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Estado de Minas ALERTA

Doenças causas por fungos são comuns no Brasil

Micro-organismos podem até causar doenças graves


postado em 16/01/2019 15:40 / atualizado em 16/01/2019 15:40

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Estimativas do Ministério da Saúde, de 2016, sugerem que mais de 3,8 milhões de brasileiros sofrem com alguma infecção garve causada por fungo. Só em 2017, foram 390 mil casos de aspergilose alérgica bronco-pulmonar; quase 600 mil de asma severa afetada por fungos, principalmente Aspergillus sp; 28 mil casos de candidemia, causada pela presença de fungos do gênero Candida no sangue; e 6,8 mil casos de meningite por Cryptococcus.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), existem cerca de 300 espécies de fungos que podem prejudicar a saúde.

Micose é o nome genérico dado a esse tipo de infecção. "Os fungos estão espalhados pela natureza inteira. Estão no solo, nas árvores, em fezes de animais como pombos. Temos contato contínuo com esses organismos", comenta o pesquisador Marcio Lourenço Rodrigues, do Instituto Carlos Chagas da Fiocruz Paraná, citado pela Agência Fiocruz de Notícias. Muitas vezes é o homem que adentra o habitat dos micro-organismos, por meio do desmatamento de áreas, do trabalho desprotegido na terra ou pelo contato com fezes e animais.

Segundo o especialista, as micoses superficiais que atingem pele, unhas e couro cabeludo, como a frieira (ou pé de atleta), causam problemas estéticos e menos graves à saúde humana. O pesquisador explica, no entanto, que um ferimento pode ser a porta de entrada para um grupo de fungos atingir tecidos um pouco mais profundos e provocar sérios problemas. É o caso das micoses subcutâneas, como esporotricose, lobocomicose e cromoblastomicose. "Casos como esses são comuns em pessoas que mexem com terra e têm contato com animais contaminados e suas fezes", diz Marcio Rodrigues.

São as micoses sistêmicas as que levam a infecção para todo o organismo humano. O pesquisador da Fiocruz afirma que elas podem afetar o sistema respiratório, nervoso, digestivo, circulatório ou osteoarticular, englobando algumas doenças como paracoccidioidomicose, aspergilose, criptococose e histoplasmose. Conforme o especialista, em geral, o desenvolvimento dessas micoses está associado à baixa imunidade. "É como se o fungo se aproveitasse de defeitos no sistema imunológico para colonizar diferentes órgãos", completa. Isso é muito comum em pessoas transplantadas, com Aids e câncer ou que estejam internadas em unidades intensivas fazendo uso de cateter. "Quando a pessoa tem alguma deficiência imunológica, os fungos são capazes de causar doenças bastante sérias e com tratamento muito longo, difícil e caro". Algumas delas são resistentes aos próprios antifúngicos.

(com Agência Fiocruz de Notícias)

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