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Estado de Minas BEM-ESTAR

Gravidez ajuda a tratar a endometriose?

Entenda a relação entre a doença e a gestação


postado em 24/10/2018 17:42 / atualizado em 24/10/2018 16:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Embora durante muito tempo, havia a crença de que a gravidez tinha um papel na melhora ou até mesmo na remissão dos sintomas da endometriose, um estudo recente, apresentado durante o VI Congresso Brasileiro de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva, que aconteceu em São Paulo, no mês de setembro, as evidências atuais disponíveis sugerem que a gestação não resulta em benefícios ou melhora dos quadros de endometriose.

Segundo um estudo publicado no jornal científico Human Reproduction, que revisou inúmeras pesquisas que relacionam gravidez e endometriose, realizadas entre os anos de 1966 e 2017, não foi encontrado benefício da gestação em relação a esse problema da membrana que reveste o útero.

De acordo com o ginecologista Edvaldo Cavalcante, a endometriose é cercada de mitos, sendo um deles a questão da gravidez como recurso para melhora dos sintomas. "O estudo mostrou que os resultados a respeito dos efeitos da gravidez na endometriose são controversos. Também apontou que há evidências crescentes de que a endometriose pode interferir no sucesso da gravidez. Assim, é preciso orientar corretamente as pacientes sobre o assunto", comenta o médico.

Isso porque, conforme o especialista, em 55% dos casos, o problema do endométrio pode levar à infertilidade. "Além disso, enquanto algumas lesões da endometriose apresentam regressão durante a gravidez, outras podem permanecer estáveis ou ainda aumentarem. O único efeito claro é que na gravidez, por conta da amenorreia [interrupção da menstruação], não surgem novos focos de endometriose", comenta o ginecologista.

Vale lembrar que o estudo não foi conclusivo e novas pesquisas são necessárias para entender os efeitos da gravidez nas mulheres com endometriose.

Outros aspectos também precisam ser avaliados, ainda mais porque a mulher que sofre com endometriose profunda, forma mais agressiva da doença, aumentam os riscos de placenta prévia, aborto espontâneo, restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e distúrbios hipertensivos.

"Nem todas as mulheres apresentam manifestações clínicas da endometriose. Outro ponto é que há pacientes com endometriose profunda sem sintomas e há outras com pequenos focos e manifestações importantes", diz Edvaldo Cavalcante.

A dor pélvica crônica é a principal queixa e afeta cerca de 70% das mulheres diagnosticadas com a endometriose. O tratamento pode ser feito com medicamentos. "Quando não há resposta ou ainda quando há contraindicação para o uso da terapia hormonal, a cirurgia é recomendada para remover os focos da endometriose. O procedimento também ajuda as mulheres que pretendem engravidar, já que esse grupo não pode usar os hormônios para alívio dos sintomas", explica o médico.

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