional ultrapassado. Na multidisciplinaridade é possível fazer um passeio no parque e aprender ao mesmo tempo conceitos sobre zoologia, botânica e ecologia, obtendo resultados mais efetivos e longevos. O objetivo é que os alunos percebam a aplicação do que aprenderam de forma prática em seu dia a dia. Outro aspecto importante dessa linha de ensino é o respeito às diferenças e a valorização das aptidões de cada um. Para os especialistas, trazer diferentes experiências para o âmbito escolar e apostar na inovação é algo que deve fazer parte da programação de qualquer instituição de ensino.

Aprender brincando é o lema da Escola Bilboquê Vila da Serra, que recebe crianças de 04 meses a 08 anos de idade. "Nossa proposta pedagógica sempre esteve relacionada às situações lúdicas, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com as metodologias ativas", diz a diretora Renata Lamounier. Para ela, a partir de novas formas de aprendizagens é possível contribuir para a formação de indivíduos criativos, descobridores, autônomos e preparados para enfrentar o mundo. Em 2022, a Cultura Maker foi adotada na unidade do Vila da Serra, como parte de um projeto-piloto que também será estendido para as unidades do Gutierrez e Buritis, no ano que vem. A mentalidade maker busca criar, construir, reconstruir, reparar e remendar, com a premissa de explorar os objetos cotidianos, ressignificando suas funções e minimizando o desperdício. "O espaço escolar não é algo estático e imutável. Ele está em constante movimento e transformação para acolher e desenvolver toda pluralidade de competências e aptidões", diz a diretora.
