Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2022 - Flávio Roscoe

Reeleito para a presidência da Fiemg, industrial tem planos ousados para a entidade e firma-se como uma das principais lideranças políticas do estado


postado em 01/02/2023 21:14 / atualizado em 02/02/2023 11:55

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg:
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg: "Apoiamos as ideias que acreditamos serem capazes de destravar o Brasil, de trazer desenvolvimento social por meio do desenvolvimento econômico" (foto: Paulo Márcio/Encontro)
Levar aulas de robótica para 100 mil alunos de escolas públicas de Minas Gerais. Essa é a meta, ousada, de Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), para os próximos três anos. Aliás, apenas um dos alvos propostos por Flávio, que tomou posse para seu segundo mandato à frente da instituição no ano passado. Para se ter ideia do tamanho do desafio, esse programa do Sesi atende hoje 2,7 mil estudantes. "Quando a criança ou o adolescente tem contato com as aulas de robótica, expande seus conhecimentos, porque é necessário usar matemática, ciências e uma série de habilidades", diz, com notável entusiasmo. Que ninguém duvide dos planos de Flávio Roscoe. Por mais ousados que pareçam. Quando assumiu a Fiemg, em 2018, a entidade tinha orçamento anual de 90 milhões de reais e apurado, no ano anterior, um déficit de 150 milhões de reais. Em 2022, a receita foi de 1,6 bilhão de reais e as contas fecharam no azul, com um superávit de quase 500 milhões de reais. "A estimativa era de que seriam necessários 15 anos para saldarmos todas as dívidas acumuladas em gestões anteriores. Pagamos em dois."

Perfil:

  • Flávio Roscoe, 50 anos
  • Casado, 3 filhas
  • Sócio-diretor do grupo Colortextil, com unidades em Belo Horizonte, Itabirito e Sergipe. Reeleito presidente da Fiemg, com mandato até 2025

Já em seu primeiro dia de trabalho, Flávio, então o mais jovem presidente a assumir o controle da Fiemg, aprovou 150 medidas de modernização em diversos setores da federação. Uma das mais importantes e impactantes: reduziu a folha de pagamento em 13%, com foco na alta hierarquia. Os recursos frutos da reorganização são investidos, prioritariamente, em projetos de inovação e em formação. Em quatro anos, foram empregados quase 200 milhões de reais no Sesi (que envolve da educação infantil ao ensino médio) e no Senai (com cursos profissionalizantes voltados à indústria). O número de estudantes atendidos saltou de 80 para 200 mil, o que faz da federação a maior instituição de ensino particular do estado. O alvo agora é chegar em 2025 com 280 mil alunos.

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Nos últimos anos, Flávio, que é sócio-diretor do grupo Colortextil, com unidades em Belo Horizonte, Itabirito e Sergipe, esteve na linha de frente de discussões que envolviam não apenas o interesse de seus associados, mas de toda a sociedade. E não apenas do estado, mas do país. Foi assim, por exemplo, na polêmica sobre a mineração na Serra do Curral, cujo projeto de exploração foi defendido pela entidade, e no início da pandemia, quando se manifestou contra o fechamento das indústrias. Flávio foi ainda um dos principais apoiadores não só do governador reeleito Romeu Zema (Novo) como do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), engajando-se, inclusive, na arrecadação de recursos para as campanhas. "Apoiamos as ideias que acreditamos serem capazes de destravar o Brasil, de trazer desenvolvimento social por meio do desenvolvimento econômico", diz. Sobre o novo governo federal, Flávio se diz "preocupado", mas promete continuar a "apoiar o que for certo e criticar o que estiver errado". Apesar de ressaltar que a primeira impressão da gestão Lula não está sendo boa, destaca dois acertos: a escolha do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ("Um luxo, se comparado aos nomes à frente de outras pastas") e do mineiro Alexandre Silveira (PSD) para o Ministério de Minas e Energia.

Uma frase atribuída a Isaac Newton, que viveu entre os séculos XVII e XVIII, exemplifica um dos principais desafios dos homens em suas relações: "Construímos muros demais e pontes de menos". Talvez inspirado pelo matemático, cientista e filósofo inglês, Flávio Roscoe, gosta de repetir: "Acredito que minha função é esta: construir pontes." E assim ele tem feito, seja na relação com outros industriais, na educação e, porque não?, na política. 

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