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Estado de Minas VEÍCULOS

Tesla deve investir em carros elétricos de baixo custo

Elon Musk, CEO da montadora californiana pretende produzir nova geração de veículos no México e em uma terceira fábrica fora da América do Norte


postado em 03/04/2024 10:15

(foto: Divulgação)
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A recente mudança de carros com motor a combustão para os eletrificados e elétricos, que domina cada vez mais o cenário que vive o setor automotivo, começou com as ousadias do sul-africano Elon Musk. Ele assumiu o comando e controle da Tesla em 2004, um ano após a fundação, pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning, em 1º de julho de 2003.

De San Francisco, na Califórnia, sede da Tesla, onde o primeiro modelo foi lançado em 2008, os automóveis Tesla foram rapidamente ocupando espaço em outros mercados. Hoje, a Tesla tem fábricas nos Estados Unidos, China e Alemanha e vende em quase todos os mercados do planeta. A exceção é basicamente os mercados da América Latina. Por que será? O Brasil é o sexto mercado mundial de automóveis.

Essa pergunta tem sido uma constante nos debates do setor e a principal justificativa do fabricante é a alta carga tributária no Brasil, que eleva os preços em até 70% sobre os praticados em outros mercados. No entanto, as notícias mais recentes da Tesla indicam que em breve a marca poderá entrar, oficialmente, no mercado brasileiro. O que nos leva a essa "esperança" é o recente anúncio de que a Tesla prepara um novo EV (veículo elétrico) de "baixo custo" a ser lançado em 2025.

A nova geração da plataforma Tesla terá início na fábrica do Texas, e continuará em uma futura unidade industrial no México, além de "uma terceira localização fora da América do Norte". A próxima onda de crescimento da Tesla não acontecerá antes do final de 2025, quando o fabricante lança um veículo de baixo custo utilizando a próxima plataforma. A produção começa na fábrica do Texas e mais tarde na futura fábrica do México, disse o CEO Elon Musk na apresentação, no início de janeiro, dos resultados do último trimestre de 2023. "Há muito o que esperar em 2024", disse Musk. "A Tesla está hoje entre duas grandes ondas de crescimento. Nós estamos focados na certeza de que nossa próxima onda de crescimento - direcionada pelo veículo da nova geração, armazenamento de energia, direção autônoma e outros projetos - seja executada da melhor forma possível."

(foto: Divulgação)
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O novo veículo Tesla será voltado para os segmentos de entrada, que o Model 3 e Model Y crossover, que garantiram a mais recente onda de crescimento da empresa, não conseguem alcançar em termos de preço. A Tesla não informou qual será o preço do novo carro, mas analistas do setor estimam a faixa entre US$ 25 mil e US$ 30 mil (R$ 125 mil e R$ 150 mil). "Nós estamos muito distantes da nossa próxima geração de veículos de baixo custo", disse Musk. "Será um trabalho profundo, não apenas no design do próprio veículo, mas também no design do sistema de manufatura." O veículo será produzido inicialmente da fábrica do Texas de forma que os engenheiros possam estar próximos da linha de montagem, disse.

Musk foi cuidadoso com relação à data de lançamento e não falou sobre outros veículos a serem lançados com a nova plataforma, incluindo um "robô táxi" totalmente autônomo. "Nossa agenda prevê o início da produção por volta do final de 2025," afirmou Musk. Assim que as técnicas de manufatura estiverem perfeitas, a Tesla começará com outras localizações, disse. A primeira será em um local que a Tesla já possui no norte do México, além de uma terceira localização fora da América do Norte. Aqui, vale lembrar que há pouco mais de dois anos Musk esteve no Brasil visitando possíveis áreas e oportunidades de investimento. Na ocasião, reuniu-se com o então presidente Jair Bolsonaro, quando foram iniciadas conversas no sentido de construir uma unidade industrial no país.

A Tesla produziu e vendeu 1,8 milhão de veículos em todo o mundo no ano passado, mas Musk preferiu não falar de expectativas para 2024. Analistas de Wall Street preveem de 2 a 2,2 milhões neste ano, que já mostra uma desaceleração no segmento de veículos elétricos. Mesmo sem estar "oficialmente" presente no Brasil, ver um Tesla circulando nas maiores cidades do Brasil não é incomum. A marca não faz parte da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) que, por consequência, não a inclui em seus relatórios de emplacamentos/vendas. De acordo com pesquisa em páginas do Instagram da marca, até o final do ano passado, 273 unidades do Tesla circulavam no Brasil, sendo que 48 dessas foram emplacadas em 2023. A Fenabrave, a associação dos concessionários, passou a incluir em seu informativo mensal, a partir de janeiro, tabelas com detalhes do mercado de eletrificados. Segundo essa fonte, quatro unidades Tesla foram vendidas e emplacadas no país no primeiro mês de 2024.

Quem já teve a chance de dirigir ou mesmo utilizar o carro como passageiro, o Tesla, desde o Modelo 3, de entrada, conquista pelo design externo e interno "clean" e ao mesmo tempo sofisticado. Há quem não goste, ou leve algum tempo para se acostumar a esse novo conceito.

Os que quiserem comprar um Tesla no Brasil devem recorrer a importadores independentes de veículos. Um deles é a Miami Imports (com sede em Balneário de Camboriú) que na segunda semana de janeiro oferecia quatro modelos Tesla para pronta entrega. O Model 3 Standard por R$ 479.990, o Model 3 Standard Long Range por R$ 629.900, o Model X Plaid por R$ 1.490.000. Havia também um Model S Plaid 2021 (seminovo) por R$ 1.049.000. A título de comparação, o Model 3 Standard custa nos Estados Unidos, segundo página da Tesla na internet, US$ 38.990, o equivalente a aproximadamente R$ 195 mil. A autonomia do Model 3, item relevante em um elétrico, é de 438 quilômetros.

O contra-ataque da BYD

(foto: Divulgação)
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Coincidência ou não, a chinesa BYD anunciou em fevereiro que irá construir uma nova fábrica de veículos elétricos no México. O plano da BYD é ter no México o seu hub de exportação para os Estados Unidos. A montadora chinesa está fazendo tremer os concorrentes, principalmente a Tesla, com a agressividade com que invade os mercados com seus produtos. Na China, por exemplo, tirou da Tesla a liderança no ranking de vendas de automóveis elétricos.

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