Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2022 - Tiago Mendonça

Sob a liderança do CEO, a ABC da Construção, empresa avaliada em 1 bilhão de reais, se transformou na maior rede de acabamentos no país


postado em 02/02/2023 11:22 / atualizado em 02/02/2023 11:56

CEO da ABC da Construção, Tiago Moura Mendonça encerra 2022 com 300 lojas distribuídas em quatro estados e quer chegar a 1 mil unidades em 2024:
CEO da ABC da Construção, Tiago Moura Mendonça encerra 2022 com 300 lojas distribuídas em quatro estados e quer chegar a 1 mil unidades em 2024: "Muitas redes locais acabam se transformando em nossos franqueados, tendo em troca todo o nosso poder de escala, tecnologia , logística e e-commerce" (foto: Paulo Márcio/Encontro)
Tiago Moura Mendonça era uma criança comum quando, aos 5 anos de idade, foi diagnosticado com uma doença que causava dificuldade de caminhar e dor aguda. A sentença era difícil: teria de usar aparelho para paralisia infantil até a adolescência. Mas ele já mostrou nesse episódio a determinação que iria lhe acompanhar por toda a vida. Iniciou um tratamento em piscinas e, três anos depois, recebeu alta. Chegou, inclusive, a disputar torneios de tênis um pouco depois. CEO da ABC da Construção, maior rede do setor de acabamentos no Brasil, Tiago não se acomoda com prognósticos desfavoráveis – e vem colhendo resultados surpreendentes ao transformar a empresa herdada do avô,  Lúcio Ferreira de Moura, em referência no mercado nacional. Com 65 anos de história, a pequena loja aberta em Juiz de Fora expandiu suas atividades e conta, atualmente, com 2 mil funcionários e 300 unidades distribuídas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. O centro de distribuição de Juiz de Fora tem 40 mil metros quadrados de área construída. Além dele, a rede tem 18 centros de distribuição avançados.

Perfil:

  • Tiago Moura Mendonça, 41 anos
  • Nascido em Juiz de Fora (MG)
  • Casado, 2 filhos
  • Formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com MBA em finanças pela PUC do Rio de Janeiro e em gestão internacional pela Écoles Universitaires de Management, na França. CEO da ABC da Construção

Com faturamento de 1 bilhão de reais por ano, a ABC vem registrando crescimento de 50% ao ano, em média. Escalada que requer profissionais qualificados e eficiência nas estratégias de gestão e governança corporativa. "Somos uma empresa que nasceu sendo familiar, mas se tornou totalmente profissionalizada", diz Tiago. Formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com MBA em finanças pela PUC do Rio de Janeiro e em gestão internacional pela Écoles Universitaires de Management, na França, ele foca no médio e longo prazo, e garante que não se arrisca. "Somos extremamente capitalizados, não temos dívidas e o nosso compromisso é reinvestir 100% do caixa gerado."

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Apesar de rechaçar a abertura de capital neste momento, o interesse de investidores mostra a boa imagem da empresa. Em 2021, a Dexco, antiga Duratex, que reúne marcas como Deca, Hydra, Durafloor, Portinari e Ceusa, adquiriu 10% da ABC por 100 milhões de reais. Outros dois sócios são os fundos RedPoint e Fir Capital. Com um ritmo de inaugurações intenso, a previsão é mais do que triplicar o número de lojas até 2024, quando deve ser aberta a milésima unidade. Um ponto importante: apenas 20 lojas são próprias, as demais funcionam em sistema de franquias. "Muitas redes locais acabam se transformando em nossos franqueados, tendo em troca todo o nosso poder de escala, tecnologia , logística e e-commerce", diz Tiago. A receita tem dado certo. A ABC da Construção fechou 2022 com investimentos de 80 milhões de reais e prevê um aporte 50% maior em 2023. A meta é se estabelecer no mercado mais como uma plataforma de solução no setor de acabamento e menos como uma rede de varejo. "Somos uma startup de 65 anos."

O empresário que um dia teve dúvidas entre empreender no negócio da família ou seguir carreira executiva, hoje tem certeza de que tomou a decisão certa. Mas sabe que apesar dos diplomas e de seu talento, o sucesso nos negócios se deve também aos ensinamentos de seu saudoso avô materno que, em 1958, abriu aquela primeira loja da rede em Juiz de Fora. E ao apoio de sua mãe, dona Lígia Moura de Mendonça. "Pessoalmente, foi um ano muito difícil para mim. Perdi minha mãe em agosto, com apenas 66 anos de idade. Mas sigo fazendo jus a ela e ao meu avô". Segue também, fazendo uma verdadeira revolução no varejo de acabamentos, transformando a mineira ABC em uma das principais construtechs do país.

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