Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2022 - Victor Hespanha

O segundo brasileiro a ir para o espaço - primeiro não militar - viu a própria vida girar 180º após ser o ganhador de um sorteio


postado em 02/02/2023 11:41 / atualizado em 02/02/2023 11:57

Victor Espanha, primeiro brasileiro civil a ir para o espaço, quer voltar:
Victor Espanha, primeiro brasileiro civil a ir para o espaço, quer voltar: "Não deu para aproveitar o suficiente" (foto: Pádua de Carvalho/Encontro)
O "logo ali" dos mineiros teve de se estender um pouco. Na verdade, por milhares de quilômetros. Quando o belo-horizontino Victor Hespanha foi sorteado com uma aventura para o espaço, o noticiário de Minas e de todo o Brasil voltou os olhos para o jovem engenheiro de produção civil de 28 anos. Tudo começou quando, entusiasta de novas tecnologias, Victor comprou um NFT (sigla para "Token não fungível", em inglês). "Sempre gostei de me conectar com pessoas e de entender novos negócios e novas possibilidades", diz. A partir dessa curiosidade, teve a oportunidade de concorrer a uma viagem que apenas um brasileiro já fez. Destino: fora do planeta.

Perfil:

  • Victor Correa Hespanha, 28 anos
  • Casado
  • Engenheiro de Produção Civil. Primeiro brasileiro civil a ir para o espaço.

Investindo um total de 12 mil reais, Victor teve a sorte de ganhar uma experiência que o fez se sentir uma pessoa diferente. Afinal de contas, será possível sair da Terra e permanecer o mesmo? De início, a emoção dominou a mente e o coração do primeiro criptonauta da história. Com o passar do tempo, no entanto, ele foi se dando conta de que poderia usar sua experiência para fazer algo em prol da sociedade. A visibilidade e o contato com pesquisadores da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos, deu ao mineiro a oportunidade de conversar com pessoas de várias partes do mundo. A partir de todos esses contatos, Victor tem gerado o sonho de promover em Minas Gerais e no Brasil ações que impulsionam o uso da tecnologia para criar avanços e soluções. Isso não quer dizer que foguetes começarão a sair da Praça Sete. Mas, Victor garante que a tecnologia pode ser muito útil no cenário nacional. Por exemplo, no agronegócio, um dos principais setores produtivos do país conhecido como celeiro do mundo, no qual o uso de drones e satélites têm muito a contribuir. Ele acredita que sem a utilização dessas tecnologias o país produziria muito menos do que é feito hoje. No entanto, sempre é possível melhorar.

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E Victor não precisará mudar de área profissional para tornar esses desejos realidade. Durante a carreira construída em BH, sempre atuou em novos negócios e projetos em expansão. O objetivo é unir o know-how ao novo universo com o qual teve contato há pouco mais de seis meses. Ele afirma que também tem o sonho de impulsionar pessoas. Deseja que outros brasileiros tenham experiências parecidas com a que ele teve ou até mesmo mais emocionantes - se é que isso é possível. Diz que essa é sua "missão de vida", daqui para frente. "É claro que as ações governamentais são importantes, mas a própria sociedade precisa ser agente de transformação, com troca de contatos e criação de oportunidades."

Victor conta que no retorno à capital mineira teve de responder a algumas perguntas bizarras, como se a Terra é redonda mesmo. A viagem para o espaço demorou pouco mais de 10 minutos, mas a nave chegou a uma velocidade incrível de 3,2 mil km/h e a uma altitude de 100 quilômetros. Mal aterrissou, o engenheiro já nutre o desejo de voltar para o lado de fora da Terra. Segundo ele, "não deu para aproveitar o suficiente da primeira vez". No entanto, há apenas um lugar para o qual ele garante que sempre quer voltar: Belo Horizonte.

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