
O conceito do empreendimento é oferecer “doces nada minimalistas.” Ou seja, guloseimas com sabores “diferentões”, elaborados em formatos que saltam aos olhos e servidos em caixas divertidas. Ao todo, oito sabores de cookies e três de brownies dividem espaço na vitrine do quiosque, de design vibrante e colorido. “Quanto mais estranha a comida, mais tenho vontade de experimentar”, brinca Júlia. Um dos sabores mais curiosos é o cookie de batata chips, feito com chocolate 50%, recheio de creme de batata e cobertura de chocolate. A ideia surgiu em uma viagem a São Paulo. “Lá, comi um bombom com batata da Mica Chocolates e pensei: isso daria um cookie incrível, com o equilíbrio perfeito entre o doce e o salgado”, conta.
Ainda compõem o cardápio da Gaia Gaia cookies de pistache, cocada de maracujá, biscoito Lotus, caramelo salgado defumado e o birthday cake, um cookie super fofo feito com granulado colorido, cream cheese e finalizado com uma velinha de aniversário. Para os paladares mais tradicionais, há versões de baunilha, Kinder Bueno e Nutella crocante. “Geralmente, os de Nutella e Kinder são os primeiros a acabar. Mas é interessante, porque as pessoas voltam para dar chance para os outros sabores, que têm tido muita saída também”, diz Julia. Entre os sabores de brownie disponíveis, estão biscoito Lotus, pistache e Sucrilhos com caramelo.
A aposta vem dando certo. No fim de semana de inauguração, nos dias 20 e 21 de setembro, a Gaia Gaia vendeu cerca de 3 mil cookies e brownies. “Era a meta de um mês inteiro, mas o estoque acabou rapidinho. Passamos a madrugada produzindo e tivemos que nos reestruturar”, comemora Júlia, que transferiu a cozinha do bairro Fernão Dias, em Contagem, para a Savassi. A medida facilitou a logística até o Belvedere.
Como tudo começou
Apesar da pouca idade, Júlia tem história na gastronomia. Aos 10 anos, já frequentava aulas de culinária da tia. Aos 14, criou seu próprio doce e começou a vendê-lo na escola. “Eu passava o dia vendo programas de culinária e lendo livros de receitas”, lembra. Mais tarde, ao se tornar vegana, mergulhou de vez na confeitaria. “Era muito difícil achar doces sem ingredientes de origem animal, então comecei a produzir e postar na internet. Com isso, as pessoas começaram a fazer encomendas”, afirma. Dois anos depois, ela deixou o veganismo, mas reconhece que essa fase foi fundamental para sua formação. “Eu já sabia que queria trabalhar com doces, mas também tinha que cursar faculdade. Escolhi gastronomia e voltei a fazer vídeos de receitas para a internet. Muita gente me perguntava onde comprar os doces, daí veio a ideia de abrir um espaço físico.”

Expandir a marca é algo impensável no momento, por exemplo. Por enquanto, o foco é atender bem o público e consolidar o negócio. A curto prazo, os sócios pretendem incluir cafés quentes e gelados no cardápio. “Também temos propostas muito inovadoras para a marca. Queremos trazer coisas que ainda não existem no Brasil”, adianta Pedro, sem revelar mais detalhes. “O nosso propósito também é sempre trazer sabores novos de cookies e brownies. A Júlia gosta muito de testar coisas na cozinha, e este continuará sendo nosso diferencial.”
Ajuda da numerologia
Para Victoria Esteves, de 27 anos, o empreendimento foi pensado com “muito carinho, criatividade e propósito”. Formada em Direito, ela conta que a empresa a levou para “um universo completamente novo e muito criativo.” Foi dela, aliás, a ideia do nome da loja. “Desde o início, queríamos algo que soasse forte, sofisticado e, ao mesmo tempo, acolhedor. A Juju já usava o nome Gaya, mas senti que ele precisava ‘encaixar energeticamente’ com o que estávamos construindo. Então levei para a minha numeróloga, e foi muito interessante. Ela ajudou a ajustar os detalhes até chegar na vibração certa”, conta.
