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Estado de Minas NOVIDADE

Brasil terá vacina contra febre reumática

Doença autoimune é grave e afeta muitos jovens


postado em 17/01/2019 09:24 / atualizado em 17/01/2019 09:25

(foto: Nailana Thiely/Ascom UEPA/Divulgação)
(foto: Nailana Thiely/Ascom UEPA/Divulgação)

Uma das inúmeras doenças autoimunes, a febre reumática gera muita preocupação no Brasil. Há uma década atrás, ela apresentava alta incidência no país e gerava custo elevado para o Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, ela voltou para a agenda dos médicos e da indústria, mas por um bom motivo: a criação de uma nova vacina para essa doença grave.

A febre reumática é uma doença autoimune que atinge crianças e adolescentes suscetíveis, por predisposição genética, à bactéria Streptococcus pyogenes. Quando não tratada, acomete o miocárdio, podendo causar danos permanentes às válvulas do coração, o que desencadeia insuficiência cardíaca. De acordo com a pesquisadora Luiza Guglielmi, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo desenvolvimento da vacina, em conversa com a Rádio USP, a maior dificuldade foi criar um imunizante que não causasse a doença quando aplicado. Com isso, ele foi desenvolvido a partir de uma região da proteína presente em todos os diferentes tipos da bactéria Streptococcus pyogenes.

Depois de cerca de 20 anos de estudos, a vacina entra em sua segunda fase, em que é necessária a aprovação da Anvisa para iniciar os testes em humanos. A pesquisadora explica que o grupo fez inúmeros testes, inclusive em porcos, para certificar a segurança da vacina e sua liberação para o ensaio clínico em voluntários adultos e sadios. Além da possibilidade de funcionar como tratamento eficaz para a febre reumática, a vacina pode servir de modelo e auxiliar no desenvolvimento de outras vacinas contra diferentes doenças autoimunes.

O desenvolvimento do imunizante coloca o Brasil entre os países que mais contribuem para o conhecimento científico sobre a febre reumática. Luiza Guglielmi afirma que eles foram afortunados pela abordagem escolhida e pelo êxito em conseguirem um conhecimento novo sobre a patogênese da doença, possibilitando o desenvolvimento da vacina.

(com Rádio USP)

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