Mineiros do Ano 2022 - Rodrigo e Rommel Domingos

Quando contam sua história de vida, em momentos importantes, de superação, Rodrigo e Rommel Domingos não só ficam com uma expressão cheia de brilho nos olhos, como às vezes literalmente falam: "e ficamos com brilho nos olhos." Os irmãos tiveram uma infância pobre, na qual, desde cedo, não tinham alternativa que não dividir o tempo entre múltiplos trabalhos e o estudo (começaram, por exemplo, acordando de madrugada para descarregar caixas em uma feira). Ainda assim, nunca cogitaram abandonar a sala de aula.

O olhar ganha mais vida, por exemplo, quando contam sobre como, na adolescência, tinham mais demanda de alunos particulares do que conseguiam atender. Conseguiram, graças ao dinheiro conquistado com os próprios trabalhos, se mudar de um bairro distante para o centro de Betim. Em um ponto mais bem localizado, podiam otimizar o tempo e aumentar o número de alunos - muitos deles mais velhos e de escolas privadas. Tudo isso enquanto estudavam e se preparavam para o vestibular em que eles próprios queriam passar: o do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde ambos se formaram.

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Não é à toa que essa expressão está presente em tudo no Bernoulli, inclusive no slogan "se os olhos brilham, muda tudo." Seus fundadores, Rodrigo e Rommel Domingos (bem como o terceiro sócio-fundador, o baiano Paulo Ribeiro) têm com o aprendizado uma relação de encantamento que procuram inspirar nos alunos o tempo todo. Deles, pedem apenas que estejam dispostos a se desenvolver, abertos a "se engajar", como também gostam de dizer. "O que a gente era? Engajado", explica Rommel. Segundo ele, a palavra não era "responsável", que é algo frio e pesado e que não combinava com o espírito daqueles dois adolescentes.

De acordo com os irmãos, é na intenção de engajar cada vez mais os alunos e inspirar esse mesmo brilho nos olhos que o Bernoulli, fundado há 23 anos como pré-vestibular, tem investido em mudanças e em crescimento. Só no ano passado, adquiriram um imóvel histórico no Cidade Jardim, sede por três décadas do Pitágoras, que comporta cerca de 2 mil alunos. Também se iniciou em 2022 a construção de uma unidade no Vale do Sereno, em Nova Lima. Além disso, a escola seis vezes campeã nacional do Enem e 14 anos seguidos campeã mineira no exame tem planos de abertura de unidades em outras cidades do Brasil. Como bons mineiros, porém, Rodrigo e Rommel ainda não revelam detalhes desse projeto de expansão, que deve ocorrer nos próximos três anos. A ampliação também acontece no braço "B2B" do negócio, ou seja, no sistema de ensino, que é adotado por 800 escolas parceiras em todo o país. O número de alunos atendidos passou de 220 mil em 2022 para 270 mil em 2023, e agora as coleções pedagógicas contam também com um projeto de bilinguismo integrado ao currículo nacional.

Com o crescimento da empresa (que hoje é formada por pré-vestibular e colégio do infantil ao ensino médio, com três unidades próprias em BH e duas em Salvador, além do sistema de ensino), eles também têm investido mais em gestão. Foram criadas novas diretorias e um conselho consultivo, formado pelos três fundadores e por três consultores externos. "O objetivo é elevar a régua de governança e de gestão", explica Rodrigo. Pelo visto, muito mais alunos do país vão entrar para o time do brilho nos olhos. "O ser humano é inquieto, é desejante, não é acomodado. Por que o teria de ser na sala de aula?", questiona Rommel.