Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2022 - Antônio Pitangui de Salvo

Após um ano de gestão, presidente da Faemg reforça a importância da valorização do setor agropecuário como fonte de segurança alimentar


postado em 01/02/2023 21:54 / atualizado em 02/02/2023 11:56

Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg:
Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg: "Sem dinheiro e trabalho, a tendência é todos migrarem para as cidades, gerando um enorme desequilíbrio social. Precisamos de apoio e incentivo para que os jovens enxerguem as inúmeras possibilidades que existem no campo" (foto: Paulo Márcio/Encontro)
Desde sua posse, em novembro de 2021, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, segue determinado em mudar a cara da entidade. Ele quer abrir as portas da federação para seus associados. Dos 2 mil sindicatos de produtores rurais brasileiros, Minas Gerais é o estado com a maior representação, com 387 entidades. "Sabemos que Minas são várias e cada região possui a sua peculiaridade. Durante nossa campanha para eleição, notamos um afastamento desses sindicatos com a sede e decidimos mudar esse cenário", diz. Fundada em 1951, a Faemg chega a sua oitava gestão alcançando 790 dos 853 municípios mineiros. Um sistema que abrange desde pequenos produtores rurais a sindicatos, federações e a Confederação da Agricultura  Pecuária do Brasil (CNA), maior representante dos produtores rurais brasileiros perante o Congresso Nacional. "Nosso primeiro passo foi dar legitimidade e sensação de pertencimento para aqueles que representamos."

Perfil:

  • Antônio Pitangui de Salvo, 58 anos
  • Casado, 3  filhos
  • Engenheiro agrônomo. Proprietário de fazendas nos municípios de Curvelo e Cordisburgo. Presidente da  Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

Criado em 2022, o projeto Redescobrir possibilitou que 303 sindicatos conhecessem, de fato, a sede da Faemg, para ver de perto seu funcionamento e o potencial que a casa tem para defender os interesses do homem do campo e dar mais representatividade ao setor. "Não podemos ser vistos, erroneamente, como degradadores, invasores ou desmatadores. Muito pelo contrário. Respeitamos as leis brasileiras, não defendemos a degradação ambiental ou maus-tratos aos animais. Defendemos a legalidade", afirma Antônio. Ele reforça, ainda, a importância da atividade para a subsistência da sociedade e para a segurança alimentar. "O setor produtivo primário do agro fez sua parte durante a pandemia, mostrando a importância do trabalho realizado no campo para a sociedade e não deixando faltar alimento nas prateleiras dos supermercados." Engenheiro agrônomo de formação, Antônio é a quarta geração de pecuaristas da família, proprietária das fazendas Canoas, Mundo Novo e Lagoa dos Currais, localizadas nos municípios de Curvelo e Cordisburgo. Essa experiência o fez conhecer de perto as dores do trabalhador rural e ajuda a explicar o êxito de sua gestão que, em pouco mais de um ano, já colocou em prática 70% das metas divulgadas durante a campanha.

> Conheça todos os Mineiros do Ano eleitos pela Encontro em 2022

Entre suas propostas está a qualificação do profissional do campo. Só em 2021 cerca de 110 mil pessoas foram treinadas e qualificadas em 300 cursos gratuitos disponibilizados pelo Senar Minas. Elas aprenderam desde o uso correto de defensivo agrícola ao manejo com os animais e operação de máquinas.

Uma das medidas adotadas significou a redução da emissão de 40 toneladas de gás carbônico na atmosfera em apenas três meses. Com 40 carros, a frota de veículos da Faemg passou a ser abastecida apenas com etanol. "Nós plantamos a cana-de-açúcar, colhemos, preparamos o solo, plantamos de novo. O caminho é o combustível verde, por ser renovável." Sobre o início de um novo governo no país, Antônio Pitangui ressalta que é preciso que a classe política entenda a importância do agro e quais suas necessidades para garantir, entre outras coisas, a sucessão familiar no meio rural. "Sem dinheiro e trabalho, a tendência é todos migrarem para as cidades, gerando um enorme desequilíbrio social. Precisamos de apoio e incentivo para que os jovens enxerguem as inúmeras possibilidades que existem no campo." Para os que criticam o agronegócio, ele tem uma resposta na ponta da língua: "Nós não somos o problema, somos a solução".

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação